A inserção ampliada de estudantes negros e indígenas nas universidades brasileiras, a partir das políticas de ação afirmativa, trouxe também a extensão da reflexão sobre a necessidade de consideração, na prática pedagógica, de epistemes outras. Neste contexto, universidades no Brasil, tais como UNB, UECE, UFMG, UFJF, UFPA e UFSB têm integrado cursos em suas grades curriculares nos quais mestras e mestres de saberes e ofícios tradicionais são convidadas/os a ensinar, acompanhados por professoras/es vinculadas/os formalmente às instituições de ensino. Desde 2016-2, a disciplina “Encontro de Saberes” é oferecida pelo Departamento de Música do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ressoando esse fenômeno epistemológico. Este estudo propõe-se registar algumas experiências de docentes, mestres, mestras e discentes desde a implantação desse espaço no currículo dos cursos de graduação da UFRGS. Os procedimentos metodológicos usados foram a pesquisa de campo no contexto das aulas, leitura dos trabalhos discentes concernentes à turma 2017/2, bem como entrevistas com pessoas ligadas à realização do curso. Busca-se apreender algumas premissas concernentes ao Encontro de Saberes enquanto proposta a um só tempo étnico-racial, política, pedagógica e epistêmica.
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