RESUMO Este trabalho analisa a trajetória dos programas federais de fomento à leitura e à literatura no Brasil. Para tanto, investiga o período que compreende desde a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública (1930), que inaugurou as ações de propagação da leitura, até o PNBE, mais abrangente e dispendioso programa de envio de acervos literários às escolas públicas no Brasil (1997-2014). A nossa proposta circunscreve-se na perspectiva de que o livro não é um objeto neutro (Chartier, 1990). Seu cerceamento, em um país marcado por profundas desigualdades sociais, pode revelar os interesses de quem se apropria dos discursos (Foucault, 1996). O estudo de sua história é, portanto, revelador desses interesses.
Este artigo tem como proposta analisar os modos de construção do narrador contemporâneo no romance Mongólia, de Bernardo Carvalho (2003). Por meio do movimento de articulação de três narrações distintas para compor uma única diegese, a narrativa se destaca pelo mistério que envolve o encontro das vozes nela presentes. Trazendo à tona a ideia de que o narrador do romance contemporâneo não se propõe mais a partilhar aconselhamentos, Mongólia evidencia caminhos distintos pela busca da própria história. Desse modo, é objetivo deste trabalho entender de que modo o narrador é construído e de que modo o foco narrativo é articulado.
Neste trabalho analisam-se os contos “Além do bastidor” e “Fio a fio”, presentes no livro Uma ideia toda azul (1979), de Marina Colasanti. A contística da autora, em constante diálogo com a mitologia, é elaborada na confluência entre o imaginário coletivo e a subjetividade, percebida no comportamento das personagens frente às vicissitudes das diegeses. Entre as temáticas abordadas por Colasanti estão as correlações entre mulheres, sejam elas harmoniosas ou conflituosas. Essas relações são evidenciadas, nos dois contos sobre os quais se debruça neste trabalho, por meio das formas de amadurecimento sofridas pelas personagens ao longo das narrativas. Parte-se, neste artigo, especificamente da análise das metáforas do ato de tecer, que se imbricam ao amadurecimento das mulheres representadas e à transfiguração de seus corpos.
Este trabalho analisa a representação de mulheres nos contos “A primeira só” e “São os cabelos das mulheres”, presentes nos livros Uma ideia toda azul (1979) e Com certeza tenho amor (2009), de Marina Colasanti. Nosso objetivo é defender que há, nos contos analisados, transgressões de gênero a partir da alteração do papel da mulher nos contos de fadas. Se, majoritariamente, nos contos de fadas, o destino das personagens mulheres é alterada a partir da interferência mágica ou masculina, em Colasanti as próprias mulheres modificam seu destino ao se posicionarem eticamente contra o domínio patriarcal. Os contos analisados apontam para o questionamento, no plano do literário, de valores patriarcais ainda vigentes, por meio de personagens que se debatem com a condição de assujeitamento na qual elas estão imersas.
http://dx.doi.org/10.5007/2175-7917.2016v21n2p145Este artigo analisa a obra A invenção de Hugo Cabret, de Brian Selznick (2007), ambientada na Paris de 1930. O objetivo deste estudo é verificar o diálogo verbo-visual na obra, catalogada como juvenil e integrante do acervo de 2013 do Programa Nacional Biblioteca da Escola - PNBE. O livro traz a ficção da história de Hugo Cabret, que perdeu o pai e precisa sobreviver sozinho, ao lado da história de George Méliès, importante cineasta das primeiras décadas do século XX. A narrativa evidencia a vida de Hugo Cabret, que, em meio às dificuldades particulares da adolescência, lida, ainda, com a ausência do pai, a morte de seu tio Claude, seu único parente, a fome, a solidão e a necessidade de construir sua identidade. Destacam-se, dessa forma, três questões: o diálogo verbo-visual; a representação do cinema; a representação da história de George Méliès. Nessa perspectiva, a análise pauta-se, principalmente, em Camargo (2003) e Groppo (2000).
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