A obesidade é caracterizada pelo aumento excessivo da gordura corporal e está ligada ao estilo de vida, ao meio ambiente e a genética do indivíduo. O equilíbrio entre ingestão e gasto energético é controlado por mecanismos neurais, hormonais, químicos e genéticos. Estudos sugerem que o gene FTO (Fat mass and obesity associated) atua como regulador primário do acúmulo de gordura corporal, quando associado a SNPs (Single Nucleotide Polymorphism) específicos, predispõe à obesidade. O propósito deste trabalho foi verificar a produção científica, analisar e catalogar os estudos de polimorfismos no gene FTO associados à obesidade e suas comorbidades. A busca por publicações entre 2009 e 2018 foi realizada na base de dados SciELO com a palavra-chave “FTO”. Foram encontrados 23 artigos originais dentro dos critérios da pesquisa que correlacionam o FTO à obesidade. O nome do autor principal, país, idioma, ano de publicação, título, objetivo, polimorfismo associado e os resultados dos estudos foram extraídos e organizados para facilitar a tabulação dos dados. Também foram pesquisados os números de citações de cada artigo, utilizando-se a plataforma Google Acadêmico. Embora o Brasil se encontre em primeiro lugar em produção científica para o gene FTO na base de dados prospectada, o número de artigos originais ainda é muito modesto. Assim, os resultados encontrados podem servir de subsídio no delineamento de novas pesquisas sobre os polimorfismos do gene FTO e as causas da obesidade.
O objetivo deste trabalho foi determinar a existência de concordância entre os métodos radioisotópico e radiológico e, em caso positivo, avaliar a utilidade do SPECT ictal na determinação do foco epileptogênico. Foram realizados SPECT ictal, ressonância magnética (RM) e ressonância magnética com espectroscopia de prótons (RME) em seis pacientes com epilepsia de lobo temporal refratária. O SPECT ictal foi realizado após a retirada das drogas antiepilépticas durante monitoramento por vídeo-EEG, utilizando-se o 99mTc-ECD, administrado aos pacientes no início da crise. As imagens de RM foram obtidas em T1, T2 e FLAIR, com cortes de 3 e 5 mm de espessura, e a RME foi realizada com técnica PRESS, com voxel único posicionado no hipocampo, bilateralmente. A análise estatística incluiu os valores de Kappa (k), erro-padrão (ep) e o nível de significância (p) para a lateralização do foco. Os achados foram analisados com base na localização por EEG da descarga ictal, no tempo de duração da crise (109-280 s; média: 152 s) e no tempo de administração do traçador (30-262 s; média: 96 s). Obtivemos dados correlatos em quatro pacientes (67%), com valores de k = 0,67, ep = 0,38 e p = 0,041. Concluímos que existe concordância entre SPECT ictal, RM e RME, e a utilidade do procedimento radioisotópico está relacionada aos casos em que o EEG não é diagnóstico e quando há discordância ou indefinição diagnóstica na análise comparativa entre EEG, RM e RME.
A obesidade é definida pelo excesso de gordura corporal acumulada no tecido adiposo quando o indivíduo atinge valores de IMC igual ou superior a 30 Kg/m2. Constitui um dos principais fatores de risco para várias doenças não transmissíveis (DNTs) como por exemplo, diabetes mellitus tipo 2 (DM2), doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral e até mesmo o câncer. Embora a obesidade esteja diretamente relacionada com o consumo calórico excessivo em relação ao gasto energético diário, sua etiologia pode estar associada a baixos níveis de atividade física, a alterações neuroendócrinas e aos fatores genéticos. Considerando o componente genético, esta pode ser classificada como sindrômicas e estar associada às alterações cromossômicas estruturais ou numéricas, ou como não sindrômica, quando relacionada, principalmente, com os polimorfismos de nucleotídeos simples (SNPs) em alelos que atuam como herança monogênica, ou ainda com a interação vários genes (poligênica multifatorial). Apesar de existirem muitas etiologias diferentes, normalmente a obesidade é tratada a partir da mesma abordagem, desconsiderando a fisiologia que a desencadeou. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi abordar a obesidade genética não sindrômica por meio a) da descrição breve de perspectiva histórica sobre seu entendimento; b) da exposição dos principais mecanismos moleculares envolvidos com o controle de peso; c) da compilação dos principais genes e SNPs relacionados; d) da definição dos principais genes; e e) da abordagem das principais perspectivas de intervenção.
Resumo: Introdução: A Lei nº 12.871/2013, também conhecida como Lei do Mais Médicos, buscou, entre outras ações, reordenar a oferta de cursos de Medicina, priorizando regiões de saúde com menor relação de vagas e médicos por habitante e com estrutura de serviços de saúde, além de estabelecer novos parâmetros para a formação médica no país. Por sua vez, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos cursos de graduação em Medicina foram criadas para a organização, o desenvolvimento e a avaliação desses cursos no âmbito dos sistemas de ensino superior do país. As DCN decorrem de um longo processo de diagnóstico e propostas de intervenção nos cursos de Medicina desde os anos 1990, iniciado com o Projeto da Comissão Interinstitucional Nacional de Avaliação do Ensino Médico (Cinaem), mediante a observação de muitas experiências, nacionais e internacionais, que implementaram mudanças curriculares. Relato de experiência: Este trabalho tem como objetivo apresentar o processo de construção e implementação de um currículo orientado por competências, correlacionando, nesse processo, as metodologias de ensino aprendizagem e o modelo curricular. Discussão: Foram ofertadas oficinas de desenvolvimento docente com foco nas metodologias ativas de ensino-aprendizagem por meio de um movimento organizado entre os docentes, contemplando o aprendizado baseado em problemas, o aprendizado baseado em equipes, a preleção dialogada, a simulação realística e a problematização. Também se abordou, em módulos específicos, a avaliação do processo, do desempenho do estudante e da instituição. Conclusão: A implantação desse modelo curricular tornou-se um marco de mudanças na instituição, pois envolveu gestão educacional, infraestrutura e implementação no curso de Medicina, de modo a beneficiar a escola como um todo. A possibilidade de criação de cenários de ensino para além dos espaços das IES proporcionou maior conhecimento da realidade, abriu espaço para novos projetos destinados à comunidade e estimulou o intercâmbio entre o ensino, o serviço e a comunidade.
