A Organização Mundial da Saúde declarou em 2020 estado pandêmico relacionado à Covid-19 (sigla em inglês para Doença do Coronavírus 2019). O estudo descreve características da epidemia e sumariza projeções de organismos internacionais acerca de seus impactos sobre o setor de turismo e viagens. O objetivo consiste em mensurar impactos da pandemia sobre as viagens e o turismo na perspectiva dos consumidores brasileiros que estavam viajando ou pretendiam viajar à época da expansão da doença. São objetivos específicos: Identificar impactos sobre as viagens em curso ou programadas; Descrever como turistas brasileiros avaliam as medidas e as políticas públicas para mitigação dos impactos no turismo; Identificar a perspectiva dos respondentes em relação à prática do turismo e viagens no período posterior ao surto. A metodologia tem natureza de pesquisa exploratória e abordagem quantitativa, com delineamento de websurvey aplicado em abril/2020. Os resultados apontam que 69,51% dos respondentes foram diretamente impactados pela pandemia, com altos níveis de interferência, resultando no adiamento das viagens. Os participantes apoiam medidas de isolamento social, percebem impactos no turismo e avaliam que só será seguro voltar a viajar em período superior a seis meses. Estima-se que, com o término da pandemia, o turismo poderá contribuir com a recuperação socioeconômica.
O objetivo a que se propõe este artigo é apresentar os municípios da região Sul que se destacam em termos de expressividade turística, bem como analisar aspectos da configuração do acervo de Pontos de Interesse (P.I.s). Tomou-se como ponto de partida, os dados consolidados no Mapa do turismo 2019-2021. Trata-se de um estudo exploratório de abordagem quali-quantitativa e delineamento documental. A interseção dos indicadores: i) estabelecimentos e ii) visitas nacionais do referido mapa resultou em 38 municípios, correspondente a 3,2% da região, que representam 71,34% da visitação doméstica, mais de 54% dos estabelecimentos de hospedagem e cerca de 46% das ACTS. A expressividade do conjunto extrapola a dimensão do turismo, é pluritemática, como demonstrou análise da REGIC (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE], 2016, 2020). Foram levantados 872 P.I.s. O acervo revelou distribuição e configuração irregular e desigual. Destinos enquadrados no sistema costeiro-marinho e próximos da costa se destacam no conjunto. Os costeiros na categoria Natural, enquanto os não costeiros na Cultura e Serviços e Equipamentos de Lazer. Entende-se que estes resultados podem subsidiar o planejamento e a gestão da região e dos destinos
O texto comunica resultados de uma pesquisa com trabalhadores da construção civil que migraram entre os anos 1980 e 2000 para o município de Matinhos, tradicional reduto balneário do Paraná. Esses sujeitos atuaram em canteiros de obras, estabeleceram-se em definitivo na região e reconstruíram suas vidas vinculadas à dinâmica da cidade e sua formação socioespacial. Os objetivos do estudo foram assim constituídos: i) identificar aspectos da origem e trajetória dos trabalhadores da construção civil em Matinhos; ii) analisar sua adaptação, inserção social, formas de lazer e relações no âmbito do trabalho; e iii) refletir acerca da dinâmica da identidade e dos aspectos culturais experimentados por esses trabalhadores. A metodologia utilizada foi uma abordagem qualitativa com delineamento de estudo de caso, utilizando-se, para a coleta de dados, entrevistas semiestruturadas. Os resultados permitiram conhecer aspectos do processo de migração vivenciado por dez jovens trabalhadores com origens em áreas rurais de diversas regiões do Paraná. Inicialmente inseridos em contextos de fragilidade socioeconômica, apostaram na migração para ascensão social, fixando-se no litoral do Paraná a partir de oportunidades no setor da construção civil, na época com ritmo acelerado, pois acompanhava a verticalização urbana, impulsionada por edificações de segunda residência de uso predominantemente balneário. A inserção laboral nos canteiros de obras se deu na condição popularmente denominada como “oreia seca”, base da hierarquia das funções, equivalente ao servente de obras. O ambiente do trabalho e as moradias, não raro alojamentos, assim como as redes sociais de apoio, constituíram importantes referências microterritoriais, bases iniciais para uma gradativa inserção local, pois oportunizavam acolhimento e apoio para recriação de laços e sociabilidades. Os entrevistados relataram ascensão social e profissional concomitante ao desenvolvimento balneário; constituíram-se com suas famílias no município, deixando transparecer orgulho e satisfação por essas escolhas.
