Resumo: O estudo tem como matéria práticas de descrição e, também, uma imagem manuscrita, e outra, análoga, impressa, que compõem livros de Pero de Magalhães de Gandavo, intitulado, o primeiro - manuscrito depositado nos dias de hoje no Museu do Escorial -, Historia da prouincia Sancta Cruz, a que ulgar mente chamamos Brasil: feita por Pero Magalhães de Gandauo, dirigida ao muito Illustre Sñor Do Lionis Pereira, e, o segundo, Historia da prouincia Sãcta Cruz a que ulgarmente chamamos Brasil feita por Pero de Magalhães de Gandauo dirigida ao mui Illusmo Dom Lionis Pa gouernador que foy de Malaca e das demais partes do Sul da India - encontrado no acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Objetiva-se compreender como a figuração do monstro Hipupiára, presente nas duas versões do livro de Pero de Magalhães de Gandavo acima mencionados, é constituída poética e retoricamente, evidenciando-se processos de analogia, fundamentais para a composição dos corpora monstrorum, e a relação entre história, poética, autópsia e verossimilhança.
RESUMOEste estudo propõe como seu problema o entendimento de duas práticas de tradução concorrentes no Império Português entre os séculos XVI e XVIII: a que defendia ser a boa tradução a que se atinha ao estabelecimento de equivalências lexicais exatas entre o original e o texto traduzido -cabendo, é claro, especificar os limites que as diferenças entre as línguas de partida e de chegada impõem ao próprio ato de traduzir, para além do que cada tradutor compreende ele próprio por e define como tradução mot à mot -, e aquela outra, que fixava como sua tarefa a determinação de equipolências entre unidades frásicas ou oracionais. Como se tentará demonstrar ao longo deste estudo, as diferentes práticas de tradução implicam compreensões muito distintas do valor diferencial das línguas de partida e de chegada, considerando-se que os textos de partida estão compostos, no corpus por nós constituído, em grego e latim; no valor diferencial das línguas de partida e de chegada, por seu turno, está implicada outra questão: a da querela gramatical sobre a superioridade das línguas clássicas
Neste artigo, discute-se como a damnatio memoriae imposta por D. Afonso V ao infante D. Pedro no contexto da Batalha de Alfarrobeira, em 1449, bem como a revogação de tal pena, em 1455, refletem-se nas crônicas de Gomes Eanes de Zurara. Demonstra-se que, no período em que vigorou a citada damnatio memoriae, Zurara escreveu, a mando do rei, suas duas primeiras obras: a Crónica da Tomada de Ceuta e a Crónica de Guiné, motivo pelo qual o infante D. Pedro, enquanto personagem, quando não é esquecido, é lembrado desfavoravelmente pelo cronista. Contudo, observa-se uma redenção mnemônica do infante D. Pedro nas duas últimas crônicas zurarianas, a saber, a Crónica do Conde D. Pedro de Meneses e a Crónica do Conde D. Duarte de Meneses, compostas após a reabilitação oficial da memória do ex-regente por parte do monarca.
Ao avaliar cada objeto, considera-o já em via de dissolução, no ato de se transformar e quase de apodrecer ou desfazer-se, ou então considera que cada coisa nasceu quase para morrer (Marco Aurélio, X, 18).
Cars, bruns teinz motz entrebescPensius pensanz (Raimbaut d'Aurenga).
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.