O presente artigo relata a experiência no desenvolvimento de um curso de extensão em Parasitologia Humana, com visão interdisciplinar e interprofissional, conduzido por docentes de diferentes áreas da Universidade Federal do Sul da Bahia. O objetivo é expor a contribuição dessas docentes na construção teórico-prática do curso, mostrando a importância da educação e do trabalho interprofissionais na área da saúde. O método da aprendizagem baseada em problemas foi adaptado e utilizado para a construção de nove encontros teóricos, duas aulas de prática em laboratório e uma ação na comunidade. Como disparadores das discussões, as situações-problema construídas, com base na realidade local, conduziram os participantes à busca de informações sobre o parasita em estudo. A visão interdisciplinar e interprofissional do curso propiciou a valorização e a abordagem ampliada do tema por meio das diversas vivências e dos saberes trazidos das diferentes áreas de atuação de seus participantes.
Objective: to portray the creation of a gestational risk classification based on the profile of maternal deaths in a municipality where the rate of these deaths is high, and its use in prenatal care. Methods: the profile was prepared using records of maternal deaths that occurred between 2008 and 2013, considering age, schooling, race/skin color, place of residence, pre-existing disease, reproductive history. Results: maternal death was most frequent in women of brown/black skin color, aged 30-39, with low schooling, living in socially vulnerable districts and with heart disease as the main pre-existing disease; gestational risk was classified based on this profile, whereby points (1-3) were assigned to each lowest/highest frequency and care priorities (P) were defined-PI=regular risk (4-9pt: routine consultation/examination), PII=high risk (10-16pt: reduce waiting time for consultation/examination by 50%), and PIII=very high Risk (≥17pt: access to consultation/examination within 7 days). Conclusion: the new classification improved healthcare professionals' awareness of determinants surrounding maternal death and the need to prioritize access to prenatal care according to risk.
A alimentação adequada e a confiabilidade das informações do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) têm importância decisiva para análise da saúde materno-infantil. Este estudo avaliou a cobertura e completude das informações do Sinasc e o perfil de nascimentos de grupos populacionais em uma região da Bahia, em 2002-2007-2012-2017. A cobertura foi calculada pela razão entre nascidos vivos informados e estimados; a completude dos dados e perfil foram analisados avaliando as características maternas, gestação, parto e recém-nascido. As coberturas variaram entre 28% e 100%, com menores valores para o grupo de municípios de menor porte. Na região, houve crescimento de 23% na cobertura do Sinasc entre 2002 e 2012 e de 17,4% entre 2002 e 2017. Todos os municípios alcançaram coberturas superiores a 60% nos dois últimos anos. Em 2002, variáveis importantes como raça/cor, escolaridade e teste Apgar 5o minuto registraram completude de preenchimento de ruim a regular. O perfil predominante é de mães jovens (20-29 anos), da raça/cor negra, baixa escolaridade, com acesso a sete ou mais consultas de pré-natal, gestações a termo e partos vaginais. Os grupos de Robson mais frequentes foram o G3/G1/G5, considerados baixo risco para cesáreas. As maiores proporções de baixo peso ao nascer foram para o grupo de maior porte e a presença de anomalias congênitas não ultrapassou 1%. O estudo destaca razoável incremento na qualidade das informações do Sinasc, elevação no nível de escolaridade materna, adolescentes contribuindo com 20%-37% dos nascimentos, ampliação no número de consultas de pré-natal e aumento da frequência de cesarianas e nascimentos prematuros.
Objective: To assess different ways of caring for preterm infants’ development and for their families in neonatal units, with emphasis on the studies by André Bullinger. Data source: A review of the literature in the databases PubMed, SciELO, and the Cairn.info portal, which publishes reviews in human sciences in French. Also, the books and articles of André Bullinger, available only in French, were reviewed. Data synthesis: This review includes the Kangaroo Method, which is based on skin to skin contact and the encouragement of breastfeeding; the Newborn Individualized Developmental Care and Assessment Program (NIDCAP), based on the Synaptic Developmental Theory and aiming to positively change the neonatal environment, having the preterm newborn as the actor of their own development and the mother as a regulator; and the Bullinger Approach, which uses a sensory-motor perspective to approach child development, including preterm infants’ development. Conclusions: The Kangaroo Method has changed child developmental care in countries with limited financial resources. NIDCAP was shown to be efficient, although only a few long-term studies have been conducted on the subject. The Bullinger Approach is well diffused in European neonatal units, with promising results for the prevention of neurodevelopmental disabilities, especially those related to orality
A pandemia de covid-19, dentre outras coisas, limitou as ações de saúde e o ensino presencial. Este trabalho aborda o relato de uma experiência que buscou proporcionar aos estudantes de Medicina a realização de visitas puerperais por meio de ligações por aplicativo de mensagens e um retorno à prática clínica com base no exercício de competências comunicacionais, reflexão crítica, raciocínio clínico e ética. Inicialmente, foram realizados encontros formativos e foi elaborado um roteiro clínico orientador para uso nas chamadas. Foram criados uma planilha online com dados das puérperas para distribuição dos atendimentos e um grupo virtual de supervisão com docentes, estudantes e profissionais. As estratégias de supervisão, feedback e avaliação se mostraram importantes no desenvolvimento das competências propostas e evidenciaram efetividade nas orientações às puérperas e numa maior autonomia delas no cuidado. Essa prática pode ser adotada em módulos educacionais isolados, complementar componentes curriculares e ser adaptada para outros grupos populacionais. Reitera-se sua validade metodológica para cursos da área de saúde.
