Resumo: o trabalho discute a emergência da categoria profissional dos citotécnicos no Brasil e sua trajetória entre a década de 1970 e o final dos anos 1990. no início desse período, a organização Pan-americana de saúde passou a considerar o câncer do colo do útero como um grave problema de saúde pública, passível de ser controlado nos países em desenvolvimento. nesse contexto, surgem as primeiras campanhas de rastreamento da doença no país. a institucionalização dessas campanhas transformou os citotécnicos em elementos indispensáveis para a viabilização do controle da doença. Com a expansão da demanda por sua atividade e o surgimento das primeiras iniciativas para sua formação, novas questões começam a surgir. Como formar, em quantidade e qualidade adequadas, esses novos profissionais? Qual a grade curricular adequada às suas tarefas e responsabilidades? Como monitorar o funcionamento dos cursos? no campo da normatização da nova atividade, outras questões se apresentam: como garantir o monopólio sobre a atividade exercida, como caracterizar sua especificidade, qual a formação exigida aos que vão exercê-la? tais pontos passam a ser temas de embates e negociações, num típico processo de consolidação de uma nova profissão. o processo de institucionalização do programa de prevenção do câncer do colo do útero e a consequente necessidade de garantia de qualidade dos exames executados fizeram com que essas questões voltassem ao centro das atenções. este estudo visa a contribuir para a ampliação do conhecimento sobre a formação do citotécnico, e em âmbito mais geral, ao processo de formação profissional em saúde no Brasil. Palavras-chave: câncer do colo do útero; teste de Papanicolaou; programas de rastreamento; pessoal técnico de saúde.
Introdução: O projeto História do Câncer procura analisar, sob perspectiva histórica, a trajetória do controle do câncer no Brasil. Objetivo: Elaborar uma análise histórica da implantação de ações, atividades, programas e políticas de controle do câncer de mama e discutir alguns dados de conjuntura. Método: Estudo qualitativo, a partir de fontes de dados primárias e secundárias, realizando o cruzamento dos dados para analisar o processo de transformação do controle do câncer de mama, utilizando para a análise do material a perspectiva do neoinstitucionalismo histórico. Resultados: Foram identificadas quatro fases históricas distintas. Uma primeira fase anterior ao surgimento do Sistema único de Saúde (SUS). Uma fase pós a implantação do SUS, mas anterior ao Documento de Consenso do Ministério da Saúde. Uma terceira fase de intensificação das ações e programas públicos de controle do câncer de mama. E uma última fase, em andamento, correspondente aos incentivos para a incorporação de atividades relacionadas a qualidade. Conclusão: Os aspectos encontrados e a própria proposta de periodização sugerem que as intervenções tem correlação não somente com o contexto vivido no período, mas também com o perfil mais geral das instituições que as propuseram e executaram. Ressalta-se o potencial que os estudos históricos tem em contribuir para o entendimento da implantação (ou não) de ações, programas e políticas públicas em diferentes contextos políticos, sociais, culturais e econômicos.
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