Este artigo apresenta uma comparação entre fenômenos de variação ortográfica, especificamente, a oscilação das vogais átonas pretônicas e a monotongação do ditongo decrescente – em um texto manuscrito do século XVIII e em textos atuais, de alunos do Ensino Fundamental I e início do Fundamental II. A análise comparativa dos dados mostra como algumas variações encontradas em um estágio pretérito da língua portuguesa ainda se fazem presentes em textos contemporâneos de sujeitos aprendizes. A partir de tal comparação, discutimos sobre a importância da consideração da noção de norma ortográfica, instabilidade e representação da escrita, para a compreensão de formas variáveis nos dois corpora.
O presente trabalho busca apresentar de forma crítica a obra "Por mãos alheias: usos da escrita na sociedade colonial", de Sílvia Maria Amâncio Rachi Vartuli.
Apresentar uma fonte documental manuscrita, em um periódico científico, além torná-la conhecida no meio acadêmico, colabora diretamente com a sua preservação e propagação. Nesta publicação, apresentaremos, de forma simples e sucinta o manuscrito Relação dos trastes de prata e ornamentos da extinta Capela de Santo Antônio. Vale destacar que o documento em questão é uma produção contextualizada, portador de acontecimentos da região em que foi produzido e, portanto, passível de ser tomado como objeto de estudos de diversas áreas. É preciso, contudo, estarmos atentos, pois sem a preservação e a divulgação dessa fonte primária, corremos o risco de reduzi-la à condição de registros antigos ou, simplesmente, “coisa velha e sem sentido”. O presente trabalho, mesmo curto e despretensioso, vai, sobretudo, no sentido oposto desse lamentável destino de muitos documentos antigos.
O presente artigo analisa de forma comparativa como a classe gramatical “nome” é apresentada em duas gramáticas antigas da língua portuguesa – Gramatica da Língua Portuguesa (BARROS, 1540) e A Arte da Grammatica da Língua Portuguesa (LOBATO, 1770). A gramática de Barros destinou-se à instrução dos “mininos e moços”, utilizada, assim, para ensinar a língua portuguesa como “língua mãe” e não como “madastra”, não se tratando, portanto, de uma gramática destinada aos não portugueses (BUESCU, 1983). Já a obra de Lobato foi adotada tanto em Portugal quanto, posteriormente, nas Colônias, para o ensino da língua portuguesa. Este artigo recai no que se refere ao estudo dos nomes e na observação de como é feita a classificação desses vocábulos, se se toma como base o modelo latino ou não. Explica-se a escolha dessa classe de palavra pelo fato de ambos os autores dedicarem um número considerável de páginas da sua obra para essa classe e suas subclassificações.
Este trabalho teve como objetivo principal analisar, com base nos postulados da lexicologia sócio-histórica, como se deu a concorrência das palavras lepra e hanseníase nas décadas de 1970 e 2000, no intuito de compreender o lugar do léxico no percurso histórico da sociedade brasileira. Para alcançar o objetivo geral deste trabalho, foram definidas quatro etapas: (1) levantar as ocorrências das palavras lepra e hanseníase na base digital do Jornal do Brasil; (2) observar o surgimento do neologismo (hanseníase), sua difusão e o processo de mudança na frequência de uso dos termos; (3) escolher uma sincronia antes e outra depois da inversão da frequência; (4) analisar a ocorrência dessas palavras em 100 textos de cada sincronia. Os dados apontaram que houve a mudança de percepção da doença no mundo. No momento de luta pelo tratamento de doenças endêmicas surgiu a palavra hanseníase e com a conquista de direitos e com o avanço da medicina na cura da doença, a palavra ganha força e se encaixa perfeitamente no léxico do português.
Neste artigo temos duplo objetivo: discutir a importância de transcrição feita com critérios filológicos e mostrar como o respeito ao texto original possibilita ao pesquisador diacronista, e ao público em geral, conhecer o uso linguístico, manifesto no manuscrito sob análise, de um estágio pretérito da língua. Na segunda parte do texto, é feita uma apresentação não exaustiva de fenômenos linguísticos extraídos de parte de um manuscrito do século XVIII, intitulado Processo De Genere Vita et Moribus de Francisco de Paula Meireles (1779).
O presente trabalho visa a apresentar breves biografias dos bispos da diocese de Mariana do período de 1749 a 1904. Nosso contato com essas figuras episcopais se deu durante a nossa pesquisa de mestrado, em que editamos parte do Livro de Inventários da Catedral de Mariana – bem integrante do Programa Memória do Mundo da UNESCO. Utilizamos, como fundamentação histórica deste artigo, trabalhos relacionados à história mineira, de modo destacado alguns trabalhos do historiador e memorialista mineiro Cônego Raimundo Otávio Trindade. Os bispos de Mariana, administradores do primeiro episcopado mineiro, testemunharam e/ou fizeram parte de diversos fatos históricos de Mariana, de Minas Gerais e até do Brasil. Neste artigo, são apresentados também os brasões e as imagens dos bispos aqui elencados.
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