Apesar do crescente interesse que a abordagem de Arranps e Sistemas Produtivos Locais vem despertando no meio acadêmico e instituições públicas e privadas brasileiras, pouco se tem inovado acerca das formas de mobilização coletiva destas aglomerações produtivas territoriais, permanecendo as discussões nas áreas tradicionais de desenvolvimento das micro, pequenas e médias empresas. Este ensaio apresenta uma proposta de aplicação de uma Tecnologia Social de Mobilização dos atores/agentes de um arranjo produtivo local, objetivando o seu desenvolvimento, através do fortalecimento das relações existentes entre seus diversos atores/agentes localizados no território. Espera-se, através da exposição de uma possível aplicabilidade desta Tecnologia Social, gerar um debate sobre formas criativas de mobilização desses arranps organizacionais, que privilegiem aspectos intangíveis, não obstante serem de fundamental importância, tais como: capital social, práticas cooperativas e governança.
O Sistema Único da Saúde foi construído para ser operado através da gestão compartilhada. Todavia, a descentralização pós-CF/88 concentrou-se na municipalização dos serviços, fortaleceu o poder normativo na União e provocou a subvalorização estadual (KEINERT; ROSA; MENEGUZZO, 2006). A cooperação intergovernamental aparece como instrumento capaz de superar esses dilemas. Neste sentido, o objetivo desta pesquisa é analisar o desenho das relações intergovernamentais entre os entes integrantes do Consórcio Público de Saúde na Região do Maciço de Baturité (CPSMB), no estado do Ceará. Este estudo de caso constituiu-se numa investigação de caráter qualitativo, com o auxílio da pesquisa bibliográfica e documental. Foram coletadas informações junto a atores-chave do processo de gestão do CPSMB, por meio de entrevistas semiestruturadas. Foram identificadas três motivações para criação e manutenção do Consórcio: o princípio da integralidade pregado pelo SUS; a pressão social exercida nos municípios por serviços de saúde satisfatórios e a carência de recursos enfrentada pelos municípios. Constatou-se que a formatação das relações intergovernamentais não se constitui em um único desenho, mas se diferencia entre a Dimensão Gerencial e a Dimensão Política. A primeira envolve questões operacionais e tem a Diretoria do Consórcio e seus equipamentos de saúde como eixo-central. A segunda abrange questões estratégicas e tem o governo estadual como centro de influência. Por fim, os municípios evoluíram na ideia de ação cooperada, mas ainda necessitam da ação direta de um motivador da ação coletiva. Portanto, faz-se necessário considerar a construção de uma rede híbrida de cooperação, com abertura para a sociedade civil organizada e iniciativa privada.
As comunidades de prática (CoPs) surgem como uma forma de organização capaz de ativar o compartilhamento do conhecimento, estimular a aprendizagem, promover a disseminação de melhores práticas, incentivando, por exemplo, novas abordagens para a solução de problemas entre as pequenas empresas aglomeradas. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo analisar a história da CoP da Rede NÓS, focada no tópico Arranjo Produtivo Local (APL). A Rede Nós foi instituída pelo Banco Mundial e outras instituições parceiras nas regiões Norte e Nordeste, com o objetivo de promover a inclusão social, redução da pobreza e desenvolvimento local. Considerando que esta pesquisa se fundamenta no entendimento da aprendizagem numa perspectiva social, que remete a fenômenos como interação, troca de experiências e diálogo, procurou-se obter evidências empíricas do trabalho da CoP por meio da narração de histórias de seus membros. Os dados foram coletados durante o período de novembro de 2004 a maio de 2006, mediante relatórios das atividades de moderação de conhecimentos da CoP e dos relatos compartilhados on-line pelos participantes. A interpretação procedeu-se com base na articulação de um instrumento de análise da narrativa. Os resultados da pesquisa demonstram a importância da CoP da Rede Nós para a geração, colaboração e compartilhamento do conhecimento sobre APLs, entre instituições do Norte e Nordeste do Brasil, por meio da disseminação de práticas e experiências válidas para as referidas regiões, em prol do desenvolvimento local.
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