RESUMO Discute o trabalho pedagógico de professores de Educação Física com crianças em tratamento oncológico, considerando as agências, as autorias e as produções culturais dos infantis. Trata-se de uma Pesquisa-Ação Colaborativa, desenvolvida com 61 crianças entre 4 e 12 anos. Os dados produzidos pela observação participante e registrados em diário de campo foram sistematizados em três categorias: planejamento em conjunto, tempo do brincar e agências infantis. Os resultados apontam para a construção coletiva do planejamento e para o reconhecimento das crianças como agentes de si, produtoras de cultura e protagonistas em seus processos de socialização, dando visibilidade ao que é criado e ressignificado por elas.
O artigo tem como objetivo discutir possibilidades pedagógicas que reconheçam e valorizem a autonomia e autoria das crianças em tratamento oncológico com os jogos e as brincadeiras ofertadas por um projeto no campo da animação cultural. Para tanto, focaliza as atividades do projeto Brincar é o Melhor Remédio, desenvolvido por meio da parceria entre o Núcleo de Aprendizagens com as Infâncias e seus Fazeres (Naif), do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo e a Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil (Acacci). Trata-se de uma pesquisa-ação colaborativa, que utiliza o diário de campo e registros fotográficos como fontes. Os sujeitos da pesquisa são 30 crianças, as duas professoras e o coordenador participantes do Projeto. As análises empreendidas, em diálogo com a Sociologia da Infância e com os Estudos do Cotidiano, indicam que a entrada reativa, combinada com processos pedagógicos centrados na interação e na mediação, favoreceram a autonomia e a autoria das crianças em suas relações com as brincadeiras e jogos ofertados pelo Projeto.
Analisa as relações que crianças em tratamento oncológico estabelecem com os jogos e as brincadeiras mediadas por um projeto de extensão universitária. Trata-se de um Estudo de Caso Etnográfico, cujo foco é o projeto Brincar é o Melhor Remédio, desenvolvido por meio de parceria entre a Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil (ACACCI) e o Núcleo de Aprendizagens com as Infâncias e Seus Fazeres (NAIF), do Centro de Educação Física e Desportos da UFES. Pela categoria “com olhos de criança”, destacamos as experiências do projeto que promovem o brincar como direito das crianças, centrado em suas subjetividades e autorias. Propomos que a mediação com esse “olhar”supera o viés utilitarista, cujo foco principal é a adesão ao tratamento.
Analisa as produções acadêmico-científicas da Educação Física sobre a Educação Infantil, em diálogo com as concepções e pressupostos presentes nos atuais documentos orientadores dessa etapa de ensino no Brasil. Realiza um Estado da Arte sobre essas publicações, buscando inventariar e sistematizar a produção dessa área do conhecimento. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que utiliza como fontes: 76 teses e dissertações defendidas nos Programas de Pós-Graduação em Educação Física do Brasil 117 artigos veiculados em revistas científicas da área e 25 trabalhos acadêmicos publicados nos Anais do Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte. Adota o software Iramuteq para análise do corpus textual. Constata-se que, embora timidamente, aparecem referenciais teóricos mais alinhados com a perspectiva de infância presente nos documentos orientadores da Educação Infantil no País. Predominam nas produções investigadas concepções biologicistas de Educação Física infantil e de criança sob forte influência de referenciais teóricos provenientes do campo Psicologia e do Comportamento Motor, divergindo, assim, do que preconizam os referidos documentos.
Analisa os desafios encontrados no cotidiano do Projeto Brincar é o Melhor Remédio para o desenvolvimento do trabalho interdisciplinar com crianças em tratamento oncológico. Trata-se de uma Pesquisa-Ação Colaborativa, realizada em 2019, em uma instituição que atende esse público-alvo em Vitória/ES. Os sujeitos foram crianças com câncer entre 4 e 16 anos de idade, seus familiares e as diferentes áreas do conhecimento presentes na instituição. Diante das divergências encontradas no que tange a concepção de infância e jogos/brincadeiras, pôde-se concluir que o trabalho dialógico, em que há o consenso de ambas as partes, foi fundamental para que valorizassem o sujeito criança e seu direito de brincar, por meio de suas agências, protagonismo e produções culturais, superando assim, apenas a visão funcional, cujo foco é adesão ao tratamento.
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