OBJETIVOS: Verificar a prevalência do alcoolismo e tabagismo em idosos residentes na cidade de Porto Alegre, RS, e estabelecer sua relação entre a ingestão alimentar diária e o nível socioeconômico, de acordo com o sexo, grupo etário, escolaridade, renda, situação e composição familiar. MÉTODOS: Esta pesquisa fez parte do Projeto Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre (EMIPOA), que foi desenvolvida pelo IGG/PUCRS. As entrevistas foram realizadas no ambulatório do Instituto de Geriatria e Gerontologia do Hospital São Lucas da PUCRS. Foi aplicado um questionário com dados socioeconômicos e de saúde por profissionais treinados. RESULTADOS: Dos 832 entrevistados, 71,2% eram mulheres e 28,8% homens. A faixa etária mais prevalente foi de 60 a 69 anos (44,8%). Com prevalência na faixa etária acima citada de 7,5% para alcoolistas e 23,9% para tabagistas. O alcoolismo e o tabagismo prevaleceram entre os homens, 11,7% e 20,8%, respectivamente. Em relação à escolaridade, a maior prevalência foi entre alcoolistas e tabagistas que possuíam apenas o 1º grau, 4,7% e 16,1%, respectivamente. Observou-se que dentre os idosos alcoolistas ou fumantes, a maioria não tem relação familiar (P<0,001). Já em relação à ingestão alimentar, houve um maior número de fumantes ou alcoolistas que fazem de 1 a 2 refeições diárias. CONCLUSÕES: Existem poucos estudos que investigam as tendências e consequências do tabagismo e alcoolismo entre a população idosa. Ações de saúde devem ser planejadas, visando a diminuir o consumo abusivo de álcool e tabagismo, bem como prevenir seus malefícios a saúde.
Resumo Introdução Com o envelhecimento populacional, há o aparecimento de doenças crônicas incapacitantes, entre as quais se destaca a diabetes mellitus (DM). O objetivo do estudo é descrever a prevalência de DM em idosos da Estratégia Saúde da Família (ESF) de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, de acordo com o tratamento, a adesão medicamentosa e variáveis sociodemográficas e de saúde. Métodos Estudo transversal, realizado em indivíduos acima de 60 anos. Os dados foram coletados por instrumento (dados sociodemográficos, condições de saúde, hábitos de vida e informações de medicamentos). A adesão medicamentosa foi avaliada pela escala de Morisky. Resultados Foram analisados 763 idosos, com idade média de 69,1±7,5 anos, dos quais 63,7% eram do sexo feminino. A prevalência de DM foi de 23,5%, principalmente nas mulheres (27,2%), na faixa etária de 60 a 79 anos (24,6%), nos viúvos (28,4%) e nos que relataram ter cuidador (27,6%). Nas variáveis de saúde, idosos com maior índice de massa corporal (IMC) e aqueles com doença cardíaca apresentaram maior prevalência de DM. A metformina foi o hipoglicemiante que apresentou maior frequência de uso (76,5%). Conclusão A atenção ao idoso diabético vem crescendo nas ESF, por isso este estudo contribuirá para o desenvolvimento de estratégias para melhor atenção a essa população.
ObjectiveThe aims of this study were to analyze the hematological parameters, the prevalence of anemia and the association between anemia and socioeconomic conditions in an elderly community-based population. MethodsA population-based study was performed as part of the Multidimensional Study of the Elderly in Porto Alegre, Brazil (EMIPOA). An initial total of 1058 community residents aged 60 years and older were interviewed. Of these, 392 agreed to have a physical evaluation and a blood sample was taken from each. The hematological parameters analyzed in the blood samples included the hemoglobin concentration, mean cell volume (MCV), mean corpuscular hemoglobin concentration (MCHC) and red cell distribution width (RDW). The association between the variables and the diagnosis of anemia was assessed using the chi-squared test and a multiple logistic regression model. ResultsThe overall prevalence of anemia was 12.8%. Anemia was present in 13.7% of women and in 10.4% of men. Normocytic normochromic anemia without anisocytosis was the most common type of anemia (46%). The assessment of erythrocyte morphology showed significant differences between anemic and non-anemic individuals (microcytosis = 12% vs. 1.5%, hypochromia = 40% vs. 8.8%, and anisocytosis = 26% vs. 7%). In the analysis of socioeconomic conditions, significant differences were found in respect to age and race. ConclusionThe prevalence of anemia increases with age and is associated with race, microcytosis, hypochromia and anisocytosis. Anemia is not a condition that should be associated only with the aging process, as it may be due to pathological conditions that occur most frequently in this age group. As a result, a diagnosis of anemia warrants adequate clinical attention.
