A tão badalada democracia racial nos estudos clássicos e ainda presente na ideologia da sociedade brasileira apresenta uma explícita contradição com o não menos apologético processo de embranqtiecimento.O Brasil diante do mundo apresentou-se como o modelo de relações raciais, o modelo de democracia racial, notadamente diante dos Estados Unidos que apresentam um racismo explícito, definido por I Nogueira (1985) lcomo preconceito de origem. Para ser discriminado racialmente basta que o indivíduo apresente "uma gota" de sangue negro. A transparência impactante dos Estados Unidos em relação ao racismo não apresenta possibilidades intermediárias, nem ambigüidades, refletindo o sistema dicotômico da sociedade norte-americana (Silva, 1994).
RESUMOO racismo perpassa por toda a história do Brasil, em todas as instâncias da vida cotidiana. Nas cidades que atingiram graus mais elevados de urbanização, percebese que o negro ocupa as chamadas franjas urbanas. A bibliografia mostra que o negro não tem sido contemplado com os benefícios advindos com o decorrer do processo de urbanização. Sofre com a falta de infraestrutura, ausência de acesso aos direitos básicos, do mesmo modo que sente o estigma causado devido ao local em que reside. Assim sendo, fica reservado os melhores lugares da cidade aos que possuem maior capital acumulado, seja ele econômico ou cultural. Dessa maneira, o que se objetiva é compreender como o processo de desenvolvimento urbano se configura em Londrina-PR, assim como, entender a relação do negro ao longo desse processo. Para tanto, faz-se o uso da revisão bibliográfica exploratória da história e urbanização da cidade de Londrina, bem como, das questões raciais no meio urbano.Palavras-chave: Desenvolvimento urbano; Londrina; segregação racial. INTRODUÇÃOEste trabalho busca colocar mais um pequeno elo na corrente do conhecimento das ciências humanas. Traz como objeto de estudo a segregação urbana e racial, assim como, as bases econômica e cultural sobre as quais se desenvolve a cidade de Londrina. Por meio de revisão bibliográfica, chegou-se aos seguintes capítulos: "A Escola de Chicago", que versa a respeito do surgimento da Universidade de Chicago e a influência de Albion Small na maneira como se praticava sociologia em Chicago; em "Segregação urbana e racial", explicita-se alguns modelos de segregação espacial, tais como, o modelo dos círculos concêntricos, de E. Burguess, ou então, a forma de pensar a segregação urbana de Castells. Quanto a segregação racial, Londrina surge em 1929, período marcado pela forte influência ideológica eugênica que vinha ganhando território no país. No capítulo "História de Londrina aos "olhos" dos documentos oficiais", percebe-se que existe uma valorização dos que aqui vieram comprar terras e investir seu dinheiro, e os negros que aqui vieram trabalhar à terra, estes não têm espaço nos registros oficiais. Em "E os negros, onde estão enquanto a cidade cresce?", é apresentada uma figura com a situação em que os negros se encontram no território londrinense.O presente estudo justifica-se, pois, os vários atos de racismo possuem uma trajetória histórica em nosso país e são reproduzidos em demasia. Dessa maneira, o que se intenciona é o combate às várias situações racistas.Dentre os conceitos abordados no estudo, estão o de "segregação", "desorganização social" e de "situação".
As políticas de ação afirmativa implantadas há mais de dez anos em muitas universidades brasileiras continuam a desafiar o seu principal objetivo: a inclusão e a permanência de estudantes das camadas pobres e dos negros. Este artigo tem como objetivo analisar alguns aspectos do sistema de cotas na UEL, após dez anos da sua implantação. Foram utilizados os dados quantitativos disponíveis nas Pró-Reitorias: de Planejamento -PROPLAN; de Graduação -PROGRAD; e da Coordenadoria de Processos Seletivos -COPS da UEL. Os resultados mostram que as cotas possibilitaram maior ingresso dos estudantes oriundos das escolas pú-blicas, porém o número de negros ficou abaixo das expectativas, refletindo as dificuldades da efetiva inserção da população negra na educação superior. Outro problema enfrentado pela universidade é o aumento da demanda de assistência estudantil e a falta de recursos para responder efetivamente às necessidades. Palavras-chave: Cotas; Ações Afirmativas; Negros; Ensino Superior; UEL.1 O trabalho contou com a preciosa colaboração de Izabel Maria Diniz, da Pró-Reitoria de Graduação, que disponibilizou os dados quantitativos. AbstractThe affirmative action policies implemented over the last ten years in many Brazilian universities keep being challenged by its main goal: the inclusion and retention of the students who come from vulnerable populations and of Blacks. This article aims to analyze some aspects of the quota system at Londrina State University -UEL ten years after its introduction. The quantitative data used were available at the following deans' offices: Planning (PROPLAN); Higher Education (PROGRAD) and Coordination of Selective Processes (COPS) at UEL. The results show that the quota system has enabled greater admission of students from public schools. The number of black students is below expectations, however, reflecting the difficulties of effective insertion of that group in institutions of higher education. Another problem faced by the university is the increase of requests for scholarships and the lack of resources to effectively meet the needs of those students.
