Este trabalho visa apresentar algumas das dimensões mais expressivas que compõe o universo da cozinha de um terreiro de Candomblé, demonstrando como tais dimensões fazem da própria cozinha e da alimentação elementos centrais para o cotidiano dos terreiros. A hipótese que partilho é que a cozinha centraliza parte importante do ideário religioso que estrutura as relações dentro de um terreiro. A cozinha de santo é o local de preparo por excelência dos alimentos e pratos sagrados, um lugar de magia e transformação que atravessa toda a comunidade religiosa como um grande rio, articulando informações e saberes, tornando-se, assim, espaço estratégico para a formação dos filhos de santo.
Resumo: A proposta do presente artigo é de entender a relação que funcionários da saúde estabelecem com seus pacientes no cotidiano de trabalho em um Centro de Saúde do Distrito Federal, à luz dos limites e possibilidades das teorias desenvolvidas por Alfred Schutz e Georg Simmel. A pesquisa esteve vinculada a um Projeto de Extensão onde foram realizadas 29 entrevistas individuais com os funcionários do Centro, servindo assim para mapear o campo e circunscrever a problemática. Ao vincular as entrevistas à teoria socioantropológica presente nos escritos de Schutz e Simmel, busco apresentar pro ícuas ferramentas analíticas para pensarmos questões relacionadas às representações e às relações que são vivenciadas pelos trabalhadores em seu cotidiano de trabalho. Pretendo abordar um dos pontos que me chamaram mais a atenção durante a análise das entrevistas: os conlitos que se estabelecem na relação funcionário/paciente. Serão usados os limites das ideias de conlito e de estrutura de grupo desenvolvidas por Simmel, e a ideia de interação entre grupos utilizada nos trabalhos de Schutz. A partir daí, procuro entender as percepções que os funcionários do Centro teceram acerca de seus pacientes e de sua interação com eles, e descrever a construção da igura do paciente que chega "armado" nos serviços de saúde. Ao inal do texto, faço uma síntese do que foi o trabalho até então e aponto os limites da pesquisa, bem como seus possíveis desdobramentos etnográ icos.Palavras-chave: con lito, interação, atendimento ao paciente. IntroduçãoA elaboração deste artigo partiu de uma Pesquisa de Extensão que tem por título "É muito duro esse trabalho": Investindo nos funcionários da Secretaria de Estado de Saúde, realizada durante o ano de 2011 1 . O campo para a pesquisa foi realizado junto à equipe de trabalhadores de um Centro de Saúde (CS) localizado em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal. A im de preservar a identidade e o sigilo da equipe de saúde, o número que identi ica o CS foi omitido, bem como o cargo e a função dos funcionários entrevistados.Um dos principais problemas que foram relatados pelos funcionários entrevistados durante a pesquisa foi a relação criada no atendimento aos usuários do sistema.Os pacientes que acorrem aos serviços de saúde são caracterizados pelos funcionários como pessoas que já chegam "armadas" à unidade de saúde e estão potencialmente 2 * Graduando em Ciências Sociais -U .1 A realização do Projeto de Extensão contou com a coordenação de uma das professoras do Departamento de Antropologia e com a participação de cinco graduandos do mesmo departamento.
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