O contato direto e a disseminação aérea são os principais mecanismos de transmissão do SARS-CoV-2. Uma abordagem direta para limitar as transmissões virais no ar é inativá-las dentro de um curto período de tempo após sua produção é a luz ultravioleta C (UVC). Neste sentido, o objetivo do presente estudo foi de avaliar a efetividade do uso de luz ultravioleta na esterilização de aerossóis contaminados pelo SARS-CoV-2. Para o estudo foram analisados todos os pacientes que estavam internados na enfermaria COVID com resultados dos swabs positivos. O paciente escolhido para o estudo encontrava-se com resultado positivo e com 8 dias de sintomas. As medições de contaminação da deposição de aerossol na mesa de tomografia foram realizadas em triplicatas, utilizando swabs estéreis com meio de transporte viral. O paciente foi mantido sozinho dentro desta sala por 30 minutos produzindo aerossóis para que pudesse ocorrer contaminação do ar. Após, foram realizadas as medições utilizando a exposição à luz ultravioleta C, coletada nos minutos 0, 5, 10, 15, 30, 60, 120 e 180, após o paciente ter deixado a sala de tomografia. Esta sequência de medições foram realizadas em 6 dias, sendo o primeiro dia sem a exposição da luz UVC e 5 dias com a exposição da luz UVC. Após a coleta dos dados, foi realizada a análise dos swabs para os resultados através do método RT-PCR. Os resultados encontrados das coletas desde o tempo 0 até 180 minutos foram negativos para os 6 dias de estudo. Os resultados dos swabs do paciente seguiram positivos do primeiro até o último dia de estudo. Sendo assim, conclui-se a efetividade da utilização da luz ultravioleta como uma forma de descontaminação, juntamente com a ação antimicrobiana do desinfetante, pois a ausência do vírus vivo evidencia a importância de cuidados de higienização para evitar a reincidência da contaminação após a limpeza.
Introdução: A poliomielite é uma doença infectocontagiosa considerada erradicada, cuja transmissão se dá através do vírus Poliovírus. Apesar de sua erradicação, a cobertura vacinal ainda deve ser priorizada, visto que há circulação do vírus em alguns países árabes e africanos. Métodos: Estudo dos dados do DATASUS - TABNET com a seleção do tópico “Paralisia Flácida Aguda”, entre os anos de 2020 e 2021, com três análises feitas na aferição dos dados. Também foi realizada pesquisa epidemiológica na plataforma Google acadêmico com a palavra “poliomielite”. Resultados: Os resultados obtidos demonstraram que os maiores números de casos reportados não se encontram nas regiões de extrema pobreza, mas sim nas outras localidades. Dessa forma, verificou-se que as regiões de pobreza abrigaram 15,04% dos casos em 2020 e 14,28% em 2021, e as demais regiões mostram porcentagem de 84,95% em 2020 e 85,71% em 2021. Foi possível observar, ainda, que no cenário da pandemia houve uma diminuição das taxas de vacinação, visto que a gestão irregular das medidas de contenção, conjuntamente com o medo, contribuiu para a menor realização de campanhas e acompanhamentos vacinais. Conclusões: Constatou-se que a incidência de casos de poliomielite não ocorre somente em áreas de extrema pobreza. Por se tratar de uma doença incurável e de alta transmissibilidade, a prevenção é essencial, sendo a vacina o meio mais efetivo de proteção contra a doença. Portanto, é necessária uma revisão das ações nas unidades básicas de saúde e controle de vacinação nos centros onde a cobertura vacinal tem diminuído.
Introdução: A Hanseníase é uma das doenças mais antigas mundialmente das quais se tem relato histórico, essa doença sendo causada por uma bactéria que atinge nervos periféricos, mucosas e pele e se não for tratada de forma precoce, pode causar incapacidade física e mental. Além disso, o Brasil é o único país que não alcançou a meta de erradicação da doença como problema de saúde pública. Objetivo: Compreender a importância e do papel das áreas de pobreza na construção do cenário da hanseníase. Métodos: Estudo epidemiológico de abordagem quantitativa utilizando os dados da plataforma DATASUS sobre a doença nos anos de 2020 e 2021 e filtragem da busca em municípios de extrema pobreza. Resultados: Observou-se números expressivos com relação ao total de casos nas regiões de extrema pobreza em relação às demais regiões. Conclusão: Por serem mais vulneráveis que outras regiões, as áreas de extrema pobreza precisam de monitoramento epidemiológico e ações de prevenção constantes para atingir a meta de erradicação da doença como problema de saúde pública.
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