Objetiva-se analisar a articulação das ações de saúde mental entre as equipes da Estratégia Saúde da Família e do Centro de Atenção Psicossocial pelo processo de matriciamento com ênfase na integralidade do cuidado e resolubilidade assistencial. Participaram 32 usuários e 22 familiares atendidos no matriciamento em saúde mental, 46 profissionais de saúde da Estratégia Saúde da Família e 15 dos Centros de Atenção Psicossocial de dois municípios do Estado do Ceará. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa pautado na hermenêutica crítica. Conforme os resultados, a integração das ações de saúde mental na Atenção Primária em Saúde estabelece inovação das abordagens psicossociais pela assistência compartilhada entre equipe, familiares e usuários. As atividades do matriciamento em saúde mental disponibilizam ampliação de acesso e diversificação da atenção à saúde direcionada para a integralidade. A resolubilidade assistencial delimita-se pelo reconhecimento das condições sociais da demanda pelas equipes e na superação de práticas medicamentalizadas de saúde.
A construção de um projeto terapêutico singular pressupõe a participação coletiva e uma concepção de sujeito que contemple os aspectos biopsicossocial, espiritual e cultural. Objetivamos compreender como se dá a construção do projeto terapêutico de usuários no Centro de Atenção Psicossocial de Sobral-CE. Utilizamos a metodologia de natureza qualitativa, dentro de uma perspectiva crítica e reflexiva. O cenário foi o Centro de Atenção Psicossocial Geral de Sobral-CE, com 11 trabalhadores de saúde mental, cinco familiares e sete usuários. As técnicas de busca de informações selecionadas foram as seguintes: entrevista semiestruturada, grupo focal e observação sistemática. A análise do material empírico fundamentou-se na compreensão dos discursos fortalecidos pelo Fluxograma analisador do modelo de atenção de um serviço de saúde. Percebemos, então, que a construção do projeto terapêutico se dá com base nas necessidades de saúde de cada usuário, mediante um esforço mútuo entre trabalhador/usuário/família, com o intuito de promover saúde mental.
Buscou-se compreender como o cuidado em saúde mental vem sendo produzido na Atenção Primária, com base nas experiências de profissionais, usuários e familiares. As informações obtidas foram categorizadas pelos aspectos observados na efetivação da interface entre Atenção Primária e saúde mental, descritos como: medicamentalização dos problemas de saúde mental apresentados pela população; dificuldades no acesso dos usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) à Unidade de Saúde da Família, e formação em saúde mental para os profissionais da Atenção Primária. O processo de medicamentalização perpassa as práticas dos profissionais e configura-se como a principal demanda dos usuários do CAPS, indicando a necessidade de ações desmedicalizantes, que encontram potência na incorporação de novas relações e dinâmicas sociais no território, maior articulação das equipes e estímulo à participação social da comunidade neste processo.
Palavras-chave Objetivou-se compreender o cuidado psicossocial, tendo como analisador o projeto terapêutico dos usuários, a partir das narrativas de profissionais dos serviços. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, embasada na Hermenêutica. As narrativas contextualizam um cenário marcado pelas dimensões epistemológica e técnico-assistencial da atenção psicossocial. O projeto terapêutico descaracteriza-se de sua concepção abrangente, de processo dinâmico, para ser concretizado a partir de um trabalho fragmentado pela especialização. A pesquisa provocou um movimento de reflexão dos profissionais, a partir da problematização de projetos terapêuticos, abrindo caminhos para a reformulação das ações da equipe, numa proposta de trabalho da equipe interdisciplinar. Foi evidente a escassez de discussões que considerassem o protagonismo dos usuários e da família na construção do projeto terapêutico, revelando, assim, a fragilidade das ações de cuidado psicossocial nas dimensões que consideram a participação e construção de cidadania.
RESUMO. Na atualidade é de suma relevância discutir a assistência ao usuário de drogas na Atenção Primária à Saúde, uma vez que o uso de substâncias psicoativas causa aos usuários graves agravos biopsicossociais. Nesse contexto, objetivou-se analisar a assistência a usuários de drogas na Atenção Primária à Saúde a partir dos discursos de profissionais da ESF. Para tanto, optou-se por um estudo com abordagem qualitativa, com a utilização da hermenêutica para análise das informações coletadas a partir de entrevistas em profundidade. A pesquisa foi realizada em unidades de Saúde da Família localizadas no município de Fortaleza, Ceará. Observase que a Atenção Primária à Saúde enfrenta grandes desafios que fragilizam o cuidado, entre os quais se destacam a dificuldade de estabelecimento de vínculo e o preconceito contra o usuário de drogas, violando o direito de acesso ao cuidado de qualidade e integralidade preconizado pelo SUS. As principais ações estão voltadas à escuta, ao acolhimento das demandas e ao aconselhamento às famílias. Diante desse cenário, reafirma-se que a assistência é centrada em serviços especializados, fazendo-se necessário fortalecer a rede para um efetivo cuidado ao usuário de drogas.
Objetiva-se analisar as experiências vivenciadas pelos usuários do Centro de Atenção Psicossocial no desenvolvimento do grupo para Gestão Autônoma da Medicação (GAM). Opta-se pela pesquisa qualitativa, dentro de uma perspectiva crítica que protagoniza a vivência dos participantes do grupo operativo GAM. Realizado nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) Geral e Álcool e outras Drogas (AD) do município de Maracanaú-CE. Os participantes foram 13 usuários de CAPS Geral e Ad do referido município. Técnica de coleta das narrativas foi constituída por três grupos narrativos e a análise pautada na hermenêutica. Segundo as narrativas desvelaram, em todo o processo de discussão sobre a medicação, fica evidente a importância da escuta e do acompanhamento individual. A abordagem singular dos usuários possibilitou melhoria significativa no estado de saúde mental e na compreensão do adoecimento. Assim, é possível ressignificar a utilização precípua do medicamento e interagir com inovações terapêuticas mais voltadas para hábitos de vida saudável.
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