This article is an ethnography of the Kanamari concept of-1raralz , a word that simultaneously means «living body»,« owncr »and« chief ». lt ai ms to establish the relat ionship bctween these meanings through a focus on the replication of the-ll'arali at different scalcs: from the body of individual pcrsons, through the village chief, into the chief of a ri ver basin. lt is argued that each of these positions implies the capacity to familiarize its inverse through acts of feeding. In this way, and respectively, the soul, co-resident villagers and the people of a subgroup a re made into component parts of their-1rara/i in a process that is analogons to acts of familiarization that have been described for other parts of Amazonia.
Este artigo investiga os efeitos das relações assimétricas de maestria sobre a criação e a perpetuação do parentesco por meio da ação e da intenção humanas. "Maestria" designa um laço que envolve controle, proteção e cuidado, presente no léxico conceitual de diversos povos da Amazônia. Sua pertinência há muito é reportada nas etnografias das sociedades indígenas da América do Sul, mas só recentemente tem sido objeto de estudos comparativos de maior fôlego (Fausto 2008). A maestria é muitas vezes expressa num idioma de filiação, como a relação "pais-filhos", embora se articule de maneira complexa e etnograficamente variável com as relações de parentesco. É essa articulação que o presente artigo busca explorar.Meu foco etnográfico são os Kanamari, grupo falante de uma língua katukina do extremo oeste da Amazônia brasileira, para quem a "fabricação social do parentesco" (Vilaça 2002:354) depende de um vínculo de maestria que é ao mesmo tempo originário e indispensável. Se, como argumenta Sahlins (2013), o parentesco é sempre a "mutualidade do ser ", para os Kanamari a mutualidade é precedida pela dependência, e a ética do parentesco, pela assimetria do mestre. Ao dizer "precedência", eu me refiro a dois fenômenos relacionados: um deles é o fato de que, no que concerne ao ciclo de vida dos Kanamari, as pessoas são primeiramente inseridas em relações de maestria antes de o serem em outras relações; e o outro é que, no que concerne à teoria kanamari da relação, a maestria é precondição da mutualidade. A maestria gera o espaço no qual as qualidades intersubjetivas do parentesco podem ser vividas, e não há relações de parentesco que não sejam derivadas de laços de maestria.Uma vez que não será possível discutir aqui todas as diferentes maneiras pelas quais a maestria determina o parentesco, limitar-me-ei ao modo pelo qual o parentesco é articulado a uma distinção central, que opõe duas modalidades de distribuição e consumo de alimentos entre os Kanamari. De um lado, o ato de alimentar ou dar de comer, que define ou expressa uma
This work aims to analyze how the national and international literature has explored variables that have an impact on the perception of political risk within an enterprise's internationalization process. The lack of specialized bibliography in Brazil and the difficulty for entrepreneurs to plan the internationalization hinder reaching clear parameters of how to measure political risk and strategies to mitigate this type of risk. The bibliographical section of Kobrin from 1978 was used a theoretical framework and whose definitions provided the initial parameter to identify the opinions of other authors on the topic. The methodology used gathered bibliographic content for defining political risk in 41 articles of international journals downloaded from databases made available on the Internet and handled through the software program EndNote 6. A content analysis using the software "R" identified "variables" as a sub-topic. The discussion presents the identification of political, economic, and socio-cultural variables that can be quantified in future studies and will make it possible to establish a mitigation of the risks and achieve success in the internationalization process.
Os Kanamari, povo de língua katukina do sudoeste do estado do Amazonas, dizem que estão virando Funai.1 "Estamos virando Funai" (Funai-pa adik [anin] tyo) é uma afirmação que fazem em vários contextos: quando explicam ao antropólogo os eventos históricos que resultaram na sua atual conjuntura; quando contrastam o passado com o presente; ou quando falam com agentes governamentais sobre seus projetos e anseios de futuro. "Virar Funai" marca uma qualidade dos tempos presentes, bati, ou dos tempos recentes, bati nahan ti. Mas "virar Funai" não se limita ao discurso. Alguns kanamari efetivamente buscaram e obtiveram emprego na Fundação Nacional do Índio, outros fizeram tatuagens nos braços ou no peito com a palavra "Funai" ou com outras palavras e insígnias a ela associadas (Figura 1).
Resumo Este artigo é a segunda parte de nossa discussão sobre a “política da consideração” proposta por José Kelly e Marcos Matos, e sua relação com as nossas teorias da maestria. Na primeira parte, publicada no número anterior deste periódico, analisamos as premissas dos autores e reinterpretamos os dados etnográficos nos quais estas se sustentam. Nesta segunda parte, reivindicamos o lugar central dos esquemas relacionais da maestria na etnologia indígena, e traçamos sua pertinência em diferentes contextos etnográficos. Em seguida, nós nos voltamos para a região do médio Juruá-Purus e dos povos Arawá e Katukina que habitam a região para oferecer uma análise diferente da suposta ‘alternância’ e ‘mutualidade’ que vigorariam na região segundo a ótica da política da consideração. Por fim, refletimos sobre a importância política da figura do ‘mestre’ ou ‘dono’ nas relações dos povos indígenas com os Estados-nações em que vivem.
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