Introdução: O autoteste de vírus da imunodeficiência humana é uma das tecnologias da chamada prevenção combinada, em que, diferentemente dos procedimentos tradicionais de testagem, o próprio usuário é quem faz o teste, sem auxílio de um profissional. Objetivo: Analisar os dados de distribuição do autoteste de vírus da imunodeficiência humana na Rede Municipal Especializada de infecções sexualmente transmissíveis/aids entre 2019 e abril de 2021. Métodos: Os dados foram coletados no Sistema de Avaliação e Monitoramento dos Projetos com Organização da Sociedade Civil para gerar um relatório geral de distribuição desse insumo entre 2019 até abril de 2021, considerando as variáveis raça/cor, órgão genital de nascimento, identidade de gênero para a análise dos resultados. Resultados: Entre 2019 até abril de 2021, foram distribuídos 52.731 autotestes de vírus da imunodeficiência humana na cidade de São Paulo (SP). Desses, 21.945 foram considerados para a análise do perfil de distribuição. Foi possível observar que 11.238 (50%) se autodeclaram brancos e 10.707 (47%) negros, agregando pretos e pardos; 70% autoafirmaram que nasceram com pênis, 29% com vagina e 1% com pênis e vagina; 66% eram homem cis, 29% mulheres cis, 3% mulheres trans, 1% travestis e 1% homens trans. Conclusão: O autoteste é uma estratégia de prevenção para o enfrentamento do vírus da imunodeficiência humana/aids na cidade de São Paulo (SP), uma vez que contribui para a diminuição das barreiras de acesso aos serviços. No entanto, o acesso de mulheres trans, travestis e homens transexuais permanece como desafio, já que as vulnerabilidades individuais, sociais e programáticas dessa população influenciam, também, o acesso às estratégias de prevenção combinada.
Introdução: Articuladores/as de prevenção são lideranças cisgêneros e/ou transexuais que atuam em coletivos culturais nas periferias de São Paulo (SP) com a premissa de ampliar o acesso às estratégias de prevenção combinada ao vírus da imunodeficiência humana junto a seus pares. Objetivo: Relatar a experiência do processo de trabalho de articuladores/as de prevenção realizado pela Coordenadoria de Infecções Sexualmente Transmissíveis/Aids da cidade de São Paulo. Métodos: Trata-se de um relato de experiência com o propósito de produzir uma descrição do processo de trabalho de articuladores/as de prevenção, permitindo, assim, uma análise dos/as autores/as que participaram da construção dessa estratégia. Resultados: O trabalho com articuladores/ as de prevenção tem sido realizado desde o final de 2018 por meio de testagem rápida extramuro de vírus da imunodeficiência humana, indo a campo para oferecer o teste de vírus da imunodeficiência humana para ampliar o cardápio de prevenção de jovens, negros, LGBTQIA+ de periferias em relação ao acesso a profilaxia pós-exposição, profilaxia pré-exposição, autoteste de vírus da imunodeficiência humana e tratamento para infecções sexualmente transmissíveis e vírus da imunodeficiência humana. Ações de testagem realizadas nos saraus, slams, fluxos de funk, comunidade ballroom, rolêzinhos permitiram produzir uma estratégia de prevenção demandada por esses grupos. Quantitativamente, mais de 25 testagens extramuros foram realizadas de 2018 a 2020, contabilizando 4.058 testes com positividade de 1,9% em relação a 0,4% da população geral. Ainda, mais de 0 agentes de prevenção foram cadastrados nos anos supracitados, além de 8 articuladores/as em campo. Conclusão: A Coordenadoria de Infecções Sexualmente Transmissíveis/Aids construiu uma estratégia exitosa de articulação com jovens, negros, LGBTQIA+ de periferia, congregando uma resposta social e programática da epidemia de vírus da imunodeficiência humana alinhada com outros espaços de produção da vida dessas populações.
