O artigo apresenta experiência didática que articulou outras metodologias e disciplinas para leitura socioterritorial em favelas paulistas. A disciplina de pós-graduação procurou compreender as dinâmicas urbana e social da favela São Remo em São Paulo, relacionando sua formação histórica e a realidade atual. Diante das transformações das relações social e urbana das favelas paulistas nos últimos 20 anos, justifica-se a necessidade da experimentação de outras práticas didáticas de leitura e compreensão do território de intervenção. A formação de pesquisadores e projetistas aptos para outras formas de leitura nos levou a estudar a favela São Remo associando pesquisa teórica à vivência na comunidade. Os resultados, sintetizados em cartografias e diagramas, permitiram acesso claro a dados históricos, territoriais e sociais complexos da favela e foram ordenados em plataforma digital (site) para socializar o conhecimento além do âmbito acadêmico. Concluímos que a análise das áreas precárias necessita de um campo ampliado de leituras e reflexões capazes de contemplar a complexidade do lugar e seus habitantes, rompendo o estigma que aparta o entendimento de cidade na vida de bairros precários.
Resumo No âmbito do concurso Marielle Franco Community Design Award a universidade PUC-Rio sediou o 1º Seminário Científico Latino-americano em Questões de Risco, Arquitetura Humanitária e Gênero, que está na origem da coleção de artigos reunidos para esta seção especial. Este encontro, de fala portuguesa e castelhana, de países europeus, africanos e latino-americanos, teve como fio temático condutor expressões materiais e imateriais do direito à cidade: ações comunitárias voltadas para redução dos riscos, melhorias do espaço público, das infraestruturas e da moradia. Na linha do concurso Marielle Franco Award que premeia arquitetos humanitários, o seminário encorajou o debate sobre questões de gênero e o papel das mulheres. Das suas lutas pela família, moradia adequada, segurança, higiene e privacidade, combate à discriminação, direito à igualdade de oportunidades, à participação política, à autonomia econômica, à educação, ao envolvimento no planejamento, desenho, produção, uso e ocupação do espaço urbano. As comunicações tiveram como pano de fundo os ODS – objetivos de desenvolvimento sustentável, em particular, os que se relacionam com a erradicação da pobreza, mitigação das desigualdades, reforço da sustentabilidade, da segurança e da resiliência urbana. Outros referentes foram o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, o Quadro de Sendai para a redução de risco de desastres e o Manifesto pelo Direito das Mulheres à Cidade. O presente artigo discute a temática a partir de seu quadro conceitual e prático do desenvolvimento internacional, preenchendo as lacunas identificadas pelos autores e artigos selecionados.
Este livro espera contribuir com a divulgação de repertório e com a circulação de ideias sobre as práticas recentes de intervenção urbana em áreas informais de precariedade urbana e habitacional em cidades latino-americanas. Com isso, almeja-se delinear um quadro de como a questão da intervenção urbana, em áreas de precariedade urbana e habitacional, está sendo tratada no ensino de graduação da Arquitetura e Urbanismo, na investigação docente ou na pesquisa de pós-graduação. A obra foi elaborada com a intenção de colaborar para a construção de um conjunto coerente de conhecimentos sobre a problemática urbana das áreas informais latino-americanas, mostrando diferenças e semelhanças de processos urbanos, a partir de diversas perspectivas dos autores/pesquisadores que se debruçaram sobre o tema.
O artigo apresenta uma análise sobre os principais avanços e desafios do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do Litoral Norte paulista à luz das territorialidades, ou seja, das relações de poder político, econômico e cultural que se expressam no território e o configuram. A análise está baseada nas principais questões relacionadas aos avanços e desafios do ZEE no país, no histórico de implementação do zoneamento no Litoral Norte, desde sua aprovação em 2004 até sua revisão em 2017, e nos depoimentos de atores sociais. O artigo está organizado em quatro partes. A introdução apresenta uma breve contextualização do desenvolvimento do ZEE como instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente de 1981 e do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro de 1988 e a base teórica e metodológica da pesquisa. Na segunda parte, resume-se o histórico da implementação do gerenciamento costeiro no estado de São Paulo e do ZEE no Litoral Norte paulista. Em seguida, apresenta-se o resultado da análise, que destaca os avanços e desafios do ZEE à luz das territorialidades. Na última parte, são feitas as considerações finais.
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