A cultura científica contribuiu para o surgimento de obstáculos epistemológicos devido ao uso de expressões como "Geracão", "Transferência", "Troca", "Perda", "Retirada", "Corrente", "Propagação", "Condução", "Escoamento", "Irradiação" e "Fluxo" de Calor. Com isso, erros conceituais são inseridos na definição de calor, o que compromete a compreensão dessa grandeza física. Os livros didáticos, que são indispensáveis ao aprendizado e a difusão do conhecimento, têm contribuído para disseminar e vulgarizar expressões inadequadas em suas definições, atribuindo características substancialistas ao calor. A cultura científica baseada na aceitação do calórico, e apoiada no prestígio de cientistas como Fahrenheit, Carnot, Galileu, Lavoisier, Laplace, Fourier, Kelvin e Black, foi gradualmente dando lugar a uma nova definição do calor. Foi necessário que outra plêiade de cientistas desmistificasse o calórico e atribuísse um novo signicado ao calor. Entretanto, o uso contínuo de termos remanescentes à época em que a teoria do calórico era aceita, denominações como Calor Latente, Calor Sensível e Condutibilidade Térmica etc., têm se constituído como verdadeiros obstáculos na mudança conceitual do calor. Nessa perspectiva, este trabalho tem como objetivo analisar o conceito de calor, vericando a existência de obstáculos epistemológicos causados pela imprecisão do seu uso.