O presente artigo tem como objetivo analisar o espaço e a configuração da cidade contemporânea construída no romance As fantasias eletivas (2014), de Carlos Henrique Schroeder. A narrativa em questão une o sujeito à palavra, demonstra o vazio e o esgotamento característicos da contemporaneidade, bem como a liquidez das relações humanas, tendo como plano as inconsistências e as abjeções de um espaço urbano modificado e globalizado. Neste sentido, o trabalho buscou refletir de que maneira a cidade contemporânea se apresenta na narrativa e qual sua relação com as personagens, também fragmentadas e instáveis. Para isso, a base teórica consistiu nas contribuições teóricas de Tânia Pellegrini (2002, 2007), Regina Dalcastagnè (2012), Giorgio Agamben (2009), Luis Alberto Brandão Santos (1999), Renato Cordeiro Gomes (2000), dentre outros.
Em um texto escrito em 2012, José Castello indagava sobre o poder da literatura na contemporaneidade. Para o crítico, a literatura pode parecer inútil, parece não servir para nada. Mas é o que se pensa, é o que quer fazer pensar. O poder da literatura vai muito além das livrarias de aeroportos, do entretenimento cotidiano ou da vaidade cristalizada com a qual a universidade lhe reveste. Longe de toda a loucura egocêntrica e por muitas vezes banalizada, a literatura carrega consigo o poder de desassossegar nossa a existência, o poder de interrogar a vida. Nas palavras de Castello (2012, s.p.), a literatura se infiltra, como um veneno, "nas pequenas frestas de seu espírito. Mas, nele instalada pelo ato da leitura, que escândalos, que estragos, mas também que descobertas e que surpresas ela pode deflagrar!". A maior delícia que a literatura nos oferece é, sem dúvida, o esforço para a coragem: é necessário ter muita coragem para enfrentar a precariedade do mundo, é preciso ter muita coragem para ler literatura e, ainda mais, para escrever literatura.Em E se eu fosse puta, livro lançado em 2016 pela Hoo Editora, a travesti-escritora-puta-feminista, Amara Moira, promove um verdadeiro estrago no "reino" da literatura. Composto por 44 textos, entre crônicas e poemas, publicados originalmente em blog e escritos a partir das experiências da autora com a prostituição e seu processo de transição, a obra é uma proposta de (des)construção linguística, literária, moral, social, e até religiosa da nossa maneira de entender o mundo: há algo de Jesus Cristo em toda prostituta, Amara constata. Além disso, é possível observar o esforço da autora em entender a vida, em entender as palavras, "travesti que se descobre escritora ao tentar ser puta e puta ao bancar a escritora". 3
Resenha da obra "Segunda Queda" (2018), de Ave Terrena Alves.
RESUMOEste estudo teve por objetivo detectar a mutação XPV/POLH associada ao XP em pacientes atendidos no Instituto do Câncer Infantil do Agreste (ICIA). Os dados clínicos dos pacientes foram obtidos a partir da análise de prontuários. Em seguida, as amostras sanguíneas foram coletadas em tubos de EDTA (anticoagulante) para posterior extração do DNA. Foi realizado estudo de bioinformática empregando os softwares Staden® Pregap4, Mega® software, Primer3Plus e OligoAnalyzer da IDT® para delimitar as regiões de interesse que correspondem a mutação no gene XPV/POLH. A técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) foi empregada para amplificar as regiões de interesse, a visualização dos produtos amplificados foi realizada a partir de migração em gel de agarose 1%. Nesta análise, após a realização da coleta de dados dos prontuários utilizando-se formulário padronizado, foram detectados achados clínicos semelhantes àqueles descritos na literatura. Em seguida, as amostras foram submetidas à extração e purificação do DNA, amplificação por PCR convencional, eletroforese em gel de agarose e, por fim, sequenciamento. De acordo com o estudo realizado foi possível compreender como o quadro clínico dos pacientes se estabeleceu, visto que não se tinha até então dados referentes na região. Além disso, este trabalho permitiu traçar parte do perfil genético dos pacientes com XP de forma específica.
A partir dos estudos recentes de Regina Dalcastagnè (2012) sobre as relações de desigualdade na produção literária brasileira da contemporaneidade, abre-se um leque de possibilidades para se pensar a representação de grupos historicamente marginalizados em literatura. Sendo assim, com base nos pressupostos de Antonio Candido, sobre a personagem (2006, 1981), de Stuart Hall, sobre a identidade do sujeito pós-moderno, de Don Kulick, sobre a identidade travesti (2008), além de Judith Butler sobre a noção de construção social do gênero e dos “corpos abjetos” (2003), o artigo analisa a configuração da travesti Copi, protagonista do romance contemporâneo brasileiro As fantasias eletivas (2014), de Carlos Henrique Schroeder. O romance narra a história de Renê, um recepcionista de hotel da cidade litorânea de Balneário Camboriú, que tenta reconstruir sua vida após o abandono do filho e a tentativa frustrada de suicídio. Nesse espaço de solidão, Renê acaba conhecendo a travesti Copi, que sobrevive da prostituição e escreve pequenos textos, tendo como referência as fotos que realiza com sua câmera Polaroid. A análise da construção da personagem Copi, na narrativa em questão, sinalizou para a desconstrução de estereótipos e cristalizações sobre os corpos desviantes, bem como propôs um processo de legitimação, humanização, enfrentamentos e outras questões que envolvem as configurações de personagens travestis na literatura atual do Brasil.
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