OBJETIVOS: Avaliar a prevalência de parasitos intestinais em idosos que frequentam um ambulatório geriátrico de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (RS), e moradores de duas instituições de longa permanência (ILP) do mesmo município. Analisar a presença de enteroparasitos nos animais de estimação desses idosos. METODOLOGIA: O exame parasitológico das fezes (EPF) foi feito para diagnosticar a presença de parasitos nas fezes dos idosos e dos animais de estimação. Os métodos utilizados para a avaliação dos parasitos intestinais nas fezes foram o exame macroscópico, a técnica de sedimentação espontânea (técnica de Lutz ou Hoffman, Pons e Janer) e o método de Baermann-Moraes. As condições socioeconômicas e higiênicas dos pacientes foram avaliadas e, para aqueles que possuíam animal de estimação, foi aplicado um inquérito com os hábitos de higiene dos animais domésticos. RESULTADOS: Trezentos e dez idosos foram estudados, com idade média de 78,6 ±8,4 anos; 77,1% eram mulheres e 22,9% eram homens. A prevalência de enteroparasitos encontrada foi de 12,9% para os idosos que frequentavam o ambulatório geriátrico e 12,9% para os institucionalizados. Os resultados mostraram que não houve associação entre o animal parasitado e o seu dono, pois nenhum idoso que possuía animal de estimação parasitado apresentou positividade pelo EPF. CONCLUSÃO: A prevalência de enteroparasitos encontrada nos idosos estudados em Porto Alegre foi mais baixa em relação aos dados existentes. Esses resultados mostram que cada região geográfica tem suas peculiaridades socioeconômicas, ambientais e educacionais. Os inquéritos coproparasitológicos devem continuar sendo realizados nos idosos das diferentes regiões do RS e do Brasil para identificar situações particulares, com o objetivo de propor medidas sanitárias e educativas para melhorar o estado de saúde das populações idosas.
ResumoO tabagismo representa um importante acelerador do processo de envelhecimento, comprometendo não apenas a expectativa, mas a qualidade de vida também. Fumantes com idade superior a 50 anos apresentam maior dependência da nicotina, fumam há mais tempo e um maior número de cigarros, tendo mais problemas de saúde relacionados ao tabagismo, e dificuldade maior em parar de fumar. As principais causas de morte por tabagismo são as doenças cardiovasculares, a doença pulmonar obstrutiva crônica e o câncer de pulmão. Atualmente, há uma série de estratégias farmacológicas e não-farmacológicas para o auxílio do abandono do tabagismo, que também podem ser uma alternativa para os idosos. O objetivo desta revisão é relatar dados do tabagismo no Brasil e no mundo, as patologias envolvidas e os efeitos tóxicos dos componentes do cigarro, bem como sugerir estratégias de tratamento, principalmente para os idosos. A revisão da literatura foi feita nas bases: Pubmed, Scielo, Portal Capes, Ministério da Saúde, Instituto Nacional do Câncer, IBGE e Organização Mundial da Saúde. Concluiu-se, através da literatura consultada, que o tabagismo representa uma fonte de risco e a causa principal de inúmeras doenças. Porém, o desejo de parar de fumar é maior entre aqueles que reconhecem ser esse hábito prejudicial à saúde. Apesar de os benefícios, com a interrupção do hábito de fumar, serem maiores entre os mais jovens, o abandono do tabagismo, em qualquer idade, reduz o risco de morte e melhora a condição geral de saúde.
The aim of this study was to analyze the prevalence of the use of anti-inflammatory and analgesic drugs among elderly persons from the Family Health Program in Porto Alegre, Rio Grande do Sul, and investigate associated factors such as sociodemographic and health data; continuous or as needed use of drug, drug used subject to medical prescription or self-medicated. Data collection occurred between March 2011 and December 2012. Community health workers applied a questionnaire relating to sociodemographic and health data and medication use. Non-steroidal antiinflammatory drugs, glucocorticoids, non-opioid analgesics and opioids were evaluated. A total of 758 elderly persons were included and anti-inflammatory and analgesic drugs were used by 28.8% of the population. Acetaminophen and ibuprofen were the most frequently used drugs. Regarding self-perception of health, the worse the perception of health, the greater was the use of therapy ( p<0.001). Liver disease and osteoarthritis/ arthritis/rheumatism were found to be associated with anti-inflammatory and analgesic use ( p<0.001). The prevalence of anti-inflammatory and analgesic use was considered moderate when compared to previous studies (28.8%). In addition, most of the elderly persons used the drugs when only needed, most probably due to feeling minor to moderate pain or because they had suffered the adverse effects of these medications in the past and so chose to use them sporadically.
