Pierre-Daniel Huet est un des sceptiques les plus importants de la fin du XVIIe siècle et du début du XVIIIe siècle. Dans cet article, je cherche à montrer en six points que la principale source du scepticisme de Huet est paradoxalement Descartes, chaque point étant développé dans une section du texte : 1) Huet a découvert le doute cartésien avant de connaître le doute sceptique des anciens ; 2) le scepticisme du Traité Philosophique de la Faiblesse de l’Esprit Humain et l’anti-cartésianisme de la Censura Philosophiae Cartesianae faisaient originellement partie d’une même ouvrage ; 3) on trouve un Descartes sceptique dans la Censura ; 4) la biographie intellectuelle du Provençal dans le Traité Philosophique actualise et pyrrhonise la biographie intellectuelle du Descartes du Discours de la Méthode ; 5) quatre arguments sceptiques du Traité, dont le plus important de l’ouvrage, sont cartésiens ; 6) le scepticisme de Huet a été perçu par les premiers lecteurs du manuscrit du Traité comme partialement cartésien.Pierre-Daniel Huet is one of the most important skeptics from the end of the 17th/begining of the 18th centuries. In this article, I show that Descartes is the main source of Huet’s skepticism by means of six remarks, each developed in a section of the article. 1) Huet discovered Cartesian doubt before he discovered ancient skeptical doubt ; 2) the skepticism exhibited in the Traité Philosophique de la Faiblesse de l’Esprit Humain and the anti-cartesianism exhibited in the Censura Philosophiae Cartesianae were originally parts of the same work ; 3) there is a skeptical Descartes in the Censura ; 4) the intellectual biography of the Provençal in the Traité Philosophique updates and pyrrhonizes Descartes’s intellectual biography in the Discours de la Méthode ; 5) four skeptical arguments in the Traité — including the most important one in the book — are Cartesian ; 6) Huet’s skepticism was perceived as partially Cartesian by the first readers of the manuscript
RESUMO Este artigo tem duas partes. Na primeira, é examinada a apropriação que Pascal faz do argumento cartesiano do Deus enganador no fragmento La 131 dos
Montaigne faz um ataque pirrônico ao conceito acadêmico de verossimilhança ou probabilidade na Apologia de Raymond Sebond. O ataque é paradoxal porque Montaigne parece seguir o verossímil na própria Apologia e em diversos outros ensaios. Para resolver este problema exegético proponho uma dupla restrição do escopo do ataque à verossimilhança. Por um lado, mostro que o ataque visa mais a leitura epistêmica da verossimilhança proposta por Filo de Larissa do que ao conceito original de ordem exclusivamente prática de Carnéades. Por outro, situo-o em um contexto político-religioso bem específico. O ataque pirrônico à verossimilhança é a estratégia oferecida por Montaigne à rainha católica de Navarra e irmã do rei da França, Marguerite de Valois, para eventual uso nas polêmicas religiosas em sua corte majoritariamente protestante de Nérac. Esta contextualização soluciona também outros problemas exegéticos da Apologia, como o da defesa paradoxal de Sebond, a inconsistência aparente entre as respostas de Montaigne às duas objeções feitas ao livro de Sebond, e o problema do fideísmo.
onde foi aluno de John H. Randall e Paul O. Kristeller. Casou-se com Julie Popkin, companheira e colaboradora por 60 anos, com quem teve três filhos. Foi professor, sucessivamente, nas universidades de Iowa, Califórnia em São Diego, Washington em Saint Louis e UCLA. Teve papel crucial no estabelecimento da área de história da filosofia moderna nos Estados Unidos, fundando a mais importante revista norte-americana neste campo, o Journal of the History of Philosophy. Orientou teses de alguns dos grandes historiadores da filosofia moderna nos Estados Unidos, tendo sido grande incentivador, amigo e colaborador dos seus ex-alunos e colegas do mundo inteiro. Formou uma rede internacional na área, estabelecendo cooperações e contatos entre pesquisadores das Américas e da Europa (para citar somente alguns dos já falecidos: Ezequiel de Olaso, Charles Schmitt, Giorgio Tonelli e Henri Gouhier). Com P. Dibon (Paris) criou o Archives Internationales d'Histoire des Idées/ International Archives of the History of Ideas, que conta hoje com quase 200 volumes publicados em francês e inglês. Após o assassinato de John Kennedy em 1963, desenvolveu detalhado trabalho de investigação sobre o caso, tendo tido grande repercussão na época o seu livro The Second Oswald (New York: The New York Review and Avon Books, 1966), que desmonta a versão oficial da Comissão Warren do assassinato. Desenvolveu pesquisa na França e nos Estados Unidos sobre a retomada do ceticismo antigo na modernidade. Esse trabalho gerou a sua mais importante obra, o hoje clássico História do Ceticismo
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