Entre fevereiro de 2016 e o presente, período em que cursei o doutorado na Universidade de São Paulo, a sociedade brasileira vivenciou uma série de acontecimentos que redesenharam o cenário político nacional. Em 2016, Dilma Roussef, primeira mulher eleita para a presidência do Brasil, do Partido dos Trabalhadores, foi alvo de um golpe de Estado e impedida de continuar seu segundo mandato, sem ter cometido qualquer crime (o que veio a ser devidamente provado). Dois anos depois, Luis Inácio Lula da Silva, ex-operário e expresidente do Brasil, do mesmo partido, foi preso e criminalizado sem qualquer prova concreta, com base apenas nas convicções parciais de um juiz (como também já foi comprovado). A farsa judicial tirou Lula da disputa eleitoral e abriu espaço para a ação de grupos de extrema direita, que, escorados em enxurradas de notícias falsas, conseguiram eleger Jair Bolsonaro como presidente. Instaurou-se, desde então, um governo neoliberal, ultraconservador, reacionário e de feição acentuadamente fascista. Ataques às minorias, à diversidade, à imprensa, à natureza, à universidade pública, ao serviço público, passaram a ser rotineiros. Completando o quadro catastrófico, desde 2020, a pandemia de covid-19 tem sido avassaladora mundo afora, sobretudo em países com governos negacionistas, como o Brasil, onde mais de 600 mil vidas já foram perdidas. Toda essa conjuntura acompanhou a produção desta tese e tornou imprescindível todo o apoio recebido no decorrer do percurso trilhado.Começo agradecendo ao meu orientador, professor Rafael Marquese. Desde a nossa primeira conversa, na entrevista da seleção para o doutorado, foi bastante receptivo, acolheu o projeto de pesquisa e me apresentou as devidas ferramentas teóricas e metodológicas para aprimorá-lo. Rafael também me tirou da zona de conforto, apontando possibilidades de análise ousadas para um pesquisador em formação e me instigando a pensar grande, a olhar para as dimensões de maior amplitude relacionadas ao meu objeto de estudo. Ao mesmo tempo em que me ajudou a me esquivar das armadilhas discursivas e das camisas-de-força teóricas, deu-me total liberdade para conduzir a pesquisa e a escrita da tese. Orientador, enfim, atencioso, solícito e compreensivo com as questões e dificuldades que eu apresentei.Agradeço aos colegas do colegiado do curso de História da Universidade Federal do Oeste do Pará todo o apoio, desde a seleção e a aprovação do meu afastamento para doutoramento, sobretudo àqueles que seguraram as pontas à frente da coordenação do curso nesse tempo: