Este ensaio procura analisar os impasses na fundamentação da eticidade na modernidade. Parte do pressuposto que os autores clás sicos do Iluminismo viam nesse problema uma ameaça para o futuro da sociabilidade. Marx teve o mérito de articular o tema com as bases objetivas da estrutura social. O século XX presenciou a tragicidade desta condição como um destino da Humanidade. A partir de Ador no-Horkheimer, procura-se analisar os desdobramentos dessa condi ção na chamada cultura pós-moderna. A hipótese defendida é que a crise da modernidade, na ausência de alternativas radicais para sua superação, se manifesta como um lento emergir da barbárie. Em pou cas palavras: o desenvolvimento do capitalismo (e sua lógica cultural) não apenas produz a barbárie, como esta lhe é necessária para sua continuidade.
No abstract
O autor apresenta como hipótese interpretativa que a sociedade contemporânea mundial - o que ele chama de civilização burguesa plenamente realizada - imerge em níveis crescentes de barbárie. A barbárie não é um adjetivo para caracterizar certos fatos, mas a própria substancialidade desta forma social que apenas pode continuar existindo ao ampliar o seu estado de destruição. A barbárie é imanente à civilização burguesa.
Marildo Menegat RESUMOO autor discute a leitura de Hannah Arendt sobre a concepção de história de Karl Marx e o significado da sua aparentemente contraditória tese da abolição do trabalho ao mesmo tempo em que afirma esta atividade como central no processo de humanização. O argumento demonstra que o trabalho é a forma dominante de sociabilidade da sociedade burguesa, mas não de outras formas sociais que venham a suprimi-la; e tampouco Marx foi alheio à possibilidade da realização dos indivíduos por meio de outras atividades que não o trabalho, como fica exposto, por exemplo, na sua concepção de "individualidade rica". Em favor de Arendt o autor argumenta que na experiência do séc. XX, a realização da lógica desta sociedade fez sobreporem-se os aspectos autodestrutivos do homem comum aos da criação da individualidade rica.Palavras-chave: marxismo, história, trabalho, sociabilidade, tempo livre. RESUMENEl autor discute la lectura que Hannah Arendt realiza de la concepción de historia de Karl Marx y el significado de su tesis aparentemente contradictoria de la abolición del trabajo al mismo tiempo en que afirma esta actividad como central en el proceso de humanización.El argumento demuestra que el trabajo es la forma dominante de sociabilidad de la sociedad burguesa, pero no de otras formas sociales que la vayan a superar; y que Marx no fue ajeno a la posibilidad de realización de los individuos por medio de otras 167 actividades diferentes del trabajo, como está expuesto, por ejemplo, en su concepción de "individualidad rica". A favor de Arendt, el autor argumenta que, en la experiencia del siglo XX, la realización de la lógica de esta sociedad sobrepuso los aspectos autodestructivos del hombre común a aquellos de su creación de la individualidad rica.Palabras-clave: marxismo, historia, trabajo, sociabilidad, tiempo libre. ABSTRACTThe author discusses Hannah Arendt's interpretation of Karl Marx's understanding of history, and the meaning of his apparently contradictory thesis of abolition of labour, coupled with his notion that labour is central to the process of humanization. The argument shows that labour is the dominant form of socialization in bourgeois society, but not in other social formations that may overcome it. It cannot be said, either, that Marx was oblivious to the possibility of individual realization through activities other than labour, as witnessed by his concept of "rich individuality". Agreeing with Arendt, the author argues that in the experience of the 20th century, the logical realization of society caused humanity's destructive aspects to outdo those that might contribute to the creation of the rich individuality.Key-words: Marxism, history, labour, sociability, free time. RÉSUMÉL' auteur débat la lecture faite par Hannah Arendt sur la concéption d'histoire de Karl Marx et la signification de son thése, apparement contradictoire, de l'abolition du travail en même temps qu'il affirme cette activité comme centrale dans le processus d'humanisation. L'argument demontre que le travail est la for...
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.