O objetivo deste trabalho é analisar produtos finais que vêm sendo gerados em um Mestrado Profissional (MP), com a finalidade de entender como estes vêm se constituindo diante das demandas tanto da Área de Ensino de Ciências e Matemática, quanto do próprio MP. Trata-se de uma pesquisa qualitativa em andamento, tendo sido até este momento analisados quatro produtos gerados. Estes atendem à ênfase de curso com interface nas áreas de Saúde e/ou Ambiente e a área de Ensino de Ciências, o que favorece a ampliação da discussão da área para além dos estudos voltados para o Ensino de Física, Química e Biologia. A análise de tais produtos oriundos de pesquisas de intervenção permite ainda pensar a questão da inserção social, sobretudo, a partir deuma articulação entre a Ciência e os diversos setores da sociedade.Palavras-Chave: Mestrado Profissional, Ensino de Ciências, Produto Final.
O distanciamento social em razão da pandemia de COVID-19 provocou impactos relevantes na vida das pessoas em todo o mundo. A educação foi fortemente atingida devido à paralisação das aulas presenciais nos diversos níveis de ensino. O retorno às atividades nas instituições de educação no Brasil foi possível por meio do ensino remoto para algumas escolas privadas e, posteriormente, para as universidades. A maioria dos docentes teve que se adequar às novas condições para ministrar aulas através de aplicativos de vídeoconferências, como por exemplo, o google meet e organização das atividades de ensino, o google classroom. Este trabalho narra a pesquisa realizada por uma professora, docente de uma universidade federal do Rio de Janeiro, sobre o ensino remoto, a partir dos pressupostos teóricos da abordagem Histórico-Cultural, Paulo Freire e Lev Vigotsky. O objeto da pesquisa é sua prática de ensino na disciplina para alunas(os)/professoras(es) do curso de mestrado profissional. A abordagem da pesquisa é qualitativa. A metodologia fundamenta-se nos relatos de suas experiências, originadas de suas reflexões e ações acerca do enfrentamento das adversidades advindas das condições remotas de trabalho, “na busca de si mesma no mundo”, de sua reconstituição nesse novo mundo, que precisava ser orientada pela dialogicidade. Os resultados mostram que as ações realizadas pela docente na discussão dos temas do planejamento das aulas da disciplina, embasada na dialogia permanente dos sujeitos, foram capazes de fazer emergir as condições para a construção de conhecimentos e vencer os distanciamentos dos sujeitos no ensino remoto.
A relação entre racismo, subjetividade e o trauma colonial tem, cada vez mais, ocupado os debates no campo dos estudos e pesquisas em Psicologia. Este artigo tem como foco os processos de subjetivação, levando em consideração a relação entre racismo, gênero e o trauma colonial, bem como as agências possíveis que emergem nas vidas das mulheres negras ativistas. Adotando a interseccionalidade enquanto lente epistemológica e metodológica negra, os discursos e práticas de mulheres que fazem parte do Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro assumem aqui o protagonismo, compondo um espaço perpassado por agências políticas de re-existência e reivindicação de falas, escutas e ações de mulheres negras. Pode-se considerar, a partir da atuação no Fórum, que a consciência e a participação em uma instituição coletiva política feminina negra atuam como forças impulsionadoras, tanto em espaços públicos, pressionando o poder do Estado, quanto formando as mulheres negras nos/para espaços microcapilares e cotidianos. Foi possível perceber como a agência das mulheres negras possibilita formas de devolver o trauma colonial ao mundo através de uma mística quilombola coletiva pelo bem viver.
Resumo Este artigo analisa o desenvolvimento de uma pesquisa no campo da Epidemiologia, na interface com a psicologia histórico- cultural, que teve como cenário uma comunidade urbana. A pesquisa pretendia comparar a carga das doenças relacionadas ao diabetes mellitus, a fim de, posteriormente, promover uma prática em saúde, o que significa uma divisão entre diagnóstico e intervenção. Entretanto, durante o processo, uma pesquisa, alternativa a este modelo diagnóstico, foi sendo produzida no processo dialógico entre os envolvidos. Esta prática - nomeada de pesquisa-intervenção - trouxe à cena o caráter construtivo do conhecimento e produziu “zonas de sentido”, que engendraram formas novas para a pesquisa e para a prática em saúde. Estas transformações exigiram também novos percursos epistemológicos, o que nos aproximou da psicologia histórico-cultural de Vigotski, da pedagogia de Freire e da filosofia da linguagem de Bakhtin
Ao comemorarmos os 100 anos de nascimento de Paulo Freire, discussões sobre o seu legado estão na cena do dia, muitas dizem respeito às disputas teórico-metodológicas em torno dos seus referenciais — para uns o fundamento da sua obra está nas análises da estrutura social e para outros nas perspectivas do humanismo radical. Neste artigo, a proposta é, para além dessa disputa epistemológica, entender o sentido de subjetividade e de racialização nos textos de Paulo Freire a partir da influência de Frantz Fanon e de Amilcar Cabral. Para tanto, iremos ao encontro dos sentidos de práxis, violência, cultura e educação na obra desses três autores.
Este artigo, visando uma forma alternativa para o ensino de ciências, por meio dos quais o aluno não desenvolveria um verbalismo vazio, mas a generalização necessária à formação de conceitos, traz a análise da formação de conceitos científicos, a partir do aporte da psicologia histórico-cultural. A relação do sujeito com o mundo é, na concepção vigotskiana, mediada por dois elementos, os instrumentos e os signos, que têm, respectivamente, as funções de “regular as ações sobre os objetos” e sobre o “psiquismo das pessoas”. Este novo sentido dado à subjetividade - processo das formas culturais – afirma o homem historicamente situado. Esta é uma maneira de reapresentar o método da psicologia, pois inventa outro modo de intervenção no real. Para Vigotski, a formação da subjetividade é um processo que se engendra nas tensões das relações concretas, é nas atividades práticas, nas interações que devemos ‘compreender’ o sujeito. Podemos, assim, entender como o método está relacionado à perspectiva de se pensar o conceito de subjetividade na obra de Vigotski, pois é a contradição, a tensão, o drama – como o autor gostava de dizer – entre a singularidade e a cultura que constituem o homem. Ao fazermos um estudo para pensar o entrelaçamento da subjetividade e do método em uma prática social específica – o ensino de ciências e a formação do conceito, é fundamental entendermos a diferença e a relação entre os conceitos científicos e os conceitos cotidianos, a partir do que Vigotski afirma sobre o drama constitutivo do homem – relações entre singularidade e cultura.
Trata-se do relato de parte de uma pesquisa, que analisa as relações entre os conceitos de memória cultural e de ambiente. Entrevistamos uma catadora de material reciclado, a fim de entender como o conceito de ambiente se institui na narrativa de suas memórias. Porém, a dialogia do encontro entre a entrevistada e os pesquisadores instituiu um recorte específico para o tema, representado pela tríade memória - formação subjetiva - ambiente. Neste relato apresentamos as discussões acerca desse momento da pesquisa, em que o conceito de ambiente está sendo pensando a partir das interações com o conceito de formação subjetiva. Para tanto, o aporte teórico é constituído pela abordagem histórico-cultural, que neste artigo é representada pelos encontros de diferentes autores, cuja aproximação se dá pelo conceito de sujeito histórico. Esses autores são: Vigotski, Pollak, Bakhtin e Freire. Essa interação com outros saberes vem sendo uma aposta da psicologia que vem sendo produzida contemporaneamente.
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