INTRODUÇÃODesde os tempos mais remotos, os materiais de sutura foram motivos de grandes preocupações para os cirurgiões. Assim, nos primórdios da cirurgia, os fios eram confeccionados domesticamente para serem utilizados em operações. A despeito de grandes avanços na elucidação dos fatores locais e gerais que interferem na cicatrização, o estado atual ainda não permite dispensar o uso do fio de sutura em muitas intervenções cirúrgicas para manter as bordas da ferida coaptada.Até a década de quarenta do século passado, os fios disponíveis eram feitos de produtos naturais, tais como seda, algodão, linho e categute 13 . Apesar de serem muito utilizados, estes materiais apresentam o inconveniente de provocar reação tecidual intensa. Com o advento de fibras sintéticas, surgiram novos materiais, inicialmente os inabsorvíveis como polipropilene, fio monofilamentar, que mantém resistência tênsil por tempo prolongado e útil na presença de infecção. É considerado biologicamente inerte por provocar pouca reação tecidual 17 . Por essas características, é fio de sutura amplamente utilizado, principalmente em operações de grande porte e de risco grande. Posteriormente foram lançados os absorvíveis e multifilamentares, dentre eles o ácido poliglicólico e a poligalactina 910 que, ao contrário do categute, apresentam as características de provocarem menor reação inflamatória e resistência tênsil maior. Em seguida apareceram os absorvíveis monofilamentares, o polidioxanone e poligliconato, com o mesmo desempenho dos multifilamentares, porém necessitavam de tempo médio ou longo para sua absorção. Na última década foi produzido o poliglecaprone 25, fio monofilamentar e absorvível. Apresenta como característica a boa manuseabilidade, tempo de absorção previsível, resistência tênsil inicial alta e provoca pouca reação tecidual 3,16 . Como se observa na evolução histórica, novos produtos -fruto da procura pelo fio ideal -, são colocados à disposição do cirurgião. Alguns foram abandonados, devido aos maus resultados obtidos em experimentos ou na prática clínica. Outros ganharam a confiança do cirurgião e são passados às novas gerações. Contudo ainda não se encontrou o fio cirúrgico totalmente inócuo.O presente estudo tem como objetivo avaliar, comparativamente, a evolução da cicatrização de sutura em ceco de ratos com o fio monofilamentar absorvível Monosyn ). Método -Foram utilizados 72 ratos Wistar, divididos em três grupos de 24 denominados grupo polipropilene, poliglecaprone e glicomer. Os animais de cada grupo foram distribuídos em três subgrupos de oito e avaliados no 3º, 7º e 14º dias de pós-operatório. Os parâmetros estudados foram: teste de resistência à insuflação de ar atmosférico; aspectos macroscópicos; as características histológicas e taxa de hidroxiprolina tecidual. Resultados -O teste de resistência à insuflação de ar atmosférico apresentou baixos valores no 3º dia, com elevação no 7º, mantendo-se nos mesmos níveis no 14º dia, sendo semelhantes em todos os fios estudados. Na análise estatística, não se observou diferen...
PURPOSE:To compare sutures with polypropylene and poliglecaprone 25 after partial cecotomy in rats. METHODS:Thirty six rats divided into two groups, A and B, of 18 animals; each group was also divided into three subgroups of six animals sacrificed at 4 th , 7 th and 14 th days after surgery. Were studied the mortality, morbidity, complications attributable to sutures, macroscopy, optical microscopy and measurement of hydroxyproline at the level of the suture. RESULTS:There were no deaths or wound complications such as hematoma, seroma, abscess, evisceration or eventration. On microscopic evaluation reepithelization, coaptation and inflammation in both groups did not differ significantly. The average rate of tissue hydroxyproline found in the samples on the 4 th day after surgery, was 21.38 mg/g tissue for group A and 16.68 mg/g for group B; on day 7 after surgery, the average was 15.64 mg/g tissue for group A and 26.53 mg/g for group B; on day 14, the average was 8.09 mg/g tissue for group A and 25.07 mg/g for group B.CONCLUSION: There were no differences on clinical evolution, macroscopic aspect, microscopic data and hydroxyproline concentration on both sutures.Key words: Suture Techniques. Anastomosis, Surgical. Cecum. Polypropylenes. Rats. RESUMO OBJETIVO:Comparar a sutura com fio de polipropileno e poliglecaprone 25 após cecotomia parcial em ratos. MÉTODOS:Trinta e seis ratos foram distribuídos em dois grupos A e B de 18 animais, e cada grupo foi dividido em três subgrupos de seis, sacrificados no 4º, 7º e 14º dias do pós-operatório. Estudou-se a mortalidade, morbidade, complicações atribuíveis às suturas, macroscopia, microscopia ótica e dosagem de hidroxiprolina no nível da sutura. RESULTADOS:Não houve mortalidade ou complicações da ferida operatória como hematoma, seroma, abscesso, evisceração ou eventração.Na avaliação microscópica os critérios de re-epitelização, coaptação e processo inflamatório ambos os grupos não apresentaram diferença significativa. A taxa tecidual média da hidroxiprolina encontrada nas amostras no 4º dia de pós-operatório foi de 21,38 mg/g de tecido para o grupo A e 16,68 mg/g para o grupo B; no 7º dia a média foi de 15,64 mg/g de tecido para o grupo A e 26,53 mg/g para o grupo B; no 14º dia ela foi de 8,09 mg/g de tecido para o grupo A e 25,07 mg/g para o grupo B.CONCLUSÃO: Não houve diferença estatística entre a evolução clínica, avaliação macroscópica, microscopia e dosagem de hidroxiprolina entre as suturas realizadas com os fios estudados.Descritores: Técnicas de Sutura. Anastomose Cirúrgica. Ceco. Polipropilenos. Ratos.Tabushi FI et al.
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