RESUMO Neste artigo, pretendemos partir de certas releituras que se têm feito a respeito do construto saussuriano sobre o objeto língua, tomando por base principalmente a noção relacional de sistema, o valor linguístico, para, então, criar possibilidades de diálogo com a perspectiva axiológica de língua presente em Mikhail Bakhtin. Tal perspectiva, neste autor, ganha corpo na conceituação de heterodiscurso e de gêneros do discurso, em que este objeto deve ser compreendido em relações de ordem social e histórica. Além disso, na elaboração linguístico-textual de um gênero, os enunciados operam em relação uns com os outros, a fim de aproximar e/ou confrontar diferentes vozes sociais e ideológicas. Enfim, partindo dessa episteme, que enxerga a língua e os efeitos que dela decorrem como objeto constitutivamente relacional, acreditamos ser possível um encontro entre os dois autores a fim de se ressignificarem formas de interpretar o mundo por meio da ciência da língua(gem).
Este artigo objetiva analisar as principais escolhas teórico-metodológicas efetuadas por estudiosos da linguística brasileira, especialmente por aqueles interessados por um ensino de produção textual oral e escrita que elege os gêneros discursivos como objeto central. Para isso, coletamos e analisados todos os artigos sobre esse tema publicados nos anais do Simpósio Internacional de Ensino de Língua Portuguesa (SIELP) em suas edições brasileiras. Observamos que, embora haja esforços no sentido de se reconhecer a ideia de gêneros discursivos na esfera escolar como efetivo objeto de inserção do aluno em práticas sociais em atendimento às demandas contemporâneas, há muitas confusões e problemas relativos principalmente às escolhas metodológicas efetuadas.
Este artigo objetiva analisar a noção de prática social no ensino de língua portuguesa por meio da apropriação de gêneros discursivos, como definidos por Michail Bakhtin, na trajetória de construção de documentos curriculares no Brasil, especialmente os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN –, de 1998, e a Base Nacional Comum Curricular, de 2017. Entendemos que uma proposta de ensino-aprendizagem de língua que propicie uma efetiva participação social democrática dos alunos nas diversas esferas de atividade considera os gêneros como objeto central. De modo geral, os documentos apresentam problemas de tratamento dado aos gêneros, como a bricolagem de conceitos como texto, gênero e tipo, especialmente nos PCN, e uma centralização inflexível da proposta de trabalho com gêneros a partir da progressão de aprendizagens, na BNCC, desafiando pesquisadores e professores a uma revisão crítica desses documentos.
Este texto busca verificar e analisar como tem sido trabalhada a progressão didática de gêneros escritos do argumentar no espaço didático. Para isso, selecionamos, como objeto de investigação, os livros do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental II, da coleção mais adotada nas escolas públicas de Uberlândia. Palavras-chave: Gênero argumentativo; progressão didática, livro didático, ensino de Lingua Portuguesa.
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