RESUMO Recentemente, vários países latino-americanos com inflação alta e vários tipos de desequilíbrios passaram por programas de estabilização da desinflação. O Brasil implementou em julho de 1994 o Plano Real - um experimento de estabilização baseado em taxa de câmbio. Este artigo revisita essa experiência examinando as principais razões do colapso do regime cambial, em janeiro de 1999, sob pontos de vista teóricos alternativos. O que emerge do artigo é a conclusão de que a maioria dos “novos” argumentos apresentados para explicar a crise cambial brasileira são usados no passado por teóricos heterodoxos.
While financial globalization does not lack theoretical economic merit, the more far-reaching practical consequences of this phenomenon are often not fully appreciated from the vantage point of North America or the European Union. In particular, globalization can make it more difficult for emerging economies to achieve macroeconomic stabilization. This is especially true if the countries in question have chosen the vehicle of pegged exchange rates as an important element of domestic anti-inflation policy. The chief macroeconomic difficulties for emerging economies in a worm of volatile capital flows can include a loss of monetary control a real appreciation of the domestic currency, and a worsening of economic fundamentals leading to damaging currency crises. This paper concentrates on the recent experience of Brazil as illustrative of the abject plight faced by many developing countries attempting to secure economic stabilization against the background of the present globalized international economy. (JEL G15, 010, 050)
Este trabalho investiga a primeira tentativa bem-sucedida de adequar a economia brasileira às regras do padrão-ouro, nos anos 1906- 1914, na crença de que tal experiência pode ajudar-nos a entender os esforços recentes de estabilização.A estabilidade cambial naquele período será vista como a conquista de um objetivo há muito almejado pelos condutores das políticas econômica e financeira do País.A primeira seção apresenta a criação da Caixa de Conversão como resultado de uma busca da estabilidade cambial, desíderatum de todos os governos desde 1891.As dificuldades de adequação das economias exportadoras de bens primários - e, em especial, as do Brasil - em aderir às regras do padrão-ouro são examinadas na seção seguinte. A terceira seção investiga, inicialmente, os efeitos das desvalorizações da primeira década republicana sobre as finanças do Governo e o recurso ao empréstimo externo consolidado em 1898 (Fundíng Loan) como a solução para o financiamento do déficit público. A seguir, uma análise do Fundíng Loan deixa clara a adequação de algumas de suas cláusulas aos objetivos de estabilização cambial dos Governos Campos Salles e Rodrigues Alves. Os efeitos adversos da apreciação do câmbio, na virada do século, sobre a renda dos cafeicultores e os custos de ajustamento da política restritiva são examinados no final da seção. A quarta seção mostra que, a despeito do interesse do Governo em enquadrar a economia brasileira dentro das regras do padrão-ouro, a criação da Caixa de Conversão em 1906 foi iniciativa dos cafeicultores e analisa o desempenho da Caixa no período 1906-1914. A seção seguinte avalia essa primeira experiência da economia brasileira em se adaptar às regras do padrão-ouro. A última seção apresenta as conclusões do trabalho.
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