A complexidade dos problemas sociais torna necessário integrar os diversos atores sociais e organizacionais na gestão das políticas sociais, privilegiando a ação intersetorial. A intersetorialidade, enquanto integra saberes e experiências das políticas setoriais, constitui um fator de inovação na gestão da política e possibilita também a articulação das diversas organizações que atuam no âmbito das políticas sociais, constituindo as redes sociais. A intersetorialidade e a rede, para dar eficiência e eficácia a gestão das políticas sociais, exigem mudanças significativas na lógica da gestão tanto das organizações públicas estatais como das organizações sem fins lucrativos, integrando-as para atender os interesses coletivos.
Este artigo discute a descentralização e a intersetorialidade como pressupostos de gestão municipal para melhorar a qualidade de vida dos munícipes. A descentralização transfere o poder de decisão para os níveis periféricos da cidade, mas não garante com as políticas setoriais a resolução dos problemas sociais. A intersetorialidade constitui uma possibilidade de encaminhar a resolução dos problemas da população, situada em determinado território, de maneira integrada. A partir desses pressupostos a Prefeitura de Fortaleza foi remodelada, configurando, a partir de 1997, uma nova estrutura de gestão municipal para melhorar a qualidade de vida da população fortalezense.
The present article discusses decentralization and intersectoriality as assumptions of municipal management for the improvement of quality of life of citizens. Decentralization transfers decision power to the peripheral levels of the city but does not guarantee the solution of social problemas through sectorial policies. Intersectorality constitutes a possibility of solving the problems of the population of a given area in an integrated manner. Fortaleza's City Hall was remodeled presenting as of 1997, a new structure of municipal management for the betterment of quality of life of the city's citizens
Observada na distância do tempo, a implantação do SUS enfrenta descompassos gerenciais. Primeiro, as pressões, sempre maiores, por reforma do Estado que minimalize custos afetam a proposta de atendimento universal do sistema. Depois, a difícil convivência entre o princípio da descentralização com o conceito de rede, aqui entendida não só como ligação entre esferas diferenciadas de gestão, mas o modo pelo qual o acesso a um direito é exercido em rede, desde o planejamento. Por outro lado, decisões operacionais sobre a saúde foram descentralizadas, mas o repasse das verbas para efetivar tais decisões não foi. No aspecto administrativo, a descentralização da gestão de saúde sofreu solução de continuidade com a edição da Norma Operacional de Assistência à Saúde 01/2001. No aspecto gerencial, a implantação do conceito de rede, a arma mais eficiente para enfrentar a verticalização de estruturas decisórias, enfrenta "gargalos" operacionais e financeiros que impedem os diferentes atores das diferentes organizações de falarem a mesma "linguagem", o meio mais eficaz para gerar "vínculos" interorganizacionais. Porém, a efetiva interação de linguagens só será obtida no processo de construção de pactos de gestão.
ResumoAs transformações nos modelos de administração envolvem alterações nas práticas objetivas e no comportamento dos trabalhadores nas organizações. A implementação de mudanças gerenciais deve considerar as motivações e o comportamento dos trabalhadores submetidos a essas transformações. As motivações podem ser conhecidas pela identificação e análise das âncoras de carreira. Envolvido desde 2004 na implementação de práticas de administração gerencial, o Tribunal de Contas da União (TCU) vem enfrentando dificuldades para substituir o modelo burocrático, constituído ao longo da historia do funcionalismo federal brasileiro.O objetivo desta pesquisa é identificar as âncoras de carreira dos servidores do TCU, visando contribuir para o entendimento dos fatores impeditivos da implementação do modelo gerencial. Os resultados indicam não apenas incompatibilidades entre as principais âncoras de carreira desses servidores e aquelas exigidas (teoricamente) pelo referido modelo, mas também que o sistema atual de recompensas do TCU gera nos servidores maior resistência às alterações preconizadas por esse modelo.Palavras-chave: âncora de carreira; sistemas de recompensas; modelo de administração gerencial. Abstract Administration model transformations involve alterations of the practices lenses and of workers' behaviors in organizations.The implementation of managerial changes should consider the motivations and behaviors of the workers. The motivations can be recognized through the identification and analysis of career anchors. The Brazilian Court of Audit, which has been involved since 2004 in the implementation of managerial administration, is finding it difficult to substitute the bureaucratic model, constituted throughout the history of Brazilian federal functionalism. The research objective is to identify the career anchors of the TCU workers, to contribute with the understanding of the problems involved in implementing the managerial model. The study identifies the anchors of the TCU workers. The results indicate incompatibilities between the main career anchors of the workers and the demand, theoretically, for the managerial model; additionally, the current system of TCU rewards helps to harden the workers' resistance to the changes extolled by the managerial model.
