As populações da Amazônia são extremamente vulneráveis à COVID-19 devido ao intenso fluxo entre as localidades rurais e as sedes municipais e à falta de infraestrutura de saúde básica adequada na região. O objetivo deste estudo foi (1) avaliar o efeito da medida de distanciamento social sobre a disseminação da COVID-19 em sedes municipais e (2) estimar o impacto da redução do contato entre a população rural e urbana sobre a contaminação de localidades rurais da Amazônia Central, região do Médio Solimões. Nossos resultados indicam que o distanciamento social pode reduzir significativamente a velocidade de contaminação da população em sedes municipais. No entanto, mesmo em sedes municipais com atividade intensa no combate à COVID-19, o distanciamento social está muito abaixo do ideal de 70%. Observamos também que a redução do número de visitas e do tempo de permanência durante cada visita, além da interrupção do fluxo durante as cinco semanas com maior probabilidade infecção têm impacto marcante sobre a velocidade de chegada da COVID-19 nas localidades rurais. Recomendamos que, dada a baixa efetividade de medidas de distanciamento social e o rápido contágio nas sedes municipais, cada município avalie a implementação de lockdown. Nossos resultados sugerem também que três medidas podem ser eficientes em atrasar a chegada da COVID-19 às localidades rurais: (1) a redução no número de visitas que cada uma faz a um centro urbano, (2) a redução do tempo de permanência durante cada visita e (3) evitar qualquer ida às sedes municipais durante as cinco semanas com maior número de pessoas infectadas. Destacamos que todas as medidas restritivas sugeridas precisam ser acompanhadas por uma ampla campanha de conscientização e ações de assistência à população rural e às famílias mais carentes das sedes municipais para garantir acesso a itens básicos para sua sobrevivência.
A mobilidade populacional é um tema alvo de investigações que busca compreender as causas e as motivações para que esse processo ocorra. Em Unidades de Conservação da Amazônia brasileira, compreender a mobilidade populacional é importante para analisar as dinâmicas de indivíduos e a sua relação com a ocupação do território. Objetivamos com esse artigo analisar a origem e o destino da mobilidade populacional, as motivações que impulsionaram os deslocamentos e o perfil demográfico dos indivíduos que saíram e os que chegaram para morar na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDS Amanã), localizada na região do Médio Solimões no estado do Amazonas. Organizamos as informações quantitativas coletadas em um censo demográfico realizado no ano de 2011. Identificamos que 73% das saídas se destinaram aos centros urbanos, enquanto a maioria das pessoas que chegaram para morar eram residentes de outras localidades rurais. Foram os jovens que protagonizaram as saídas, principalmente no grupo etário dos 15 aos 20 anos, representando 55%. Em relação às chegadas, foram as crianças e os jovens com idade igual ou inferior aos 14 anos que representaram o maior grupo, com 38%. A maioria dos deslocamentos foram ocasionadas por motivos pessoais, e a procura pelas cidades é maior quando os indivíduos vão estudar, representando 95% das saídas justificadas por esse motivo. Embora as migrações de saída tenham sido maiores que as de chegada, não houve diminuição da população da
O espaço urbano é [re]produzido pela sociedade por meio de acúmulos de processos socioeconômicos que se materializam e se tornam visíveis na distribuição dos usos da terra urbana no interior das cidades. Essa distribuição expressa as contradições, as exclusões e as particularidades de cada zona do espaço urbano. O município de Santos possui um espaço urbano adensado e concentrado na área insular, o que gera um processo constante de refuncionalização urbana, uma supervalorização de localidades específicas e uma supressão das poucas áreas com vegetação. A esse respeito, o artigo teve como principal objetivo compreender como que o uso da terra urbana se distribui no município de Santos (SP), Brasil. Para isso, foi mapeada a distribuição dos principais tipos de atividades encontradas no espaço urbano do município. No mapeamento foram empregadas técnicas de geotecnologias de classificação manual de polígonos e o estimador de intensidade Kernel. Estão presentes usos misto (24,36%), residenciais (24,09%), zona portuária (12,83%), serviços (12,57%), espaços livres (1,75%), comerciais (1,35%), vazios urbanos (0,77%), industriais (0,26%) e 15,89% de áreas com algum tipo de vegetação. Os usos mistos se distribuem em diversas zonas da cidade, enquanto que os demais se concentram em zonas específicas, tais como a zona portuária e as atividades de serviço. Os produtos cartográficos gerados evidenciaram que as metodologias cartográficas são técnicas que permitem a interpretação de como os usos da terra urbanas estão distribuídos e, assim, contribuir com instrumentos de gestão socioambientais urbanas.
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