Este texto apresenta as bases teóricas para abordagem empírica sobre a interdisciplinaridade. Diversos aspectos foram considerados nesta reflexão, apontando as dificuldades de compreensão do tema tanto do ponto de vista teórico e, de sua aplicação como das divergências sobre o tema.
Para melhor entendermos o que aqui se discute, devemos alertar o leitor que a prática da interdisciplinaridade, referida no título, está assentada em dois conceitos: em primeiro lugar, o de modelo; a seguir, o de área. Ambos são abstrações, mas são esses modelos que dão sustentação teórica ao exercício prático.Por exemplo, a organização da universidade (aí incluídos os cursos) e a relação entre ela e a comunidade, onde aquela se insere, constitui um modelo. Há situação de existência de um estado auto-regulador que é benéfico para as partes envolvidas. Essa situação sempre considera as necessidades indicadas pelo ambiente social. Esse modelo implica a admissão de um sistema aberto com interface entre os dois ambientes. Situação oposta é aquela em que a universidade ocupa o centro de arenas concêntricas. Nessa última -outro modelo -a universidade sempre busca o controle das atividades nas quais ela tem participação. Aos demais -a comunidade -cabe posição de subordinação. Nesse modelo, a universidade reserva-se à orientação, segundo os seus interesses, a despeito das reivindicações do meio social. SISTEMAS EDUCACIONAIS.Todo sistema educacional -disso estamos aqui nos ocupando -é uma "construção". A simples referência a "sistema" tem implícito o significado mecâni-co, operacional. Diferentes sistemas podem ter a mesma organicidade, mas não necessariamente os mesmos objetivos. Aqui estamos nos referindo às idéias -talento inventivo -e às ideologias -maneiras de pensar que caracterizam indivíduos ou grupos de pessoas que tratam da formação das idéias.Há sistemas educacionais, convencionais, de natureza burocrática e tecnicista, onde os personagens do sistema falam inexoravelmente para si mesmos, não entre si. Os estilos cognitivos desses sistemas estão intimamente associados às categorias profissionais. Em seu estado mais puro, esses sistemas predominam nas instituições educacionais isoladas, onde as forças ideológicas da corporação e da tradição são fortes óbices à multiversidade, isto é, às múltiplas funções da universidade. A relutância à multiversidade é apoiada e reforçada pelo interesse e pelo entusiasmo de professores em ministrar assuntos de sua exclusiva área de atuação profissional. Estamos claramente indicando uma das razões de resistência à multiversidade.Mas há sistemas educacionais que, no gozo de sua autonomia e de interpretação de sua função, buscam escapar das chamadas "políticas governamentais". Essas políticas são, em essência, representativas das categorias profissionais. Há, dessa forma, ao contrário do exemplo anterior, sistemas educacionais que, espantando a mediocridade burocrática, admitem e incentivam o talento inventivo: são os grupos de pessoas que da formação das idéias se ocupam. Esses novos sistemas -e suas tecnologias educacionaissão instrumentos para o alcance de objetivo definido. Eles chegam ao núcleo de profissionais que demonstram interesse em oferecer ensino integral -cognitivo, atitudinal, criativo etc. -para o aluno, o que deve estar implícito no perfil desejado para ele.
Este artigo procura discutir conceitos teóricos sobre a interdisciplinaridade preconizados por alguns estudiosos para superação do ensino tradicional. Na Educação, considera-se que o desafio atual é o de assumir um paradigma teóricometodológico que permita o enfrentamento da ambigüidade, da contradição, da incerteza e que leve à percepção do significado do caos e da complexidade sem perder de vista a dinâmica e a singularidade do fenômeno em estudo e, sobretudo, dentro de uma perspectiva crítica e reflexiva sobre sua origem, natureza, interações e integralidade. O projeto interdisciplinar é uma ferramenta inovadora e que promove mudanças na educação. A atividade interdisciplinar reclama saber especializado, originalidade e diversidade de conhecimentos, permitindo a pluralidade de contribuições para compreensões mais consistentes acerca de determinado objeto, tal como ocorre no ensino de profissões da área da saúde.
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