Este artigo apresenta um estudo de caso em que são analisadas as relações de poder em uma estrutura de rede de organizações sem fins lucrativos, Cooperapic, para avaliar se concentração de poder no núcleo gestor da rede poderia ser um fator de manutenção da integridade estrutural. Foi utilizada a análise de redes sociais para que fossem elaborados cenários de relacionamento entre os atores e mensurada a concentração de poder na rede. Os resultados da pesquisa permitiram identificar que a rede se constitui de forma descentralizada, com baixo índice de poder central e com subgrupos que concentram o poder, o que pode favorecer sua fragmentação. Foi verificada a importância do núcleo gestor na coesão da rede, bem como os impactos que sua exclusão poderia ocasionar.
ResumoNa previsão orçamentária do Ministério da Saúde, entre 2008 e 2011, o governo pretende gastar R$ 12 bilhões por ano com compras na área farmacêutica para o atendimento das necessidades do sistema de saúde. Avaliar o desenvolvimento tecnológico implícito na produção competitiva de 20 produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde é objetivo relevante de análise, se a evolução do vínculo entre produção nacionalizada de fármacos e a gestão em rede do SUS também for avaliada. A nova política de medicamentos visa conter tanto o déficit comercial do setor farmacêutico como garantir forte investimento na complementaridade da oferta de medicamentos, com o programa Aqui tem Farmácia Popular. Essa política terá impacto na questão orçamentária da saúde e na execução do Programa Mais Saúde: Direito de Todos 2008 -2011 a partir de medidas estruturadas em sete eixos com objetivo definido: "articular a dimensão econômica e a social da saúde". A hipótese de análise principal avalia se o perfil desses novos "eixos integradores" funciona como faces interativas de um "pacto de gestão" que inclua oferta de medicamentos. A hipótese secundária avalia se o princípio de rede tem conexão operacional com eixo Complexo Industrial da Saúde. As conclusões sugerem que "previsão de demanda" não foi contemplada na lógica de gestão em rede e, não foi ponderado que atendimento em saú-de compõe "mercado imperfeito". Também identificou na nova política de medicamentos prioridade para a concepção de rede interorganizacional, preservando dependência de instâncias, sem incentivo à descentralização dos processos decisórios. Palavras-chave: Gestão em Rede; Pacto de gestão;
INTRODUÇÃOA reorientação do sistema de saúde, preconizada pelo SUDS, faz com que se busque dotar os serviços públicos de saúde de maior eficácia e resolutividade, tirando-os da marginalidade do setor. Nesse sentido, é urgente repensar a prática desses serviços, buscando superar os fatores que ocasionam seu baixo desempenho. Normalmente, atribui-se esse desempenho à falta de recursos, sejam humanos ou materiais, à baixa qualificação do seu pessoal, deixando de considerar que a existência de recursos, por si só, não garante a qualidade dos serviços.Uma organização, seja ela Secretaria, Hospital ou Centro de Saúde, é unidade social deliberadamente construída para atingir determinados objetivos. Ela resulta de uma combinação de pessoas, recursos e tecnologia para atingir aqueles objetivos. Para isso, ela possui uma maneira padronizada de operar. Assim, em qualquer organização, onde às pessoas se agrupam para
, que por ocasião da reforma em 1986 souberam integrar a contribuição da consultoria e colocar o seu poder a serviço da mudança. Com isso não estou esquecendo de outros projetos, mas ressaltando aquele que é parte deste estudo e que para mim teve um significado particular. Agradeço meu orientador professor José Carlos Seixas, que me permitiu apropriar a sua experiência da gestão pública de saúde. E também à professora Maria de Lourdes Manzini Covre, que desde os tempos da PUC, tem-me incentivado para realizar esta tese e contribuiu com sugestões valiosas. Estendo também meus agradecimentos aos professores Evelyn N. de C. Sá e Olímpio J.N. Viana Bittar, membros da Banca, pelas contribuições que me permitiram melhorar o texto desta tese. Devo um agradecimento particular à Ada pelo que construímos juntos e pelo incentivo que sempre me deu para realizar esta tese.
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