Alguns microrganismos fitopatogênicos podem ser transportados pela água, que se constitui em importante e eficiente forma de disseminação. O controle de fitopatógenos pelo tratamento térmico da água infestada, utilizando a energia solar, constituiu o objetivo do trabalho. Quantificou-se a eficiência de um sistema automatizado de aquecimento solar desenvolvido para esta finalidade, baseado em processo misto de aquecimento da água em circuito fechado, com coletores planos e transmissão de calor por convecção natural e forçada. A automatização e a equalização da temperatura foram obtidas por termostatos localizados em diferentes pontos. Verificou-se boa eficiência do equipamento, trabalhando na temperatura de 60 ºC, tanto em rendimento de água processada como na eliminação do inóculo de fitopatógenos de importância econômica, como Botrytis cinerea, Colletotrichum spp., Fusarium spp., Pythium spp., Verticillium dahliae e Rhizoctonia solani. À exceção de F. oxysporum f. sp. phaseoli, os patógenos testados não sobreviveram ao tratamento térmico a temperaturas acima de 55 0C. A técnica mostrou-se promissora como uma opção na desinfestação da água para uso em irrigação de viveiros, casas de vegetação e diversas finalidades em pequenas ou médias propriedades agrícolas.
Dentre os fungos transportados pelas sementes de milho (Zea mays), Fusarium moniliforme se destaca pela freqüência e altas porcentagens com que ocorre, sendo considerado um dos principais responsáveis pelas podridões de sementes e reduções do estande. O presente trabalho teve como objetivo verificar o efeito do armazenamento de sementes de milho durante 12 meses, em câmara fria (14 °C e 40% UR) e ambiente não controlado (sem monitoramento da temperatura e umidade relativa), sobre a sobrevivência de F. moniliforme. Verificou-se que nas sementes conservadas em câmara fria, o tempo de armazenamento teve menor efeito sobre a sobrevivência do fungo, em comparação ao ambiente não controlado. Em alguns lotes, com incidências iniciais do fungo de 28, 34 e 59%, em condição ambiente, a sobrevivência foi bastante baixa, encontrando-se ao final de 12 meses, incidências de 2, 4 e 5%, respectivamente; em câmara fria, as incidências de F. moniliforme encontradas nos mesmos lotes foram 25, 30 e 58%. A análise de regressão indicou efeito linear do tempo de armazenamento sobre a sobrevivência do fungo, em todos os lotes avaliados, obtendo-se coeficientes de determinação acima de 0,90, quando as sementes foram mantidas em condição ambiente.
O fungicida benomyl, utilizado intensivamente na cultura do morango a partir do final da década de 60, tem sido ineficiente para o controle da flor preta, causada por Colletotrichum acutatum, devido ao aparecimento de formas resistentes ao fungicida, já detectadas desde 1984. Para C. fragariae, no entanto, não há registro de ocorrência de resistência no Estado de São Paulo, embora venha se observando há alguns anos que o produto não tem apresentado resultados satisfatórios para o controle da podridão do rizoma ("chocolate"). Para verificar a ocorrência de resistência em C. fragariae foram testados 22 isolados, coletados em diversas regiões produtoras de morango do Estado de São Paulo, e 22 isolados de C. acutatum, para comparação. Todos os isolados de C. acutatum foram resistentes, mesmo na concentração de 1000 ppm. Dos 22 isolados de C. fragariae, 10 comportaram-se como resistentes, crescendo em todas as concentrações testadas. Os demais só se desenvolveram até 1 ppm, sendo considerados sensíveis. As porcentagens de inibição do crescimento dos isolados de C. fragariae resistentes variaram de 50,0 a 88,8 (1 ppm), 54,5 a 89,8 (10 ppm), 63,6 a 78,7 (50 ppm), 67,3 a 80,3 (100 ppm), 74,4 a 82,0 (500 ppm) e 76,4 a 86,0 (1000 ppm). Inoculando-se isolados resistentes e sensíveis de C. fragariae em plantas da cultivar IAC-Campinas, observou-se que todos foram igualmente patogênicos.
