Historicamente a mulher esteve submetida a uma posição submissa e resignada na sociedade. Situação esta que foi largamente reproduzida nos diferentes espaços sociais e culturais. Logo, este artigo busca refletir a respeito das representações da mulher nos contos brasileiros a partir da perspectiva da mediação cultural da informação, com o intuito de identificar, nos contos “Para que ninguém a quisesse” (1999) e “Atrás do espesso véu” (2016), da autora Marina Colasanti, elementos que caracterizem a imagem do feminino na sociedade. Adota-se a pesquisa exploratória de caráter bibliográfico e descritivo, com abordagem qualitativa e uso da técnica de análise categorial de conteúdo de Laurence Bardin. Destaca-se, no trabalho, a presença de um movimento que busca atribuir um novo significado à representação feminina. Por meio da criação de personagens ativas, as quais questionam e se opõem ao modelo patriarcal estabelecido, contrapondo-se à figura anteriormente reproduzida, em que a mulher exercia um papel de total submissão e resignação. Aponta-se a necessidade da adoção de uma postura crítica acerca das representações presente nos contos literários, buscando compreendê-los como elementos que podem contribuir para a percepção das potencialidades da mulher, a partir de um processo de mediação cultural da informação, comprometido com a análise dialética da realidade, de forma a subsidiar o processo de conscientização, resistência e ressignificação do papel da mulher na sociedade.