ResuMoExaminamos oportunidades de aprendizagem na fala-em-interação social de sala de aula contemporânea. Os dados para este estudo foram gerados de março a outubro de 2012 e consistem em observações sistematizadas em diário de campo e transcrições de segmentos de 11 horas de gravações audiovisuais de aulas de Língua Espanhola da Turma 10 do segundo ano do Ensino Médio de uma escola pública da cidade de Porto Alegre. Na interação dessa sala de aula, há constante participação animada de pelo menos alguns alunos, entre eles mesmos e com o professor, o que, conforme Rampton (2006), caracteriza uma nova ordem comunicativa da sala de aula contemporânea. Nessa nova ordem comunicativa, as participações não canônicas dos alunos evidenciam que eles estão engajados (também) no trabalho de aprender. O relato etnográfico, detidamente atento às ações dos participantes, mostra que há oportunidades de aprendizagem na nova ordem comunicativa da Turma 10: 1) há participação de alguns alunos por meio da autosseleção para falar); e 2) há engajamento de todos na pauta da aula, seja pela autosseleção de alguns, seja pela atenção de outros no foco comum. Argumentamos que os alunos da Turma 10 estão participando da aula, na sua pauta curricular e na organização da nova ordem comunicativa. Assim os participantes se orientam para a língua espanhola como objeto de aprendizagem, e alguns produzem ações em torno desse objeto e mediante esse objeto, por exemplo, quando desafiam o professor, construindo evidências de aprendizagem. Mais do que mostrar que os participantes estão tendo oportunidades de aprendizagem ao realizarem participações exuberantes na sala de aula contemporânea, argumentamos que os interagentes da Turma 10 estão demonstrando uns para os outros que estão engajados (também) no trabalho de aprender ao usarem a língua e construírem ação social de fazer aula de Língua
Este artigo analisa dados de fala-em-interação de sala de aula de Língua Espanhola para verificar: 1. o fenômeno de correção de aluno por professor, ou seja, substituição de um item por outro; e 2. os eventos em que o professor somente aponta um item errado no turno do aluno, mas não leva a cabo a substituição desse item, isto é, não leva a cabo a correção. Para tanto, realizamos geração de dados de 3 horas/aula em uma escola pública rural da cidade de Irati, no Paraná. Trata-se de uma pesquisa etnográfica, cujo enfoque é deliberadamente interpretativo e tem preocupação com os significados imediatos e locais das ações do contexto analisado. Com base na etnografia como escolha teórico-metodológica e na Análise da Conversa Etnometodológica (ACE), concluímos que os alunos previamente esperam ser corrigidos, já que, por meio dos dados analisados, foi possível notar que frequentemente a correção ocorre após um pedido de ajuda do aluno. No entanto, apesar de os alunos demonstrarem que o professor pode corrigir, este negocia um trabalho interacional de evitar fazer a correção. Nesse sentido, o professor realiza a correção sempre com cautela, demonstrando que a correção é uma ação despreferível nesta sala de aula.
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