O principal objetivo deste trabalho é tentar compreender como se deu o processo de instrumentalização e/ou do exercício da cidadania nas rádios comunitárias durante as campanhas eleitorais de 1998 e 2000, nas emissoras vinculadas aos chefes políticos locais, nas cidades de Fortaleza, Sobral e Juazeiro, no estado do Ceará. Da mesma forma, o artigo visa a compreender o fenômeno da "espetacularização" da política, as diferentes técnicas jornalísticas e publicitárias utilizadas para a projeção desses políticos profissionais do rádio, além de aprofundar o entendimento do sentido de apropriação da vivência comunitária, percebendo como os chefes locais captam e reelaboram as diferentes estratégias de organização populares. Inicialmente, apresentamos um panorama da evolução das rádios comunitárias no Brasil e no mundo, relacionando-as ao desenvolvimento dos movimentos sociais. Depois, mostramos como a ampliação do exercício da cidadania relaciona-se às experiências midiáticas vividas por membros desses movimentos sociais, destacando seu envolvimento nas rádios comunitárias. Na terceira seção do artigo, identificamos o processo de instrumentalização das rádios comunitárias durante as campanhas eleitorais.
Este artigo traz reflexões sobre o trabalho de mulheres jornalistas no Ceará durante a pandemia de Covid-19. Com o isolamento social imposto pelo governo do Estado como uma das ações de combate à pandemia, mulheres tiveram que adequar atividades profissionais ao espaço da casa, dividindo a força de trabalho entre a profissão, as tarefas domésticas e o cuidado com a família (BIROLI, 2018; FEDERICI, 2019; HUWS, 2014). Para observar esse cenário, este estudo de caso exploratório (YIN, 2001) se vale de dados obtidos pela pesquisa nacional “Como trabalham os comunicadores em tempos de pandemia da Covid-19”, realizada pelo Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT-ECA-USP); e de informações procedentes de entrevistas semi-estruturadas com oito jornalistas cearenses . Os resultados apontam que os regimes de home office e rodízio redação-casa, adotados durante a pandemia, aprofundam o cenário já consolidado de precarização do trabalho jornalístico (FÍGARO, 2013; MICK; LIMA, 2013;) e do trabalho de mulheres jornalistas, especificamente (FIGARO, 2018; LELO, 2019;); e geram intensificação do ritmo de trabalho, maior cobrança por produtividade e desgaste psicológico/emocional das profissionais; além de evidenciarem uma divisão sexual do trabalho ainda prevalente, porém seletiva.
ResumoEste artigo procura discutir a mediação feita pela comunicação produzida pelo site do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) sobre a reformulação do código florestal brasileiro diante do campo discursivo, uma vez que a visibilidade ali empregada se aproxima de uma disputa argumentativa. Optamos por acercar os conceitos de deliberação pública e deliberação mediada do contexto dos movimentos sociais. O corpus da pesquisa engloba as matérias publicadas no site do MST, na seção "Especiais -Campanha: Em defesa do Código Florestal", durante o período de março a dezembro de 2010, em que o Código Florestal passou por um processo de reformulação pelo Congresso Nacional brasileiro.Palavras-chave: comunicação; meio-ambiente; movimentos sociais; discurso. AbstractThe article aims at discussing the mediation of the communication produced by the MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) website on the changes in the Brazilian forest code facing the discursive field, since the figures employed there approach a reflexive dispute. We chose to focus the concepts of public deliberation and mediated deliberation within the context of social movements. The corpus of the research encompasses the notes published in MST website, within the section "Specials -Campaign: In Defense of the Forest Code", between March and December 2010, in which the Forest Code underwent a process of reformation by the Brazilian National Congress.
RESUMO É crescente o número de telejornais e quadros televisivos que se apropriam da categoria "comunicação comunitária" para definir suas produções. De 2009 a 2011, esteve no ar, na afiliada da TV Globo no Ceará, TV Verdes Mares, um exemplo claro desse tipo de apropriação: o quadro Meu Bairro na TV, do jornal CETV (1ª Edição). Ao dar destaque aos diversos bairros de Fortaleza, o projeto tentou incorporar características da comunicação comunitária em sua linha de abordagem, a partir de maior aproximação com seu público e uma política de atendimento e solução dos problemas cotidianos através da mediação entre povo e poder público. Este artigo analisa se esse "comunitarismo" está, de fato, presente no jornal e busca compreender motivos e consequências políticas e sociais dessa mediação e da mudança na linha de abordagem do CETV para a sociedade.
revista Fronteiras -estudos midiáticos 13(3): 185-194, setembro/dezembro 2011 © 2011 by Unisinos -doi: 10.4013/fem.2011.133.05 RESUMO O objetivo geral deste trabalho é aprofundar a análise das relações entre os movimentos sociais e a mídia, identificando como a mídia produzida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), particularmente, produz a autoimagem qualificada de seus sujeitos, lutas e cenários sociais em contraposição à imagem de desqualificação e de criminalização predominantemente apresentada pela mídia convencional, como estratégia para a inserção social global do movimento. Esta análise será feita a partir da mídia produzida pelo MST: o "Jornal sem Terra" e a "Revista sem Terra", cuja análise foi realizada no período ABSTRACT Between ideology, hegemony and resistance: The modes of address as a dialogue between the production and the audience of television products.This article analyzes the relationship between social movements and media. Its purpose is to identify how the media produced by the Landless Rural Workers' Movement (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, MST), defines the self-image of their people, actions and social settings as opposed to the image of disqualification and criminalization predominantly presented by mainstream media. The empirical objects of the analyses consist of editions of the Movement's newspaper O Jornal Sem Terra and the magazine Revista Sem Terra (from 2006 to 2007), it was also analyzed radio programs produced by the community radio 25 de Maio, in Madalena, Ceará State, during a week, in 2009, and the Movement's website on the same year.
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