Introdução: Atualmente, a Rede Municipal Especializada da Coordenadoria de Infecções Sexualmente Transmissíveis/Aids da cidade de São Paulo é organizada em nove Centros de Testagem e Aconselhamento e 17 Serviços de Atenção Especializada (SAE). Esses serviços possuem como uma das funções ampliar o acesso ao tratamento de vírus da imunodeficiência humana. Objetivo: Analisar os dados de tratamento de vírus da imunodeficiência humana nos Centro de Testagem e Aconselhamentos da cidade de São Paulo (SP) entre 2019 e o primeiro trimestre de 2021. Os dados foram coletados no Sistema de Informação da Rede Municipal de Infecções Sexualmente Transmissíveis/Aids e no Sistema de Controle Logístico de Medicamentos para gerar um relatório geral do número, em dias de tratamento, após data de diagnóstico entre 2019 até o primeiro trimestre de 2021. Resultados: Em 2019, 611 pessoas receberam diagnóstico positivo para vírus da imunodeficiência humana nos Centros de Testagem e Aconselhamento. Desses, 119 iniciaram o tratamento em até 14 dias. No ano seguinte, 289 usuários de um total de 494 receberam o tratamento em 14 dias. No primeiro trimestre de 2021, 182 pessoas em um universo de 229 começaram o tratamento dentro de 14 dias. Ou seja, respectivamente, iniciaram o tratamento de vírus da imunodeficiência humana em até 14 dias nos Centros de Testagem e Aconselhamento municipais 19%, em 2019, 58%, em 2020, e 82%, em 2021. Conclusão: Os Centros de Testagem e Aconselhamento, como parte da rede de serviços da cidade de São Paulo, têm qualificado o acesso das populações mais vulneráveis ao vírus da imunodeficiência humana em relação ao tratamento de vírus da imunodeficiência humana, disponibilizando a medicação em tempos hábil, aumentando, assim, a qualidade de vida das pessoas vivendo com vírus da imunodeficiência humana e podendo alcançar a indetectabilidade e a instramissibilidade brevemente.
Introdução: A Coordenadoria de Infecções Sexualmente Transmissíveis/Aids da cidade de São Paulo tem diversas esferas de diálogo com a sociedade civil, como organizações não governamentais, coletivos e lideranças das populações prioritárias e/ou mais vulneráveis ao vírus da imunodeficiência humana. Apesar de a COVID-19 ter colocado novas rotinas à população, como o isolamento e o distanciamento social, encontros sexuais ainda continuam acontecendo, por meio de aplicativos de encontros para homens que fazem sexo com homens, festas de jovens, sobretudo nas periferias da cidade, e o trabalho sexual, neste momento ainda mais precarizado. Objetivo: Analisar a estratégia de acesso às populações mais vulneráveis e prioritárias em contexto da pandemia da COVID-19 para manter a pauta e o debate sobre prevenção combinada ao vírus da imunodeficiência humana ativo nas redes sociais e plataformas de streaming. Métodos: Participação em lives, de aproximadamente uma hora, em parcerias com canais e perfis administrados e acessados por jovens, homens que fazem sexo com homens, mulheres transexuais/travestis e pessoas vivendo com vírus da imunodeficiência humana ou da própria Coordenadoria, no Instagram, YouTube e Facebook, para tratar de prevenção combinada e temas transversais, como sexualidade, juventude, preconceito e discriminação. Resultados: De abril a dezembro de 2020, foram realizadas 24 lives, totalizando 26 horas no ar. O número de pessoas assistindo e a participação da audiência dependem de variáveis como tema abordado e influência da(s) pessoa(s) que estão participando da transmissão ao vivo. Conclusão: As lives têm sido uma importante estratégia a Coordenadoria de Infecções Sexualmente Transmissíveis/Aids para continuar a ampliar o diálogo sobre prevenção combinada, saúde sexual e direitos humanos com as populações de jovens, homens que fazem sexo com homens, pessoas transexuais e não binárias em razão do uso constante de redes sociais, especialmente no contexto da pandemia da COVID-19. Temas muito diretos demonstram menos acessos do que quando trazem discussões transversais à prevenção do vírus da imunodeficiência humana, como “Pessoas Trans e sexualidade”, “Sexo antes, durante e depois da pandemia”.