De acordo com Schwarcz e Starling (2015), durante o período da escravidão no Brasil, entre os séculos XVI e XIX, aproximadamente cinco milhões de pessoas foram sequestradas do continente africano e trazidos às nossas terras. Esse movimento é descrito por Nascimento (1989) como “diáspora forçada”. Com o passar do tempo, muitos desses escravizados e seus descendentes se agruparam em comunidades nas quais as tradições culturais, dentre elas as alimentares, foram preservadas. Assim, este trabalho propõe discutir sobre os saberes tradicionais da cultura alimentar quilombola de Batuva, comunidade tradicional situada no município de Guaraqueçaba – PR, mesorregião do Vale do Ribeira. A abordagem metodológica se baseou na pesquisa-ação integral e participativa, tal como proposta por Thiollent (2017). Desse modo, observamos o potencial da culinária fundamentada na rizicultura quilombola de Batuva. Entre os resultados, o estudo apresenta os principais preparos culinários batuvanos e suas especificidades, além das práticas de manejo e saberes da rizicultura que tem como base a tradição do mutirão – ou puxirão – e sua relação com as culturas vindas do continente africano. A pesquisa também suscita um convite a todas e todos à reflexão sobre as comunidades tradicionais remanescentes de quilombos da região e sua cultura, procurando propiciar a ampliação das alternativas para o desenvolvimento socioeconômico da comunidade mencionada a partir de uma nova perspectiva, o turismo de Base Comunitária.
O objetivo deste artigo consistiu em avaliar experiências de ressignificação de tradições carnavalescas nas localidades de Ovar e Podence, em Portugal. Na pesquisa, realizada em 2013, se adotou abordagem qualitativa, com delineamento de estudo de caso e foram empregadas técnicas como entrevistas narrativas, registros em caderno de campo, observação participante periférica e análise de documentos. Os resultados indicaram que os seguintes aspectos foram relevantes no processo de ressignificação das tradições em exame: influência do turismo, espetacularização e transformação de rituais em performances, textualizações acadêmicas e jornalísticas, seleção de conteúdos culturais pelos organizadores, e a própria natureza dinâmica das tradições. No entanto, constatou-se que apesar das manifestações culturais estarem sendo ressignificadas considerou-se a ressalva de que as mudanças de características se colocavam como alternativa ao seu desaparecimento uma vez que davam mostras de fragilização antes de serem reabilitadas como atrações turísticas.
A temática deste trabalho é a regionalização do turismo baseado na teoria dos espaços. O campo de estudo adotado foram os municípios pertencentes ao Arranjo Produtivo Local Rota da Amizade, no Oeste catarinense, por ser um projeto em desenvolvimento e servir, portanto, como um caso de pesquisa. O objetivo central foi caracterizar as presenças das categorias espaciais possíveis, com base na localização dos atrativos turísticos no território. Metodologicamente, constitui-se em uma pesquisa de levantamento descritivoanalítico, fundamentada em dados empíricos ou coletados em fontes bibliográficas e documentais. O trabalho, de acordo com o modelo proposto de estudo, evidenciou, em seus resultados, que a região em epígrafe possui quatro centros de distribuição, dois centros de excursão e um centro de estada. Contudo este trabalho teve limitantes nos aprofundamentos relativos à territorialidade, em função da inserção do turismo em áreas utilizadas para outras atividades não-turísticas e questões relativas à hierarquização de fatores.
A pesquisa foi desenvolvida em Matinhos, no litoral do Estado do Paraná, tradicional destino turístico de sol e praia do Sul do Brasil, a partir da seguinte questão: como se constituiu o universo laboral e de vida dos trabalhadores da construção civil no processo de balnearização? A exemplo de outros territórios litorâneos globais próximos a grandes centros urbanos, a expansão e verticalização urbana, fixação e crescimento populacional foram fenômenos diretamente relacionados ao uso balneário e turístico. Analisar o universo dos trabalhadores da construção civil e sua contribuição na trajetória do município constituiu o objetivo da investigação, notadamente, o processo de instalação entre 1980 e 2000. Foram analisadas as compreensões de acolhimento no processo de instalação no município, a mobilidade ou ascensão social, bem como as relações de pertencimento. A investigação adotou uma abordagem qualitativa, com delineamento de estudo de caso e as técnicas utilizadas para a coleta de dados foram entrevistas semiestruturadas. Os resultados indicam que os entrevistados, oriundos de áreas rurais e com fragilidade econômica, mencionaram dificuldade inicial na adaptação, contudo, a partir de experiências vivenciadas criaram relações de pertencimento consistentes com o lugar e experimentaram ascensão e mobilidade social, com rotinas atreladas à dinâmica balneária.
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