RESUMOO presente artigo propõe realizar uma análise sociojurídica da introdução da perspectiva da violência de gênero no ordenamento jurídico brasileiro. Através da apresentação das leis 13.104/2015 e 11.340/2006, com ênfase na primeira que versa sobre o feminicídio, demonstra-se uma especialização da legislação penal que aprimora a punição de homens que matam em razão do gênero. Também foram apresentados a relação da desigualdade de gênero com a ocorrência da violência contra a mulher e sua persistência no decorrer da história da humanidade. Diante dos dados apresentados e da pesquisa realizada, foi possível concluir que a violência de gênero permanece presente na realidade brasileira, vitimando muitas mulheres, fazendo-se necessária a especialização da legislação no sentido de punir, prevenir e erradicar esta forma de violência, que é resultado de uma sociedade eminentemente patriarcalista e machista. Para desenvolvimento deste artigo foi utilizada como metodologia a pesquisa bibliográfica.
O escopo deste artigo é analisar as razões e consequências do êxodo rural feminino na perspectiva da juventude rural feminina de uma comunidade no Norte de Minas Gerais. Os estudos sobre gênero e ruralidades atribuem às atividades das mulheres em meio rural como invisíveis e a “crise” da sucessão geracional rural. Para além, dessas problemáticas cotiza-se relacionar o êxodo rural feminino como alternativa para que as mulheres possam construir seus próprios projetos de vida sem a imposição do universo patriarcal. Nesse aspecto, resgatam-se alguns depoimentos e registros de diário de campo feitos com mulheres jovens de uma comunidade na região Norte de Minas Gerais, entre os anos de 2013 e 2014. Cuja técnica baseia-se nas entrevistas em profundidades adotando-se uma abordagem qualitativa. Os resultados evidenciaram que a saída das jovens está relacionada a dificuldades de encontrar trabalho, falta de educação para dar continuidade aos estudos, a maioria das jovens vê a migração como opção; seja o deslocamento para estudar ou a trabalho, majoritariamente essa inserção no mercado de trabalho se dá via trabalho doméstico nas cidades. Entre as consequências da migração feminina na comunidade estão a “masculinização”, diminuição do número de matrimônio, aumento do alcoolismo entre os homens, ruptura de vínculos das relações familiares e o envelhecimento rural.
Resumo: Este trabalho tem como objetivo fazer uma revisão teórica sobre o papel das emoções na ação coletiva, em especial, nos protestos políticos. O trabalho retoma, primeiramente, os estudos sobre a sociologia das emoções que surgem nos Estados Unidos na década de 1970 e que buscam recolocar as emoções como objeto de estudo das ciências sociais. Assim, são apresentadas importantes abordagens teóricas e autores, entre eles Hochschild, Collins, Kemper, que construíram parte desse campo de estudos e ajudaram a fundamentar os trabalhos sobre ação coletiva e emoções. A partir daí, buscou-se apresentar como as emoções podem ser importantes para a luta política e como elas podem ser centrais nas ações de protestos, uma vez que emoções podem ser criadas e transformadas para mobilizar pessoas a ação coletiva.
Nas últimas décadas, as dificuldades do modelo de desenvolvimento convencional em se tornar, de fato, o grande propulsor de mudanças no campo econômico e, por conseguinte, nas demais esferas da vida social, têm sido criticamente analisadas por teóricos latino-americanos do pós-desenvolvimento e pela busca de alternativas. Com base em pesquisa bibliográfica, o presente artigo tem como objetivo analisar a discussão do buen vivir no campo de estudos sobre o desenvolvimento, procurando entender como essa nova proposta, que incorpora a dimensão cultural de influência indígena andina na busca por outras formas de ver e se relacionar harmonicamente com o mundo, tem avançado na América Latina. Constata-se que, apesar das dificuldades e desafios, o buen vivir tem ganhado espaço e difusão no plano acadêmico, social e político, abrindo possibilidades para processos de emancipação desses países ante as amarras dos discursos sobre desenvolvimento de base economicista até então dominantes.
Resumo O artigo trata do trabalho doméstico como manifestação das experiências de mulheres na migração de comunidades rurais de mulheres para atuar no trabalho doméstico nas casas das famílias de classe média e alta nas cidades. Em termos metodológicos o artigo apresenta uma pesquisa qualitativa realizada com entrevistas. Verifica-se o trabalho doméstico e as migrações rurais-urbanas de mulheres como expressão da soma das desigualdades e parte do ciclo histórico de desigualdade estruturante e discriminação sistêmica a partir de um campo de análise baseado em interseccionalidades. Palavras-chave: Desigualdades. Trabalho Doméstico. Migrações Rurais-Urbanas. Mulheres. Interseccionalidades. "IN THE HOUSE OF OTHERSâ€: woman, domestic and migrants? A sum of female inequalities Abstract The article seeks to highlight the housework as an effect of experienced inequalities in women's migration from rural communities to urban domestic labor in middle-class family houses. Methodologically the paper discusses a qualitative research conducted by interviews. The rural-urban migration seen as an expression of the sum of inequalities and historical cycle of structural inequality and systemic discrimination is an object within a field of analysis based on intersectionalities. Keywords: Housework. Rural-urban migration. Women. Intersectionalities.Â
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O cotidiano da população transgênero no Brasil é marcado por preconceitos, pela violência, pela fragilidade na obtenção de renda e pela ausência de políticas públicas específicas e integradas. Em tempos de pandemia, esses sujeitos vivenciam a agudização de vulnerabilidades múltiplas e interseccionadas já existentes, sem que haja, até o momento, amplas e específicas iniciativas por parte do Estado que orientem e instruam as pessoas gênero divergentes. A partir dessa realidade provocativa e ainda pouco debatida, o presente estudo buscou, por meio de pesquisa bibliográfica e levantamento de dados, trazer reflexões sobre a repercussão e os impactos da pandemia da Covid-19, atualmente em curso no mundo, sobre a população transgênero brasileira.
As discussões engendradas no presente artigo descrevem o contexto histórico e a constituição dos Programas de Pós-graduação no Brasil, assim como dos sistemas avaliativos que lhes envolvem. São expostas reflexões críticas quanto à representatividade feminina nas esferas educacionais, com ênfase na educação superior e na pós-graduação stricto sensu, como também a inserção feminina no mercado de trabalho. Já as correlações entre pós-graduação, gênero e mercado de trabalho, são demonstradas mediante a exposição de alguns resultados empíricos da Pesquisa “Profissionais e mercado de trabalho: acompanhamento de Egressos do Curso de Mestrado e Avaliação do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social/Unimontes”, da cidade de Montes Claros, e que foi realizada até agosto de 2020. A análise contemplou variáveis quanto à cor de pele e gênero, tendo em vista demonstrar diferenças e desigualdades que ainda persistem no universo que abrange os cursos de pós-graduação stricto sensu.
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