Introdução: A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana no município de São Paulo (SP) acompanha a tendência nacional, marcadamente concentrada nos segmentos mais expostos ao vírus da imunodeficiência humana/aids, como gays e outros homens que fazem sexo com homens, pessoas transexuais, profissionais do sexo e pessoas que usam drogas, o que envolve grande complexidade relacionada à exclusão social e diversas violações de direitos. Objetivo: Aumentar o conhecimento das populações mais vulneráveis e prioritárias sobre profilaxia pré-exposição, ampliar a capacidade de atendimento e o número de locais que ofertam a profilaxia, aumentar o número de usuárias/os em uso de profilaxia pré-exposição, sobretudo a população de pessoas transexuais. Métodos: A Coordenadoriade Infecções Sexualmente Transmissíveis/Aids da cidade de São Paulo decidiu implantar primeiramente em serviços da Rede Municipal Especializada em Infecções Sexualmente Transmissíveis/Aids mais afastados do centro da cidade e, pioneiramente, em 2018, também em Centros de Testagem e Aconselhamento. Posteriormente, foi ampliado para as 26 unidades da Rede Municipal Especializada e mais 28 unidades de referência de hormonização para pessoas transexuais. Além de maneira precursora, buscou incluir profissionais da enfermagem, farmacêuticas/os e cirurgiãs/ões dentistas como prescritores da profilaxia. Resultados: Até março de 2021, 54 serviços municipais ofertavam profilaxia pré-exposição na cidade de São Paulo e 11.088 pessoas iniciaram o uso da profilaxia, sendo 44% de pessoas negras e 82,6% de homens gays e bissexuais (cis e transgênero). A inclusão de outros profissionais, para além de médicas/os, na prescrição da profilaxia pré-exposição, que já representa 17,4% das dispensações de medicamento de 2020 a abril de 2021. Conclusão: A inserção das unidades de hormonização aumenta a capacidade de inclusão de novas/os usuárias/os, sobretudo às pessoas trans, e a capilaridade dessa estratégia de prevenção no município. O trabalho de educação entre pares também é fundamental para aumentar o conhecimento sobre prevenção combinada e promover a aproximação com os serviços de saúde.
Introdução: A população de mulheres transexuais e travestis é uma das mais vulneráveis à epidemia de vírus da imunodeficiência humana/aids e recentes pesquisas têm indicado que homens transexuais que se relacionam com outros homens gays ou bissexuais cisgêneros podem ter também apresentar vulnerabilidade acrescida. Em razão disso, as estratégias de prevenção devem promover e facilitar a adesão às novas tecnologias de prevenção, como a profilaxia pré-exposição e a profilaxia pós-exposição para essa população. Objetivo: Aumentar o conhecimento sobre essa nova tecnologia, ampliar o número de pontos de acessos de profilaxia pré-exposição e profilaxia pós-exposição e a quantidade de pessoas em uso da profilaxia, bem como a adesão, adicionando a prevenção combinada ao cuidado integral à saúde. Métodos: A partir de setembro de 2020, a Coordenadoria de Infecções Sexualmente Transmissíveis/Aids da cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal da Saúde, junto à Atenção Básica e às Coordenadorias Regionais de Saúde, capacitou médicas/os, enfermeiras/os, farmacêuticas/os e cirurgiãs/ões dentistas para prescrição de profilaxia pré-exposição e multiprofissional para o atendimento e implementou a oferta de profilaxia pré-exposição e profilaxia pós-exposição nas referências de hormonização para pessoas transexuais em todas as seis macrorregiões do município. Resultados: Em abril de 2021, todas as 28 unidades de hormonização (entre Unidade Básica de Saúde, AMA e Rede Hora Certa) já estavam aptas para a oferta de profilaxia pré-exposição e profilaxia pós-exposição para homens e mulheres transexuais, travestis e pessoas não binárias em acompanhamento nesses serviços de referência. Até o momento, 16 pessoas tiveram acesso à profilaxia pós-exposição e 32 pessoas iniciaram a profilaxia pré-exposição nessas unidades. Conclusão: A oferta de profilaxia pré-exposição em unidades referências de hormonização tem o potencial de diminuir barreiras ao acesso das pessoas trans à prevenção combinada, posto que o número de mulheres transexuais, travestis, homens transexuais e pessoas não binárias em uso de profilaxia pré-exposição ainda é muito baixo, tanto na cidade de São Paulo (SP), quanto no Brasil.
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