“…À época da formalização do contrato de acesso aos recursos da biodiversidade entre a comunidade da RDS e a empresa Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda., o Amapá já possuía uma lei de proteção à biodiversidade, ocorre que esta não dialogava, e ainda não dialoga, adequadamente com o ordenamento federal, tampouco era (re)conhecida pelos envolvidos. Além disso, essa população pratica a caça e a pesca de subsistência no interior da reserva (AMAPÁ ECO CAMPING, 2017).Foi nesse cenário que a empresa Natura, no início dos anos 2000, acessou o componente genético breu branco (protium pallidum), usando como base para as pesquisas o conhecimento tradicional da comunidade da Vila São Francisco do Iratapuru(RIBEIRO, 2016). Para compreender a utilidade do breu branco, Ribeiro (2016) explica que se trata de uma resina de cor acinzentada, oleosa e amorfa retirada dos troncos da árvore de breu, também chamada de almácega ou almecegueira, de maneira similar à seringa (borracha).Após sua extração e secagem a resina torna-se endurecida e extremamente inflamável, usada com frequência para produzir fogo na mata.…”