A concepção de identidade pós-estruturalista, em uma perspectiva etnometodológica, trouxe profundas mudanças na maneira como se estabelecem as relações entre gênero e linguagem. Gênero passa a ser entendido como uma construção social que precisa ser (re)negociada a cada nova interação e, por não existir fora do discurso, não tem um status fixo e estável. Para entender como as identidades de gênero são interacionalmente negociadas, e aqui especificamente os aspectos relacionados à maternidade, apresento a importância da Análise da Conversa, através da análise qualitativa de interações naturalísticas entre uma psicóloga e candidatos/as à vasectomia e à laqueadura, em um posto de saúde do SUS, na região Sul do Brasil. O que mostro, através da análise de três excertos, é que pequenas fissuras nas performances de maternidade fazem colidir a noção de uma maternidade estável, o que nos dá uma ideia prática do conceito de agentividade.
A construção da signifi cação da experiência do abuso sexual infantil através da narrativa: uma perspectiva interacional (Sacks, 1992;Sacks;Schegloff;Jefferson, 1974) de natureza etnometodológica (Garfi nkel, 1967) (Ehrlich, 2002;Trinch, 2013 (Sacks, 1992;Sacks;Schegloff;Jefferson, 1974) and ethnomethodological methods (Garfi nkel, 1967) (Ehrlich, 2002;Trinch, 2013
RESUMO
A pesquisa apresentada neste artigo, inscrita na Linguística Aplicada e inserida nos marcos teórico-metodológicos da Análise da Conversa
Palavras-chave: fala-em-interação; mandato institucional; abuso sexual infantil; narrativas.
ABSTRACT
This research study, that derives from an applied linguistics perspective and is grounded on conversational analytical
Esta pesquisa, ancorada nos preceitos teóricos da Etnometodologia (GARFINKEL, 1967) e da Análise da Conversa (SACKS, 1992) estuda qualitativamente interações entre um conselheiro tutelar e crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. O objetivo é observar como a experiência do abuso é significada e realinhada com as expectativas morais e sociais (BERGMANN, 1998). A análise das interações mostra que os adolescentes realizam um trabalho moral defensivo de forma mais ativa (DREW, 1988), enquanto as crianças se engajam menos neste tipo de atividade. Esse dado indica que os adolescentes possivelmente se orientam para o paradoxo da vitimização e da culpabilização das vítimas de abuso sexual (SANTOS, 2003), demonstrando maior socialização sobre como narrar histórias com implicações morais e sobre como performar a vítima "ideal" (TRINCH, 2013).
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.