Resumo 3 : O objetivo desse estudo é analisar os mecanismos que atuam suscitando a segregação da população negra em territórios pobres e estigmatizados da cidade, tendo como campo de investigação Londrina, município situado no norte do Paraná. Para estudar esse fenômeno, além da abordagem teórica, utilizamos como procedimento metodológico a análise de entrevistas qualitativas realizadas com pessoas negras moradoras de diversos bairros da cidade. Os resultados deste estudo evidenciam que os dispositivos que operam na produção da segregação urbana da população negra em Londrina são múltiplos e correlacionados, visto envolverem questões econômicas, sociais, raciais, políticas e culturais. Todavia, a tese central é de que a segregação racial na cidade, mais do que mero reflexo da concentração de negros na base da estrutura de classes, é uma dimensão do racismo estrutural brasileiro.
Este artigo tem como objetivo discutir a realidade da população negra e do Ensino Superior no Brasil. O racismo influenciou fortemente o acesso e a permanência dos/as estudantes negros/as nas universidades ao longo do século XX, com efeitos ainda no início do XXI, quer dizer, em mais de 130 anos da Abolição ocorrida em 1888. As consequências desse racismo resultaram na quase inexistência de conteúdos sobre a população negra na estrutura curricular, com profundo impacto na formação inicial de professores e nas dificuldades para o desenvolvimento de pesquisas sobre o tema. Essa situação afetou a vida da população negra e das comunidades tradicionais, como os quilombolas e as religiões de matriz africana. A ausência de conhecimento sobre a própria realidade histórica e social dificulta a mobilização e a reação contra o racismo. Nesse contexto, as Ações Afirmativas, implantadas no início do século XXI, são consideradas políticas públicas de maior impacto no processo de inclusão da população negra na Educação Superior.
Esta pesquisa partiu da percepção de que existem poucos trabalhos que conceituam a discussão étnico-racial na Ciência da Informação brasileira. Situação que deve ser considerada preocupante, visto que o Brasil é um país em que a realidade étnico-racial foi por muito tempo tratada como igualitária. No entanto, o negro brasileiro é subjugado e dominado pelos mais diferentes sistemas sociais, isso, desde o uso de palavras para afirmação da identidade, até pontos de ação estética em que prevaleça a beleza negra, portanto afirmar-se de origem afro é muito difícil para uma parcela da população, onde o racismo e preconceito ainda estão impregnados. O objetivo deste ensaio é relacionar o ponto de intersecção entre os estudos de mediação da informação e relações raciais na Ciência da Informação. Quanto a metodologia realizou-se uma revisão bibliográfica, a fim de perceber o que já foi discutido na Ciência da Informação acerca do negro. Para tanto, também foi necessário discutir a formação dos Estudos Culturais e de que forma esses estudos influenciaram os pesquisadores da Ciência da Informação. Obteve-se como resultados uma baixa recuperação de trabalhos produzidos na área que abordem a temática etnico-racial. Contudo os trabalhos se encaixavam em discussões pragmáticas acerca de cultura e, portanto de mediação da informação. A construção de um corpus téorico sobre as discussões e mediação dependem de mais trabalhos que tratem da Ciência da Informação por um viés da cultura.Palavras-Chave: Mediação da Informação; Identidade Racial; Ciência da Informação; Relações ÉtnicoRaciais.Link: http://abecin.org.br/portalderevistas/index.php/rebecin/article/view/65/pdf
Este trabalho se dedica a uma análise exploratória das matérias publicadas no jornal Quilombo, editadas sob a direção de Abdias Nascimento e Guerreiro Ramos entre 1948 e 1950 sobre o projeto artístico, pedagógico e terapêutico proposto pelo Teatro Experimental Negro (TEN). Buscou-se por meio da discussão dos textos analisados, captar a forma pela qual os intelectuais do TEN enxergavam o problema racial no Brasil e de que maneira eles reagiam para mudar essa realidade. Os principais temas discutidos foram o reconhecimento do racismo, os seminários de Grupoterapia, que visavam a superação dos problemas do negro, e as lutas pelo reconhecimento e igualdade de oportunidades. Concluo, por meio deste estudo, que a vida do negro no país é retratada no jornal como uma luta diária contra os efeitos herdados no regime de escravatura, somada a uma manutenção das desigualdades e ao racismo. As aspirações das pessoas negras são, portanto, de que um dia esse problema seja superado, por meio da articulação política, da valorização da cultura negra e da implementação de políticas afirmativas.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.