O objetivo do artigo é examinar a produção gráfica e palavras de ordem do Movimento Passe Livre na divulgação da Tarifa Zero, projeto lançado em 1990 pela Prefeita Luiza Erundina de Sousa e retomado nos anos 2000 pelos integrantes do movimento. O espírito profanador da proposta de isenção de tarifa nos ônibus municipais é examinado na visualidade e no impacto imaginário das peças escolhidas, atualizadas em linguagem jovem e acessível pelos ativistas do MPL, em forma de discurso articulado sobre o direito à cidade e a uma nova vida coletiva.
Esse artigo propõe a investigação de um lugar híbrido na cidade de São Paulo, no qual o antigo e o novo se sobrepõem. Nesse lugar, vidas (in)visíveis em espaços limiares revelam diferentes formas de ocupação e suas relações com a cidade. As transformações desses espaços no tempo parecem resultar de processos naturais, mas na realidade, são consequência direta da ação do capital e do mercado. Tais processos valorizam o novo e abafam a história local, criando novos lugares. Neste estudo apresenta-se o caso de um pequeno trecho de rua na Vila Madalena, bairro em contínua transformação
O objetivo do artigo é refletir sobre a representação da cidade de São Paulo durante o isolamento para o combate à pandemia do vírus Sars-Cov-2, causador da Covid-19, e constituir memória desse período invulgar. Para tanto, apresenta imagens realizadas pela autora durante o ano de 2020 em percursos pela cidade nos quais o solo, os corpos sentados ou deitados no meio-fio e nas calçadas surgem como importantes sintomas das fissuras do atual arranjo social vigente. Organização que exclui completamente milhares de pessoas da cidadania, tratando-as como restos, refugo a ser descartado, desconsiderado e apagado, corpos que, no entanto, resistem e sobrevivem. A partir de experiência da autora, o trabalho visa restituir ao coletivo as imagens e postular a urgente necessidade de se imaginar novas perspectivas, frestas abertas para novas composições possíveis.
Este texto tem como objetivo apresentar como a noção de fixos e fluxos, formulada pelo geógrafo Milton Santos, se concretiza na materialidade de um lugar escolhido. Propõe-se a verificar como o par, depois redefinido e denominado sistemas de objetos e sistemas de ações, se expressa nas relações sociais e na constituição física de um cruzamento viário na centralidade da região do Butantã, Zona Oeste de São Paulo e como a mobilidade funciona como fluxo determinante de ações e disposições espaciais no meio urbano.
Ensaio visual intitulado Paisagens humanas, trabalhos poéticos feitos com técnicas pictóricas aguadas que mostram um percurso investigativo-prático inspirado nas pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo. Personagens tratadas como descarte, trapos e restos, alegada feiura que socialmente nos recusamos a encarar, desnudam a fragilidade e perversidade do sistema vigente. Os registros e criações propõem ao observador um tempo mais lento, ou outro ato, curiosidade e dedicação que permitam um passeio pela obra, um ver além, a fim de vislumbrar camadas e figuras, sintomas sociais que requerem reflexão e novas práticas. Transfigura-se a realidade horrível em realidade poética em convite ao pensamento e a ações em direção ao caminho inverso, à despersonalização e à quebra de ideias preconcebidas e pré-formuladas.
O artigo tem como objetivo refletir sobre a prática cartográfica como possibilidade de ação política revolucionária e insurgente. Entende-se a cartografia tradicional e seus mapas como representações dominantes, dispositivos engendrados por relações de poder. A cartografia do levante, por sua vez, é compreendida como uma prática de desativação desses mecanismos de controle e captura para transformá-los em contra-dispositivos, em atuação transformadora, profanadora. A partir de imagens feitas pela pesquisadora busca-se analisar como essa fazer pode se inserir em cartografias do levante.
Esse artigo tem como objetivo apresentar as representações da mobilidade em São Paulo a partir da história dos modos de deslocamento pela cidade e de suas imagens associadas. Para tanto serve‐se de documentos de época tais como filmes de ficção, músicas, documentários e anúncios publicitários. Pretende‐se apresentar a mobilidade enquanto objeto imaterial, sujeito a diferentes representações concretas e também imagéticas que expressam as relações sociais e produtivas numa metrópole ocupada com o trabalho, a produtividade e a eficiência. A mobilidade assume, dessa maneira, várias formas concretas e transforma‐se em diferentes objetos materiais, a expressar sua enorme importância social. Procura‐se ainda mostrar que a mobilidade, por seu caráter transversal e essencial para a reprodução do sistema hegemônico no espaço metropolitano, está sujeita a esquemas de dominação, segregação e preconceitos existentes na sociedade contemporânea num país em que a estrutura de classes ainda exibe sua face mais excludente e individualista.
O artigo analisa os vários níveis de significado que a bandeira e suas cores predominantes, o verde e o amarelo, imprimem de tempos em tempos sobre episódios políticos, manifestações culturais e movimentos sociais, a configurar indeterminações e limites imprecisos. As cores evocam união nacional, mas em alguns casos podem dissimular profundas rupturas sociais. A temática nacionalista desperta interesse, em pleno período de copa do mundo aliada à desenfreada instalação de estandartes nacionais nas principais avenidas e pontes da cidade de São Paulo, quando a grave crise política e econômica acentua as disputas sociais no país.
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