Resumo Este artigo pretende refletir sobre procedimentos de análise e interpretação de dados em pesquisa nos campos da educação e da psicologia. O caminho que adotamos parte inicialmente de uma reflexão sobre o sentido da investigação e análise nas pesquisas qualitativas, em especial na perspectiva fenomenológico-existencial de Martin Heidegger e hermenêutica de Hans-Georg Gadamer, entendendo que existe um diálogo profícuo entre esses pensamentos, apesar de suas especificidades. Para que pudéssemos aprofundar a reflexão proposta, apresentamos, a título de exemplo, trechos de análise de uma pesquisa de cunho interventivo, realizada em parceria com uma instituição escolar, especificamente sobre o tema adolescência na escola, cujos procedimentos de interpretação e análise foram construídos alinhados às concepções epistemológicas propostas.
Resumo O presente artigo discute uma pesquisa cujo objetivo foi o de compreender os sentidos do diagnóstico de estudantes para suas famílias e professoras, partindo da perspectiva fenomenológico existencial. A questão norteadora da investigação foi: como mães e professoras compreendem os diagnósticos atribuídos a seus filhos/alunos(as)? Houve também interesse no aprofundamento de um caso em que, a despeito de certa expectativa, o diagnóstico era ausente. O trabalho foi realizado em uma Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) na cidade de São Paulo, onde ocorreram observações participativas e encontros sistemáticos da pesquisadora e equipe escolar, caracterizando a pesquisa como participativa, interventiva e dialógica. Seu foco foi a compreensão de narrativas dessas professoras e mães, tecidas a partir de entrevistas reflexivas e da noção de constelações. Revelou-se que o diagnóstico tem um papel importante para dar segurança às professoras e mães nas intervenções e ações cotidianas com crianças com necessidades educacionais especiais; por outro lado, a pesquisa trouxe à tona que diante do diagnóstico - entendido como a nomeação científica de uma existência - a narrativa sobre essa criança passa inevitavelmente por seu quadro nosológico, ao passo que aquelas que não receberam diagnóstico são apresentadas de modo complexo, a partir de muitas das suas características, inclusive dos seus potenciais.
Resumo Habitações Sociais (HS), em geral, não atendem às necessidades dos usuários e aos requisitos de conforto, gerando insatisfação e necessidade de reformas e melhorias. Intervenções nesse tipo de empreendimento requerem colaboração entre diversas partes interessadas, os quais possuem diferentes perspectivas e objetivos. Esse tipo de iniciativa deve buscar uma visão compartilhada entre as partes no desenvolvimento de soluções e na tomada de decisão. Nesta pesquisa, a abordagem dos Living Labs (LLs) foi adotada como estratégia para desenvolver melhorias em habitações existentes de forma integrada e colaborativa. Este artigo apresenta os resultados de um estudo que objetivou identificar oportunidadesde melhorias em habitações sociais com o envolvimento direto dos usuários, pesquisadores e agentes públicos, durante a pandemia da Covid-19.Os resultados demonstram que a entrevista reflexiva, com o apoio de atividades complementares, foi uma ferramenta adequada não só para a identificação de oportunidades de melhoras, como para a criação de vínculo e confiança entre os participantes na primeira fase de implementação do LL.
ResumoO artigo propõe a análise de uma intervenção psicoeducativa realizada em uma escola pública de São Paulo. A escola pediu implementação de um projeto que desse voz ao coletivo de alunos, sistematizasse suas queixas e aspirações e construísse caminhos de solução para as dificuldades. A proposta dialógica de Paulo Freire e a perspectiva fenomenológica embasaram teoricamente as ações e análises desenvolvidas. Realizaram-se atividades grupais e encontros reflexivos, cuja análise evidenciou que os alunos podiam ser participantes ativos dentro do coletivo da escola. O projeto incluiu o educador, buscando ferramentas que o fortalecia em seu papel, e reverberou-se em outros espaços, como o da família. Após seu término, a escola solicitou sua continuidade, garantindo, na instituição, a presença do psicólogo em formação além da discussão sobre a inserção desse profissional no cotidiano escolar. Em última instância, o projeto contribuiu para uma aproximação entre a Universidade e Comunidade.
O intuito do artigo é mostrar como algumas crianças, familiares e educadores em processo de mudança de contexto escolar são afetados pela implementação da lei que estabelece obrigatoriedade de nove anos para o Ensino Fundamental adiantando, com isso, a entrada das crianças nessa escola em um ano. Desenvolveu-se uma pesquisa, a pedido de duas instituições educacionais (uma creche e uma escola), para sistematizar a maneira como essas pessoas compreendem a mudança. A pesquisa circunscreve-se no olhar fenomenológico-existencial e apoia-se na noção de sentido desenvolvida por Heidegger em Ser e Tempo. O procedimento metodológico, em afinação com o pensamento fenomenológico, foi o da entrevista reflexiva. Aquilo que se revelou, da parte dos adultos participantes (pais e educadora), foi a preocupação com uma falta de espaço lúdico e de acolhimento para as crianças mais novas. Da parte das crianças, não houve referência à suposta hostilidade do novo ambiente, o que mostra sentidos diferentes e próprios para cada participante, ainda que falem de um mesmo processo.
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