Este artigo trata da reelaboração do conceito de arquivo a partir da práxis artística. Apresenta e problematiza o percurso que levou a autora de uma percepção ingênua – ou ainda idealizada – da prática arquivística à concepção de arquivo como centro de forças na maioria das vezes dissonantes. Apoia-se, para isso, na própria experiência artística de que trata (e em seu relato) e, por outro lado, numa série de questões suscitadas por autores que, contemporaneamente, têm se dedicado a pensar os arquivos no contexto das práticas discursivas que o perpassam.
Este ensaio visual pretende se constituir num brevíssimo panorama de meus registros de processo, realizados sistematicamente desde março de 2014. Fundamentais para a pesquisa que realizo com o acervo fotográfico de minha família há mais de dez anos, aqui apresento algumas páginas do primeiro diário. Elas cobrem um período de aproximadamente quatro meses de pesquisa (março a julho de 2014) e dão provas de uma tomada de consciência cada vez maior e relação ao arquivo e à fotografia. Além disso, possibilitam identificar a diversidade de questionamentos comportados pela pesquisa em arte. Cada uma das imagens que seguem revela um aspecto do fazer de que trata o ensaio.
Este artigo trata do contexto de múltiplas crises que assola o tempo presente, especialmente no Brasil. A crise de saúde pública detonada pela COVID-19, num país com já não poucos problemas sanitários, é vista como o pano de fundo para o acirramento de outras mais amplas e recorrentes, de ordem social, política, econômica e comunicacional. Assim, com base em eventos recentes e amplamente divulgados por veículos midiáticos de diferentes naturezas, pretende-se apontar pemanências que denunciam crise maior e que está na base da persistência de todas as outras: a crise de memória histórica.
A reflexão, de caráter transdisciplinar, apoia-se em autores de diferentes áreas, principalmente historiadores e filósofos, e também em imagens, a maioria delas apropriada da internet, que ajudam a reconstituir o panorama mais amplo em que se originou este artigo: o da circulação massiva de informações, muitas delas visuais e nem sempre verdadeiras, que dão corpo a tal contexto de crises.
Este artigo visa à elaboração de uma crítica às imagens e aos espaços de poder em que circulam, apoiando-se na noção de visibilidade elaborado pela filósofa argelina Marie-José Mondzain. A autora destaca a vocação para o trânsito e as relações com o poder como características fundamentais das imagens. As consequências disso, que incluem o controle de visibilidades, serão levadas em consideração para a análise do objeto de nossas pesquisas: o arquivo, incluindo um arquivo pessoal de fotografias de família, por um lado, e arquivos de imagens digitais feitas com celular de outro.
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