O objetivo desse estudo foi avaliar a soroprevalência para Toxoplasma gondii e a relacionar com as condições socioeconômicas, higiênicas, sanitárias e de saúde nos idosos da Estratégia Saúde da Família - ESF, do município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. A pesquisa realizada foi um estudo transversal, no qual foi aplicado um questionário de inquérito epidemiológico e realizada coleta de sangue. A avaliação de IgG e IgM anti-T. gondii foi realizada pela técnica de ELISA. Foram avaliados 599 idosos com soroprevalência para IgG anti-T. gondii de 88,0% e de 0,8% para IgM. Na análise multivariada, as variáveis que se associaram de forma independente para IgG positivo foram: faixa etária, renda pessoal e uso de óculos; e para IgM positivo: faixa etária, autopercepção de saúde e uso de óculos. Os resultados obtidos chamam a atenção pela alta prevalência de IgG anti-T. gondii nos idosos da ESF de Porto Alegre, gerando uma preocupação no caso de ocorrência de reativação da toxoplasmose e desenvolvimento dos sintomas mais graves dessa infecção.
RESUMOOBJETIVO: A prevalência de enteroparasitoses é pouco relatada em estudos com a população idosa. Sendo assim, esse estudo teve como objetivo identificar a prevalência de enteroparasitoses associadas a fatores sociodemográficos e de saúde em idosos da Estratégia Saúde da Família (ESF). MÉTODOS: Estudo transversal, realizado com uma amostra aleatória de idosos da ESF do município de Porto Alegre. A coleta de dados foi realizada pelos agentes comunitários de saúde, que aplicaram um questionário geral de inquérito epidemiológico. A coleta de sangue e fezes foi realizada pela equipe do projeto, na unidade de saúde onde o idoso estava cadastrado. RESULTADOS: Foram avaliados 581 idosos e a prevalência de enteroparasitoses foi de 10,8%. Os parasitos encontrados foram: Endolimax nana (42,7%), Entamoeba coli (33,8%), Giardia lamblia (8,8%), Ascaris lumbricoides (5,9%), Strongyloides stercoralis (4,4%), Trichuris trichiura (2,9%) e Iodamoeba bütschlii (1,5%). CONCLUSÃO: A prevalência de enteroparasitoses foi baixa quando comparada com outros estudos e com predomínio de parasitos não patogênicos. Esses achados sugerem a possibilidade de transmissão interpessoal, contaminação ambiental ou mesmo a ocorrência de ingestão de alimentos ou água contaminados. Estes resultados ressaltam a importância da implementação de medidas relacionadas ao saneamento básico e programas contínuos de educação sanitária na comunidade estudada. PALAVRAS-CHAVE: enteropatias parasitárias; idoso; saúde pública. ABSTRACT OBJECTIVE:There are few studies on intestinal parasitic infections in elderly populations. Therefore, this study aimed to determine the prevalence of intestinal parasites and identify the association between this prevalence and the sociodemographic, environmental, and health factors of the elderly attended by the Family Health Strategy (FHS). METHOD: This cross-sectional study involved the analysis of data collected from a random sample of elderly individuals. Community health workers drafted a general questionnaire to collect epidemiological data. The project team also collected blood and stool samples at the healthcare unit where each individual was enrolled. RESULTS: Among 581 elderly people, the prevalence of intestinal parasites was 10.8%. The parasites found were as follows: Endolimax nana (42.7%), Entamoeba coli (33.8%), Giardia lamblia (8.8%), Ascaris lumbricoides (5.9%), Strongyloides stercoralis (4.4%), Trichuris trichiura (2.9%), and Iodamoeba bütschlii (1.5%). CONCLUSION: The prevalence of intestinal parasites in elderly persons was lower than that reported in other studies, and the parasites identified were predominantly non-pathogenic. The findings suggest the possibility that interpersonal transmission, environmental contamination, or the ingestion of contaminated food or water is occurring in this population. These findings also highlight the importance of the ongoing implementation of sanitation and hygiene education programs in this community.
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