This article presents and discusses different sorts of economic exchange between nut gatherers from the São Francisco do Iratapuru community, in Brazilian Amazonia, and Brazil's largest cosmetics company, Natura. Based on fieldwork conducted both at Natura and in the Amazonian community, the ethnography
Trocando por meio da diferença
ResumoEste artigo apresenta e discute diferentes tipos de trocas econômicas entre castanheiros habitantes da Comunidade São Francisco do Iratapuru, na Amazônia brasileira e a maior indústria de cosméticos do Brasil, Natura S/A. A descrição, baseada em trabalho de campo tanto na empresa de cosméticos quanto na comunidade amazônica, sustenta que este encontro torna visíveis diferentes lógicas de pensamento e de ação, as quais indicam aquilo que possui valor na órbita relacional de castanheiros e empresários. O artigo argumenta em favor da possibilidade de comunicação e intercâmbio por meio de conversões específicas não obstante suas distintas convenções. É precisamente na diferença onde a troca se realiza: onde uns vêem castanhas -na forma de dívidas e mercadorias -, outros vêem cosméticos -na forma de produtos lucrativos. O modelo tornado visível pela etnografia é cotejado à literatura antropológica interessada na distinção entre dádivas e mercadorias, oferecendo uma bifurcação analítica alternativa.Palavras-chave: Amazônia; economias da troca; dívida; empresas; dádivas-mercadorias; antropologia econômica.
A partir da década de 90 empresas nacionais e transnacionais aproximaram-se de populações amazônicas para propor negócios e parcerias. Nesse contexto, a certificação florestal apareceu como um quesito muito desejável, senão imprescindível. Este artigo apresenta parte do processo de certificação florestal ocorrido dos castanhais da Reserva de Desenvolvimento Sustentável - RDS Iratapuru, Amapá, e reflete sobre suas implicações e efeitos. A etnografia busca oferecer uma reflexão tanto sobre entendimentos divergentes quanto sobre seus processos de estabilização, demonstrando que no decorrer do processo de certificação o conhecimento das populações extrativistas é cotejado ao conhecimento de engenheiros, técnicos ambientais e especialistas em manejo florestal. O artigo argumenta que embora a diferença entre os saberes envolvidos seja marcante, ela não obstrui a capacidade de comunicação e o movimento de ambos os modos de conhecer. Nesse sentido, a literatura antropológica sobre predação aparece como um modo análogo para compreender o conflito de pressupostos e seus possíveis arranjos
Resumo: Este texto propõe examinar a capacidade das grafias em trespassar distintos domínios da produção antropológica. Em particular, interessa explicitar algumas das conexões e tensões entre os domínios da antropologia das imagens e da antropologia da ciência e da tecnologia por meio de grafias. Tal noção tem sido freqüentemente assemelhada a de inscrição – desenhos, escritas, imagens fílmicas e fotográficas, obras de arte – mas também pode indicar as coisas e seus rastros. O artigo percorre três articulações conhecidas, mas exemplares: entre texto e imagem; entre arte e tecnologia; entre conhecimento científico e saber tradicional, as quais enfatizam o potencial das grafias em nutrir o pensar e o fazer antropológico. Palavras-Chave: grafias. Antropologia da imagem. Antropologia da ciência e da tecnologia ANTROPOLOGY OF IMAGES AND ANTROPOLOGY OF SCIENCE AND TECHNOLOGY: A REFLECTION TRANSPASSED BY GRAPHISMS Abstract: This paper proposes to explore the capacity of graphy/graphism to crossing different areas of anthropological production. In particular, the paper approaches some of the connections and tensions between the domains of the anthropology of images and the anthropology of science and technology through graphisms. This notion has often been associated to that of inscription - drawings, writings, film and photographic images, works of art - but it can also indicate things and their trails. The paper runs through three well known but exemplary articulations: between text and image; between art and technology; between scientific and traditional knowledge, which emphasize the potential of graphisms in nurturing the anthropological endeavour.Keywords: graphy/graphism. Anthropology of image. Anthropology of science and technology.
Resumo Nessa entrevista, Jane Calvert, pesquisadora e professora na Universidade de Edimburgo, nos convida a refletir sobre os estudos sociais da ciência e tecnologia (CTS) a partir de sua trajetória interdisciplinar e de suas contribuições a esse campo. Sua larga experiência empírica em laboratórios de biologia sintética no Reino Unido deu origem a análises críticas, epistêmicas e sociais, mas também a colaborações e intervenções, enfatizando a peculiaridade dos estudos em CTS em cruzar, emaranhar e contaminar diferentes áreas do conhecimento.
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