Iniciam com o contexto teórico das Ciências Sociais que, ao dar voz às pessoas adoecidas, recupera suas trajetórias, histórias de vida e narrativas 1 , sobretudo nas relações entre identidade, self e experiência.Os demais capítulos desta parte apresentam uma análise de itinerários terapêuticos de indivíduos ou grupos sociais, contrapondo as dimensões simbóli-cas e materiais em relação à disponibilidade, oferta e acessibilidade aos recursos terapêuticos. Salientam a importância de pesquisas qualitativas, o uso de métodos qualiquantitativos e quantitativos nas investigações, articulações com a prática assistencial valorativa da perspectiva das crianças e adolescentes em condição crônica e, como desafio, procuram reconhecê-los como sujeitos do adoecimento, dignidade e respeito à condição humana.Finalizam esta parte, com discussões teóricas reconhecidas como socioantropológicas, que se centram na categoria fundante de experiência de sofrimento, ao qual constitui o campo da sociologia da vida cotidiana na interface com o adoecimento crônico que, ao alinhar-se à fenomenologia socioló-gica, se encarrega em compreender a experiência do adoecimento inserida na realidade da vida cotidiana.As narrativas de pessoas adoecidas são coerentes com a trajetória de vida, biografia, inserção específica em um presente particular e na relação com "outros". Nesse ponto, salienta-se a pertinência relacional entre as realidades subjetiva e objetiva, de modo que, a experiência representa o objetivamente representado em formações e sobreposições contínuas e ininterruptas de conhecimentos 5 . A segunda parte, organizada em seis capítulos, que valorizam as narrativas da experiência do adoecimento, em relevante base teórica e metodológi-ca, principiam a análise dos modos peculiares de experienciar a leucemia mielóide crônica e as (re) significações intersubjetivas conferidas nas relações sociais. Na sequência, contempla-se o universo simbólico, envolto nas alimentações de gestantes de risco internadas por diabetes, e análises das repercussões materiais e imateriais de pessoas em idade adulta, com história pregressa de doença falciforme -suas infâncias e adolescências marcadas por experiências de intercorrências, limitações e privações.Os autores trazem implicações individuais simbólicas e subjetivas do corpo adoecido e com dores crônicas, acompanhadas de mudanças nos hábitos e rotinas manifestos em conflitos cotidianos. As reconfigurações diante do processo de adoecimento fazem parte das discussões, e contrapõem-se à perspectiva biomédica preconizadora dos elementos objetivos envoltos na doença (disease), propriamente. Finalizam com discussões sobre a adesão dos medicamentos pelas pessoas com hipertensão arterial A obra desdobra-se em três partes que abordam as reflexões teórico-metodológicas; as análises de narrativas e experiências de condições crônicas; e a interface da cronicidade no cuidado integral e os desafios da organização dos serviços de saúde às condições crônicas.Os cinco capítulos da primeira parte, discutem, em suma, as bases ...
Objective: Inappropriate use of the emergency department (ED) represents a major worldwide issue both in pediatric and adult age. Herein, we aim to describe features of pediatric visits to the ED of Salerno University Hospital and to evaluate parental reasons behind the decision to walk in.Materials and Methods: We performed a retrospective observational study evaluating ED encounters for children from January 2014 to December 2019. The appropriateness of visits was measured with a national tool assessing every ED encounter, namely, “the Mattoni method,” which consists of the combination of the triage code assigned, the diagnostic resources adopted, and the consultation outcomes. Moreover, 64 questionnaires were collected from a sample of parents in the waiting rooms in January 2020.Results: A total number of 42,507 visits were recorded during the study period (19,126 females; mean age ± SD: 4.3 ± 3.8 years), the majority of whom were inappropriate (75.8% over the considered period; 73.6% in 2014; 74.6% in 2015; 76.3% in 2016; 76.7% in 2017; 77.9% in 2018; 75.5% in 2019). Most of the inappropriate consultations arrived at the ED by their own vehicle (94.4%), following an independent decision of the parents (97.2%), especially in the evening and at night on Saturdays/Sundays/holidays (69.7%). A multivariate analysis revealed the following: patients of younger age (OR: 1.11, 95% C.I. 1.06–1.16; p < 0.0019), night visits (OR 1.39; 95% C.I.: 1.32–1.47; p < 0.001), patients living in the municipality of Salerno (OR 1.28; 95% C.I.: 1.22–1.34; p < 0.001), weekend day visits (OR 1.48; 95% C.I.: 1.41–1.56; p < 0.001), and independent parental decision without previous contact with primary care pediatrician (OR 3.01; 95% C.I.: 2.64–3.44; p < 0.001) were all significant independent predictors of inappropriate consultation. The most frequent trigger of ED encounters was fever (51.4%). Hospital admission made up 17.6% of all consultations. The questionnaire showed that most parents were aware of the lack of urgency (20.3%) or minor urgency (53.1%) of the visit. The reasons for walking in were the impossibility to receive a home consultation (70%), the difficulty of contacting their family pediatrician during weekends and holidays (54.4%), as well as the search for a quick, effective, diagnosis and therapy (48.4%).Conclusions: The study suggests a highly inappropriate use of ED for children in our region. This issue deserves considerable attention by health care system leaders in order to optimally integrate hospitals and primary care.
Resumo: Este ensaio tem a proposta de trazer em texto as impressões, os indícios, as marcas e as afetações no trabalho de campo em uma penitenciária nos dias de visitas de familiares. São seguidos três momentos não estanques de um certo ritual da visita ao familiar que abrange: o trajeto das mulheres até a penitenciária; a espera para a visita na área externa da penitenciária; os rituais e procedimentos requisitados para a entrada no espaço interno. Diante do olhar, do ouvir e do interagir com o mundo vivido de familiares de pessoas aprisionadas, deixo-me afetar, vejo-me possibilitada a descrever detalhadamente os objetos, as situações, a realidade partilhada nos dias de visitações. Palavras-chave: Dias de visita; Penitenciária; Familiares; Mulheres
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O presente estudo tem por objetivo analisar as repercussões imateriais e materiais de privação de liberdade de familiar postas na experiência de mães e companheiras. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória, realizada com mães e companheiras de pessoas privadas de liberdade de uma Penitenciária Estadual Masculina do Estado de Mato Grosso em 2018. Para a coleta dos dados, valeu-se das técnicas do grupo focal e da entrevista compreensiva, sendo uma complementar a outra, utilizando roteiros com questões temáticas e flexíveis, adotando-se a análise temática não tradicional para o tratamento dos dados. Foram construídas duas categorias: Repercussões imateriais do aprisionamento de familiar: continuidades e descontinuidades na identidade feminina e os efeitos sociomorais; e, Repercussões materiais do aprisionamento de familiar. Verificou-se as seguintes repercussões: construção da identidade social da mulher (persistência, constrangimentos, humilhações, sacrifícios), sociomorais (vergonha, estigmatização, exclusão social) e materiais (aumento das despesas domésticas, dificuldade de acesso ao Auxílio-Reclusão). O aprisionamento ultrapassa e atinge os familiares, tensionando valores, normas, deveres e obrigações sociais, morais e financeiras.
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