Sífilis em gestantes e sífilis congênita representam importantes problemas de saúde pública no Brasil. Este estudo descreve a situação epidemiológica dos casos de sífilis em gestantes e sífilis congênita na região sul/extremo sul baiana e compara a evolução das taxas de detecção dessas doenças com a ampliação da cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF). Este é um estudo observacional e descritivo do período de 2009-2019. Foram analisados municípios agrupados em diferentes portes populacionais e casos analisados, segundo características maternas e assistenciais. Foram correlacionadas taxas de detecção e incidência com a cobertura da Estratégia Saúde da Família utilizando o coeficiente de correlação de postos de Spearman. Os dados foram coletados do Painel de Indicadores Epidemiológicos do Ministério da Saúde. O grupo com população inferior a 20 mil habitantes foi excluído pela precariedade de registros. Foram notificados um total de 3.028 casos de sífilis em gestantes e 1.454 de sífilis congênita, nos 22 municípios selecionados, que formaram três grupos. Todos os grupos apresentaram aumento nas taxas de detecção e incidência e, quando correlacionadas com a cobertura da Estratégia de Saúde da Família, mostraram resultados positivos, sendo os mais fortes para o de menor população. Em todos os grupos prevaleceram casos de mulheres jovens, com baixa escolaridade, em sua maioria negras e que realizaram pré-natal, mas com diagnóstico de sífilis primária no terceiro trimestre gestacional. O tratamento da gestante e do parceiro foi inadequado ou não realizado na maioria dos grupos. O desafio atual está em qualificar o pré-natal, controlar desigualdades e barrar a transmissão vertical.
RESUMOObjetivos: descrever as características maternas e dos recém-nascidos de baixo peso (RNBP) a termo e avaliar a completude dos campos da Declaração de Nascidos Vivos (DNV). Métodos: foram selecionadas 76 DNV de partos hospitalares, com gestação única, idade gestacional (IG) igual/superior a 37 semanas, sem malformação. Variáveis maternas avaliadas: idade, cor/raça, escolaridade, ocupação, paridade, pré-natal (início, número de consultas), tipo de parto, IG. Nos RNBP: sexo, peso ao nascer, Apgar. Resultados: maior frequência foi de mulheres entre 20-34 anos, de cor/raça não branca, com ensino médio completo, sem ocupação remunerada, nulíparas, que iniciaram o prénatal no primeiro trimestre da gravidez, realizaram oito ou mais consultas e IG de 37 semanas. Maioria dos partos cesárea ocorreu na rede pública. Maioria dos RNBP foi do sexo feminino, com peso ao nascer entre 2000-2499g e Apgar entre 7-10, no 1º-5º minutos. Prevaleceram os nascimentos com IG 37/38 semanas, com maior percentual de cesarianas no grupo 37 semanas. Conclusões: A DNV se mostrou um importante
A Estratégia Saúde da Família é ordenadora do cuidado prestado às crianças em assistência, da prevenção de agravos e da promoção da saúde na maioria dos municípios de médio e pequeno porte. Este estudo descreve os cuidados prestados à saúde da criança no Extremo Sul da Bahia, no âmbito da Estratégia Saúde da Família, e discute a ausência do pediatra nesse contexto. Trata-se de estudo descritivo realizado nos 13 municípios da região. Coordenadores da atenção básica, médicos e enfermeiros responderam a distintos questionários online sobre a estrutura da Estratégia Saúde da Família e a forma de atendimento às crianças. Para os coordenadores, a cobertura para identificação precoce da gestação é baixa; 60% dos municípios realizam visita puerperal em até uma semana; na maior parte dos casos, a única triagem neonatal realizada é a biológica; a distribuição da caderneta da criança é regular para 56,2%; e a principal dificuldade encontrada na atenção à criança é a alta demanda da Estratégia Saúde da Família para outros grupos prioritários. As consultas de puericultura não têm agenda organizada, podendo ser periódicas ou por livre demanda, e cerca de 35% a 60% delas resultam no encaminhamento da criança para o parecer de pediatras, mas 90% dos médicos e 74% dos enfermeiros informam não receber contrarreferência do serviço especializado. Os profissionais destacam dificuldades para orientar famílias sobre comportamento, alimentação, higiene e sono. Os resultados possibilitam identificar falhas na assistência e no cuidado integral a esse público, contrariando o que preconizam suas políticas. Sobre a qualidade do cuidado, discute-se o papel do pediatra na composição dessa estratégia.
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