Resumo Este artigo procura pensar a circulação da literatura a partir das mais recentes tecnologias de inscrição, apresentando o estudo de caso de dois autores que se tornaram fenômenos de popularidade nas redes sociais. Por um lado, sugerimos que as obras literárias de Clarice Lispector e de Caio Fernando Abreu compartilham uma série de particularidades que tornam os seus textos especialmente atraentes para o universo on-line. Por outro, entendemos que é importante também investigar como o meio digital atua sobre essas obras, que vão sendo editadas, publicadas, reproduzidas, compartilhadas, remixadas, gerenciadas (Manovich, 2011, 2017), de modo a se tornarem um dispositivo de mídia num sistema que sobrevive da convergência dos meios, da construção coletiva e da cultura participativa (Jenkins, 2008).
Nesta entrevista, Eduardo Kac nos fala sobre o seu “laboratório”. Fala sobre a bioarte ou arte transgênica, a arte da telepresença, a holopoesia. Explica como trabalha a ética performativa e como explora materialmente a relação entre corpo e linguagem. Toca em assuntos como transgressão, autoria e ecologia. Ficamos ainda a saber sobre o que pensa do cenário de produção artística no âmbito das Artes, Média e Cultura Digital no Brasil e em Portugal. DOI: http://dx.doi.org/10.14195/2182-8830_3-1_10
Este ensaio propõe um diálogo entre a poesia de Ruy Belo (Portugal, 1933-1978) e a de Carlos Drummond de Andrade (Brasil, 1902-1987), procurando mostrar como tais obras partilham de determinadas técnicas, elementos estilísticos e núcleos temáticos, além de referências comuns, importantes em seus processos de criação, como a obra de Charles Chaplin e a de Charles Baudelaire. O nosso intuito é, através de um caminho de análise e confronto daquelas artesanias poéticas, procurar compreender como certas perspectivas que aqueles dois poetas têm da poesia se entrecruzam.
ResumoNos últimos anos, dedicamo-nos a explorar o espólio de Ruy Belo, tentando entender determinados aspectos do seu processo criativo e dos seus mecanismos de autoconsciência da escrita. Alguns desses percursos apresentamos agora neste ensaio, que além de descrever as configurações do espólio deste poeta e apresentar uma visão panorâmica da sua documentação genética, também se preocupa em discutir o conceito de arquivo.Palavras-chave: Ruy Belo; poesia; espólio; processo criativo."O Problema da Habitação -Alguns Aspectos -aproveito para dizer que tenho sempre pena que se mencione esse livro sem o subtítulo…" Ruy Belo I."Mal publico um livro, rasgo tudo". "Os papéis devem ter sido rasgados". "Não restou nada mais do que meia dúzia de papéis". São frases nada difíceis de encontrarmos em entrevistas, crônicas, ensaios, no momento em que um escritor se refere ao seu processo criativo e à forma como lida com os seus manuscritos. Muitas vezes, os espólios e arquivos literários, no entanto, mostram que até mesmo anotações feitas em guardanapos, bulas e caixas de medicamentos, envelopes, folhetos publicitários, pedaços
Resumo: Ao investigarmos o espólio de Ruy Belo (1933-1978), considerado um dos mais importantes poetas portugueses do século XX, deparamo-nos com várias anotações em dois livros que, como se pode observar pela marginalia, foram bastante significativos para o autor: Só, de António Nobre (1867-1900), uma das obras expoentes da geração finissecular em Portugal; e Antologia Poética, reunindo poemas de Manuel Bandeira (1886-1968) escolhidos por ele mesmo. Partindo dos apontamentos feitos por Ruy Belo naqueles livros, pretendemos mostrar como tais registros podem nos ajudar a encontrar caminhos para reler a obra beliana e entender melhor o diálogo que o poeta manteve com outros autores. Dessa maneira, queremos reivindicar o papel que os testemunhos de leitura podem desempenhar na análise de uma obra literária e na investigação das relações intertextuais que, com base nessas inscrições materiais, conseguimos estabelecer.Palavras-chave: Ruy Belo; António Nobre; Manuel Bandeira; anotações em marginalia; relações intertextuais.Abstract: When investigating the archive of Ruy Belo (1933-1978), considered one of the most important Portuguese poets of the 20th century, we found several notes on marginalia in two books that proved to be very significant for his work: Só by António Nobre (1867-1900), one of the exponent works of the end-of-century generation in Portugal; and Antologia Poética by Manuel Bandeira (1886-1968), with poems chosen by him. Considering these notes, we intend to show the ways in which these material inscriptions can help us reread his work and better understand the consequences of the dialogue he has maintained with other writers. In doing so, we want to claim the role that the reading testimonies can play in the analysis of a literary work and in establishment of intertextual relations from these material inscriptions.Keywords: Ruy Belo; António Nobre; Manuel Bandeira; notes on marginalia; intertextual relationships.
Propomos pensar como o desenvolvimento de novos formatos do livro impresso pode torná-lo parte do paradigma digital e atrair jovens leitores, leitores de uma geração cuja subjetividade é construída por um mundo digital e em contínua permanência online.
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