Estabelecemos uma reflexão sobre o estilo como categoria heurística da análise da autoria nos formatos seriados de ficção televisiva: tal uso vincula essa categoria às dinâmicas sociais de atribuição autoral, uma vez reconhecidas as instâncias de tomada de decisão em processos criativos e o funcionamento textual de tais obras. Avançamos assim a hipótese da conjunção de questões de método vindas de duas fontes, a saber: a observância a processos sociais da autoria (na definição de agentes responsáveis e das dinâmicas sociais de reconhecimento) e aquelas que se associam às gramáticas textuais dos formatos seriados (na escritura dramatúrgica e nos princípios da encenação audiovisual). (Princípios da encenação audiovisual).
Este artigo busca contribuir com as discussões sobre as especificidades das séries ficcionais realistas, sobretudo no que concerne à capacidade que estas obras com frequência têm de gerar um efeito de crença que parece apagar a distinção entre o mundo da ficção e o mundo vivido. Abraçando a questão das diretrizes autorais que orientam uma obra como uma via importante para compreender as dimensões poéticas internas que promovem esses efeitos, este artigo explora como o impulso jornalístico que moveu o autor-criador de The Wire, David Simon, incitou a construção de um universo narrativo singular no seriado e a criação de uma forte ilusão de realidade por ele.
Como tem sido narrado os ideais amorosos da atualidade, o amor erótico romântico, nas telenovelas brasileiras? O que a experiência da autoria nas telenovelas brasileiras podem ajudar a pensar estes modos de narrar o amor? Considerando o escopo deste artigo, examinamos Mulheres Apaixonadas (TV Globo, 21 horas, fevereiro/outubro de 2003, direção geral de Ricardo Waddington) escrita por Manoel Carlos, um dos casos exemplares da experiência de autoria na televisão brasileira que faz da temática amorosa um dos seus temas de reconhecimento e consagração no campo da telenovela.
RESUMO O presente artigo parte da discussão sobre o pós-humano que vem crescendo ao longo dos últimos trinta anos, destacando especialmente a década de noventa quando pesquisadores do cenário internacional e nacional ampliaram o debate, a partir das hibridações entre o corpo e as inovações tecnológicas. Esta temática também vem sendo apresentada de distintas formas na literatura, como no clássico Frankenstein de Mary Shelley (1818); e na linguagem audiovisual com animações, histórias em quadrinhos, filmes e narrativas seriadas televisivas. É nesse contexto que se insere este artigo que, partindo da questão o que é ser pós-humano na sociedade contemporânea, dialoga com as produções fílmicas e séries televisivas, especialmente analisando a série Westworld, transmitida pelo canal HBO, desde o ano de 2016. O nosso objetivo é, tomando como referência a trama dessa série, discutir e refletir sobre a linha tênue que nos separa dos androides em uma sociedade em que, de certa forma, todos nós estamos nos tornando pós-humanos. Os resultados da análise estabelecendo relações entre a narrativa da série indicada e o contexto da sociedade contemporânea, especialmente os relacionados com espaços de aprendizagem escolar e acadêmico, apontam preocupações relacionadas com temas emergentes como vigilância, acesso indevido e antiético aos dados gerados e armazenados a partir de algoritmos, a interface homem/máquina, ações invasivas mediadas pelas tecnologias que são acopladas para potencializar funções cognitivas e, por fim, a questão da violência que tem retornado neste atual contexto mediado pelo medo. Embora os resultados não pareçam alvissareiros, destacamos que a emergência de novas formas de hibridação que favorecem a (re)construção do pós-humano nos permite explorar universos inusitados, potencializando novas formas de viver, aprender e amar na sociedade contemporânea, indo além de extensões e próteses para fundamentar práticas criativas e inovadoras, especialmente no cenário escolar e acadêmico.
Criação e inovação na ficção televisiva brasileira em tempos de pandemia de Covid-19 PRIMEIRA PARTE Inovações estilísticas e invenções criativasRoteiristas-autores e a inovação nas telenovelas da década de 2010 ao contexto da pandemia .
A leitura dos resultados da investigação sobre recepção das telenovelas, em particular, das articulações analíticas da mediação de gênero com a mediação videotécr,ica, apresentados no livro 'Vivendo com a telenovela" (Summus, 2002) gerou este artigo que pretende estimular um debate sobre a aplicabilidade e a pertinência de alguns dos conceitos formulados por Bourdieu: o espaço das obras, tomadas de posição dos realizadores e o campo de produção destas obras, tendo em vista aprimorar a reflexão sobre o lugar dos realizadores na interface entre o processo de elaboração, consumo, apreciação e recepção das telenovelas e as suas estratégias textuais, os modos de funcionamento deste texto audiovisual midiático.
Neste texto apresentam-se reflexões em torno da seguinte questão: em que medida o conhecimento da trajetória dos realizadores das obras massivas e dos processos de fabricação destes produtos colabora na análise dos processos de consumo cultural e dos muitos modos de compreensão e interpretação dos sentidos ofertados, um dos muitos elementos que podem interferir nas práticas dos agentes, consumidores dos mass media nas sociedades contemporâneas. Os pontos aqui colocados advêm de pesquisa sobre os sentidos produzidos nas telenovelas brasileiras dos anos 90, exibidas após o Jornal Nacional, pela TV Globo.
RESUMOEste trabalho traça a dinâmica do processo de consagração de 1984, filme publicitário que lançou o Macintosh da Apple. Com base na sociologia de Pierre Bourdieu, foi analisado o estado do campo publicitário e do espaço das obras dados naquele momento a fim de averiguar as condições do espaço social que tornaram seu surgimento possível. Através do levantamento e da análise de dados contextuais e de depoimentos, conclui-se que o lugar ocupado pelo filme é homólogo a posições que podem ser consideradas a vanguarda do campo publicitário, e que esse lugar de vanguarda está baseado sobretudo em uma associação entre o valor da inovação e a efetividade comercial.Palavras-chave: publicidade, campo publicitário, filme publicitário, 1984. ABSTRACTThis paper traces the dynamics of the consecration of 1984, advertising film that launched the Apple Macintosh. Based on the sociology of Pierre Bourdieu, we analyzed the state of the advertising field and the space of production at the time to ascertain the conditions of social space which made its emergence possible. Through the survey and analysis of contextual data and testimony, we conclude that the place occupied by the film is homologous to positions that can be considered the vanguard of the advertising field, and that the forefront is based mainly on an association between the value of innovation and business effectiveness.
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