IntroduçãoO propósito deste texto é colocar em evidência alguns problemas relativos às práticas de educação, comunicação e mobilização comunitárias no controle do dengue, para subsidiar o debate deste tema no contexto do I Fórum de Ciência e Tecnologia sobre Dengue, o qual interroga sobre inovações necessárias e possíveis no controle do dengue.Para desenvolver essa reflexão, consideramos fundamental apresentar alguns dos pressupostos que a fundamentam, para, em seguida, refletirmos sobre os problemas.Partimos primeiro da palavra comunicação, que tem origem no latim, na palavra communicatio, que, ao ser decomposta nos termos co, que significa simultaneidade, reunião; munis, que significa estar encarregado de; e tio, relacionado a atividade, nos remete ao entendimento da comunicação como uma atividade realizada conjuntamente, com a intenção de romper o isolamento e, portanto, como produto do encontro social.Se a comunicação, enquanto tal, é uma condição humana vinculada à linguagem e constitutiva do processo de hominização, é também uma ação humana que assume grandes complexidades que caracterizam a cultura contemporânea, em função da crescente incorporação tecnológica, da multiplicidade de mediações entre emissores-receptores e da diversificação de fluxos da informação, como observado por Castells (2003) e outros.Assim, vinculam-se a esse significante os termos troca, interação, intersubjetividade, diálogo, expressão, configurando-se a comunicação com múltiplas dimensões, que vão desde sua condição fisiológica, que envolve a audição, as sensações, a visão, para alcançar as dimensões afetiva, cognitiva, sociocultural e tecnológica. O advento das tecnologias de comunicação fez as mensagens circularem com grande velocidade e com fluxos multidirecionais entre múltiplos emissores e receptores (Castells, 2003). A comunicação em saúde envolve então, em suas múltiplas dimensões, a circulação de informações e conhecimentos em saúde oriundos de inúmeras fontes, em uma sociedade complexa. Participam desses processos de emissão e recepção de mensagens: os meios de comunicação massivos (tv, jornais, revistas), a família, as empresas, os debate
Due to the persistence of dengue and other arbovirus infections in Brazil, the government has stepped up measures to combat the Aedes aegypti mosquito vector. The responsibilities of community endemic disease workers (CEDW) and community health workers (CHW) include acting as intermediaries and disseminating knowledge in the community. The aim of this study was to analyze knowledge and practices in dengue control by different social subjects: residents and CEDW/CHW. Interviews were held with residents, field and mobilization CEDW, and CHW in two neighborhoods in Salvador, Bahia State, using focus groups. Residents expressed uncertainty on the form of transmission and hazards of dengue. Field CEDW voiced conflicting feelings due to the need to inform the community on issues over which they lack any control, while expressing personal dissatisfaction with their work and a feeling of underappreciation due to their lack of training. Mobilization CEDW blamed the population and emphasized their own importance as the solution to dengue control. CHW failed to reflect their field experience in their discourse and felt they had no responsibility over vector control. All the groups agreed that government is to blame for dengue and that the solution lies in education. There is an evident need for regular educational interventions, based on dialogue and awareness-raising to deal with residents' daily reality, drawing individuals (residents and CHW) into the knowledge-building process. Under the prevailing methodology, the dissemination of information and knowledge is insufficient to promote community improvements for dengue control.
Analisa-se a experiência do Curso de Especialização em Saúde Coletiva: concentração em Gestão Pública Municipal, desenvolvido no estado da Bahia, Brasil, visando qualificar gestores do SUS, mediante a política de Educação Permanente em Saúde (EPS). A Net-Escola de Saúde Coletiva desenvolveu a concepção e operacionalização do curso, articulando pressupostos da Educação a Distância à EPS, orientando-se por competências necessárias à gestão do SUS, para fortalecer projetos e ações que integram educação e trabalho. Desenvolveu-se entre 2009 e 2010, com cento e cinquenta vagas voltadas a gestores municipais de saúde e suas equipes, com base na interação todos-todos e na construção do conhecimento colaborativo, reforçando-se a autonomia e a autoria dos sujeitos, por meio da interatividade no ambiente virtual de aprendizagem, visando potencializar a formação de redes de aprendizagem colaborativa. Analisa-se como a estratégia pedagógica se desenvolveu, delineando-se os desafios enfrentados no processo de ensino-aprendizagem.
