Resumo Apesar da importância das disputas para os governos estaduais na política brasileira, pouco se sabe a respeito dos fatores que levam às escolhas dos eleitores para esses pleitos. Existem fatores comuns que ajudam a explicar a escolha dos eleitores em todo o país para os governos estaduais? Qual é o peso da avaliação do governo federal e da percepção sobre o desempenho da economia do país nas eleições nas unidades da federação? Candidatos à reeleição ou apoiados pelo governador são beneficiados pela avaliação positiva do governo federal? A preferência partidária importa na hora de escolher os candidatos a governador? Essas são as perguntas que buscamos responder, ainda que de maneira preliminar, neste artigo. Para isso, realizamos análises multivariadas a partir dos dados de nível individual produzidos pelo Estudo Eleitoral Brasileiro (Eseb) de 2014. Os resultados indicam que a preferência partidária, assim como nas eleições presidenciais, é importante elemento de escolha nos pleitos para os governos estaduais, e que a disputa entre PT e PSDB no plano nacional acaba por influenciar também o âmbito estadual.
Resumo: Este artigo discute os limites e usos dos conceitos de secularização, laicidade e espaço público aplicados à política contemporânea brasileira. Analisamos discursos, qualitativamente, feitos por atores políticos durante debates televisivos, posicionamentos públicos e publicações em redes sociais. Descobrimos que figuras públicas conservadoras tendem a mobilizar e interpretar a laicidade com base no argumento de representação de interesses na legitimação da presença religiosa no Estado. Por outro lado, os atores progressistas defendem a separação entre Estado e religião, conferindo uma competência privada à fé. Por fim, atentamos para o fato de que o debate sobre essas noções precisa considerar a forma como os atores as mobilizam, dado que a definição destes termos varia conforme seus interesses e projetos.
Publicado em 2019 e de autoria de Vinícius do Valle, este trabalho se insere entre importantes pesquisas sobre as relações entre os pentecostais e a política brasileira a partir de uma proposta metodológica inovadora para a Ciência Política: a elaboração de um estudo de caso, conduzido por meio de pesquisa etnográfica, tomando como objeto principal os fiéis de uma comunidade religiosa e suas visões a respeito da política. Entre os principais resultados deste estudo encontra-se a distinção sobre as análises e motivações que orientam o voto destes fiéis, em que as questões morais e de interesse da igreja pesam mais na escolha dos candidatos ao poder legislativo; enquanto que as questões materiais, econômicas e de políticas públicas embasam o votos nas candidaturas ao poder executivo.
O artigo busca compreender a dimensão do financiamento partidário, enquanto variável dependente, articulando-a ao papel do partido político. Assim, questiona-se a importância do repasse partidário no processo eleitoral, especificamente para candidatos a deputado federal, como também quem seriam os maiores beneficiados, e se existe diferença entre as instâncias partidárias nacionais e subnacionais na distribuição dos recursos. Os resultados, encontrados através de dados descritivos e de análise de regressão logística binária, apontam para a importância do capital político do candidato no recebimento dos recursos partidários. Além disso, encontramos que a lógica de distribuição partidária é diferente nas esferas nacionais e subnacionais e que variáveis socioeconômicas, como gênero e profissão, também tiveram impacto em ambos os modelos.
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