The intensive use of benomyl in strawberry fields since the late 60s. resulted in an ineffective control of the flower blight, caused by Colletotrichum acutatum due to the development of resistance to the fungicide by the patogen, detected in 1984. Until recently, the resistance was not demonstrated in C. fragariae although an increasing failure of benomyl to provide satisfactory control of the crown rot ("chocolate" rot) has been observed, indicating the possible occurrence of resistance. To verify this evidence, 22 isolates of C. fragariae, collected at different localities in São Paulo State, were evaluated and compared with 22 isolates of C. acutatum. All the C. acutatum isolates were benomyl resistant, even at 1000 ppm. Among the 22 C. fragariae isolates, 10 were resitant. The percentages of mycelial growth inhibition of C. fragariae ranged from 50.0 to 88.8 (1 ppm), 54.5 to 89.8 (10 ppm), 63.6 to 78.7 (50 ppm), 67.3 to 80.3 (100 ppm), 74.4 to 82.0 (500 ppm) and 76.4 to 86.0 (1000 ppm). Resistant and sensitive isolates of C. fragariae were inoculated on strawberry plants of IAC-Campinas cultivar, causing similar symptoms
A antracnose é uma das principais doenças do morangueiro morangueiro (Fragaria X ananassa) e na sua sintomatologia pode estar envolvida mais de uma espécie de Colletotrichum. Neste trabalho objetivou-se caracterizar a especialização patogênica de Colletotrichum acutatum e C. fragariae em frutos, pecíolos, rizomas e inflorescências, utilizando-se inoculação artificial em várias cultivares. Em frutos, C. acutatum provocou lesões maiores que C. fragariae, enquanto que em pecíolos e rizomas C. fragariae foi mais patogênico. A cultivar Reiko foi mais suscetível às lesões dos pecíolos, enquanto 'IAC- Princesa Isabel', 'Sequoia', 'IAC-Guarani' e 'Chandler' foram mais resistentes. Os sintomas de podridão de rizoma foram menos severos em 'IAC-Princesa Isabel' e 'Sequoia' e apenas para essas duas cvs. foi observada semelhança na patogenicidade de C. acutatum e C. fragariae. Para as demais, C. fragariae foi sempre mais patogênico. Nas inflorescências houve maior severidade de sintomas quando se inoculou C. acutatum e, dentro de cada cultivar, confirmou-se esta constatação, exceto para 'IAC-Princesa Isabel', para a qual os dois fungos foram igualmente patogênicos. Evidenciou-se uma maior especialização patogênica de C. acutatum em frutos e inflorescências e de C. fragariae em pecíolos e rizomas. Porém, quando em interação com as cultivares, os dois patógenos apresentaram diferentes graus de patogenicidade, podendo causar sintomas de intensidade semelhante no mesmo órgão da planta.
Estudou-se o efeito residual da adubação potássica e da calagem sobre a ocorrência de fungos em sementes de soja. O experimento foi instalado com a cultivar IAC-17, no ano agrícola de 1991/92, aplicando doses a lanço de O, 3,5 e 7 t/ha de calcário dolomítico e de 0, 150, 300, 450 e 600 kg/ha de K2O. As sementes colhidas no terceiro ano de cultivo, (1993/94) foram submetidas ao teste de sanidade, pelo método do papel de filtro. Observou-se que a calagem reduziu significativamente a incidência de Phomopsis sp., favorecendo, no entanto, a presença de Aspergillus sp. e de Fusarium sp.. Embora não tenham sido detectadas diferenças significativas, nos tratamentos com calagem, verificou-se redução da incidência de Cercospora kikuchii, Colltotrichum dematium var. truncata e Peronospora manshurica. Apenas a incidência de Phomopsis sp. diminuiu significativamente devido à adubação potássica, sendo menor quando se utilizou a dose de 450 kg/ha de K2O.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.