Resumo Entre 1826 e 1863, três homens de uma mesma família, os Moreira, foram cônsules de Portugal no Recife e no Rio de Janeiro, articulando negócios pelo Atlântico e prestando serviços de natureza variada. Neste trabalho, estudo as disputas nas quais se envolveram e os diferentes papéis que assumiram. Fica claro como cuidavam dos relacionamentos políticos; no Brasil, tiveram acesso direto ao regente e a ministros, além da família real. Ao mesmo tempo em que eram traficantes e azeitaram as engrenagens do tráfico ilegal, negociaram taxas com o governo brasileiro, buscando vantagens para os negociantes da praça do Porto e de Lisboa. À pedido do governo português, intermediaram, do Brasil, o fluxo de trabalhadores pobres entre a Ilha da Madeira, os Açores e os campos de frentes de expansão agrícola em Angola. Tiveram papel decisivo na promoção da imigração em massa para o Brasil de portugueses pobres; agenciaram variadas formas de exploração do trabalho nas novas/velhas rotas do Atlântico. As ações dos cônsules Moreira estiveram permeadas por conflitos; essas disputas envolveram a edição de folhetos, a organização de subscrições; até uma biografia foi editada para defender o nome de João Moreira. Sendo assim, para além da correspondência oficial, são variadas as fontes disponíveis para a análise do papel dos cônsules na articulação de negócios entre o Brasil, Portugal e Angola.
Resumo O comentário ao texto de Guillermo Palacios está feito em torno de duas questões principais, a primeira é o problema da pressão pela mão de obra livre no contexto da expansão do açúcar e a segunda são as razões para o fim do movimento (a chamada 'Guerra dos Marimbondos'). Debatemos com o texto de Palacios a duração e a circunscrição espacial da revolta, o que traz conseqüências para uma das teses de seu trabalho, que entende tratarse de luta camponesa restrita aos meses mortos da produção agrícola. A atuação do governo na repressão ao movimento e o papel do frei capuchinho Caetano de Messina são também discutidos, buscando averiguar o enquadramento político dos embates ocorridos entre dezembro de 1851 e fevereiro de 1852.
Nosso objetivo é compreender quais eram as formas de morar das famílias de médias posses em São Paulo. Esse caminho será percorrido, sobretudo, procurando observar continuidades e transformações na moradia das camadas médias urbanas nas últimas décadas do século XIX, a partir do novo vocabulário formal que estava surgindo.
Resumo O objetivo dessa investigação é a reconstituição dos eventos das revoltas ocorridas em diversas províncias entre dezembro de 1851 e março de 1852, chamadas de Ronco da Abelha ou de Guerra dos Marimbondos. Assim, pretende-se investigar quem eram os participantes e os líderes, como se deu o processo de pacificação, o envolvimento e embate dos múltiplos agentes da revolta e de seu controle, para desvendar a natureza e a amplitude do movimento em cada região. Buscaremos documentos produzidos pelos agentes dos poderes locais (sobretudo correspondência e processos criminais) e também documentos do poder central que ajudem a entender as diversas conjunturas políticas e sócio-econômicas que enquadravam os eventos. O projeto visa à compreensão de modos de vida e ao entendimento das armas utilizadas na vivência da instabilidade. Experiência essa que caracterizou largos setores da população ao longo do século XIX no Brasil.
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