O presente artigo objetiva analisar o discurso religioso e as relações interdiscursivas na construção do sentido e como estes auxiliam a construção da identidade nordestina. O corpus é composto pelo cordel “Uma história do sertão”, de Joaquim Eustáquio de Oliveira (2015), escolhido por ser um gênero popular e rico em manifestações culturais. Para tanto, embasamo-nos em pesquisadores e teóricos que têm a temática em questão como foco, sendo eles: Pêcheux (1990; 1998), Foucault (1997), Maingueneau (2005), Moita Lopes (2002; 2006), Possenti (2003). O discurso religioso explora sistematicamente os dizeres ‘já-proferidos e, quando se concretizam esses usos, os sujeitos ativam as memórias discursivas armazenadas, descobrindo algo próximo/familiar e os reproduzem de acordo com sua leitura particular, por intermédio de projeções que, por sua vez, são resultados de um legado constituído socialmente. A análise conduz à constatação de que esse gênero constitui-se em rico material de exploração didática num campo discursivo e de que nossas ações verbais estão num constante processo de construção e reconstrução, por meio das diversas vozes que permeiam o texto. Dessa forma, a análise demonstrou as marcas da interdiscursividade por meio do discurso religioso na materialidade do cordel.
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