This paper discusses communication as a technology for risk control with health and safety protection and promotion, within the context of a "risk society". As a component of Risk Analysis, risk communication is a technology that appears in risk literature, with well defined objectives, principles and models. These aspects are described and the difficulties are stressed, taking into consideration the multiple rationales related to risks in the culture and the many different aspects of risk regulation and control in the so-called "late modernity". Consideration is also given to the complexity of the communications process, guided by theoretical and methodological discussions in the field. In order to understand the true value of the communications field for risk control with health and safety protection and promotion, this paper also offers an overview of communication theories that support discussions of this matter, proposing a critical approach to models that include the dimensions of power and culture in the context of a capitalist society.
ResumoO objetivo deste estudo é analisar a construção de sentidos em narrativas jornalísticas sobre problemas de saúde relevantes, como são as epidemias. O estudo focaliza a cobertura realizada por quatro jornais de Salvador, Bahia-Brasil, a uma epidemia de leucopenia por exposição ocupacional ao benzeno, ocorrida no Pólo Petroquímico de Camaçari-Ba, Brasil, nos anos de 1990 e 1991. A análise da ampla cobertura e diversidade das abordagens jornalísticas permite refletir sobre o papel da media no crescimento da consciência críti-ca da sociedade na proteção da saúde de coletividades.Analisa-se a narrativa construída pela articulação das 217 notícias publicadas sobre o tema ao longo de dezoito meses, com base na Teoria da Interpretação de Paul Ricoeur. A referência para a análise é a interpretação técnico-científica do evento, reconstituída através de análise documental e de entrevistas realizadas com pesquisadores, profissionais de saúde e de segurança do trabalho envolvidos com as ações de diagnóstico e controle da situação e proteção da saúde dos trabalhadores na ocasião da epidemia.Mediante diferentes níveis de análise, foram identificados quatro distintos sentidos da epidemia produzidos pelos diferentes jornais. Os argumentos que sustentaram os sentidos são descritos e analisados como meio de validar as hipóteses formuladas inicialmente, enquanto conjecturas na análise do discurso das narrativas, a partir da interpretação das posturas e movimentos dos jornalistas na busca da notícia. Os resultados são discutidos, considerando-se os discursos sociais correntes que fundamentam e informam os sentidos. Reflete-se também acerca dos limites e possibilidades das agências de notícias na comunicação de informações que contribuam para a promoção e proteção da saúde em situações de conflito, como são as epidemias, quando as populações afetadas anseiam por informação.
RESUMOAs mídias influenciam os sentidos entre profissionais e usuários, que podem coadunar com práticas assistenciais que reiteram o modelo manicomial. Por meio da análise de entrevistas realizadas com profissionais da Atenção Primária à Saúde, utilizando-se como material de apoio as notícias sobre o programa Crack, é Possível Vencer publicadas em jornais impressos, observou-se a emergência de uma formação discursiva Jurídico-Moral 'Humanizadora', sistema simbólico compartilhado pelos profissionais que rejeita em sua superfície a intervenção policial e carcerária para substituí-la pela violência sanitária, sustentando a internação compulsória diante da falência do convencimento. PALAVRAS-CHAVE
Objetivou-se avaliar os estabelecimentos veterinários e prestadores de serviços clínicos da cidade de Salvador - Bahia, quanto ao cumprimento da legislação referente ao gerenciamento de resíduos de serviços de saúde por meio da análise da prática, do conhecimento, e da percepção dos responsáveis técnicos sobre o tema. Entre setembro de 2010 e março de 2011, 36 clínicas e consultórios veterinários foram visitados e seus respectivos responsáveis técnicos entrevistados sobre o conhecimento, a prática e a percepção sobre o tema. Desses, 30,6% conheciam a legislação vigente, 2,8% implantaram o plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, 19,4% tinham contrato com empresa de coleta especial e 88,9% atribuíam riscos aos resíduos de serviços de saúde, além de outros aspectos que foram investigados. Os resultados mostraram que embora os responsáveis técnicos desconhecessem a resolução da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, eles tinham consciência dos riscos associados às práticas inadequadas de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde. O estudo revelou a necessidade de se perceber e corrigir as lacunas na formação profissional; na percepção dos riscos representados pelos resíduos de serviços de saúde; no diálogo entre as instituições e o profissional e na formulação de critérios que adéquem a legislação pertinente às características e à escala da geração de resíduos de serviços de saúde nos estabelecimentos médicos veterinários.
Controle sanitário da propaganda de bebidas alcoólicas no Brasil: estudo dos projetos de lei de 1988 a 2004
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