O presente estudo trata da caracterização hidrogeológica e hidroquímica das águas subterrâneas do município de São Gabriel, RS. Foram analisadas 55 amostras de água provenientes de 55 poços tubulares profundos de diversas localidades e variados contextos hidrogeológicos. A maior parte do território do município de São Gabriel é constituída por rochas sedimentares da Bacia do Paraná. Assim, os principais aquíferos possuem águas com composições químicas bastante diversificadas, refletindo variados ambientes deposicionais e composições mineralógicas. Subordinadamente, aquíferos fraturados formados por rochas granítico-gnáissicas do Escudo Sul- -rio-grandense ocorrem na porção sul do município. Desta forma, a qualidade das águas subterrâ- neas do município varia de acordo com as condições geológicas de cada unidade aquífera e com as relações entre elas. Na área, os elementos Flúor e Sódio são os parâmetros que comprometem a utilização das águas subterrâneas para fins de consumo humano, dessedentação de animais e irrigação. Cerca de 30 % das análises apresentam águas impróprias para consumo com relação a estes íons, conforme parâmetros máximos permitidos pelo Ministério da Saúde do Brasil. Os principais aquíferos da região, em termos quantitativos e qualitativos, são o Aquífero Rio Bonito (ARB) e o Sistema Aquífero Guarani (SAG), localizados, respectivamente, na porção sul e nordeste do município. As águas dos poços que captam destes aquíferos são de boa qualidade, potáveis e as vazões podem ser consideradas como as melhores da região .
Acredita-se que concentrações até 1,5 mg/L de flúor nas águas seja benéfico à saúde humana na prevenção de cáries dentárias de crianças. Porém, valores superiores seriam prejudiciais, podendo causar manchas nos dentes, fluorose dental, e deformação dos ossos. Através da revisão da literatura observou-se que valores anômalos desse elemento ocorrem em aquíferos cristalinos, porosos e cáusticos. O objetivo da presente pesquisa foi apresentar uma evolução dos conhecimentos em relação às concentrações anômalas de flúor em águas subterrâneas, fornecendo uma visão global, nacional, regional apresentando aportes ao conhecimento do Sistema Aquífero Guarani/SAG no Estado do Rio Grande do Sul. Esse sistema apresenta, localmente, águas com concentrações anômalas de flúor, em vários estados brasileiros acima dos padrões de consumo humano. Muitas hipóteses foram levantadas até o presente momento buscando esclarecer a origem destas concentrações. Porém, ainda não existe um consenso entre os pesquisadores. Observou-se uma boa relação espacial com águas de caráter sódico, sulfatadas e/ou cloretadas na Zona de Afloramento com a unidade Hidroestratigráfica Santa Maria, fossilífera. Estudos recentes no noroeste do estado apontam uma associação com águas mais salinas, localmente termais, nas zonas confinadas, associando a origem do flúor às formações Pré-SAG, portadoras de sais e/ou minerais sulfatados. A hipótese mais consensual sugere a existência de misturas com águas salinas profundas, indicando existirem zonas onde predominam os fluxos verticais em relação aos horizontais no SAG, associadas a diques e a possivelmente a Capacidade de Troca Iônica dos argilominerais em um processo geogênico, de origem natural.
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