http://dx.doi.org/10.5007/1982-5153.2017v10n1p199Trabalho em grupo nas aulas de Ciências nos anos iniciais do Ensino Fundamental: prática cotidiana se temos em perspectiva uma proposta de ensino por investigação. Ao optarmos pela metodologia de ensino de Ciências que extrapola a preocupação apenas com os conteúdos conceituais, oferecemos aos alunos a oportunidade de construção da sua autonomia moral. Essa construção é favorecida pelas interações sociais, em propostas didáticas que prevejam o trabalho em grupo. Neste artigo, apresentamos uma pesquisa realizada com alunos do 4º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública da cidade de São Paulo. Investigamos a construção da autonomia moral, enquanto os alunos, em grupo, resolviam uma atividade investigativa de Ciências Trata-se de uma pesquisa qualitativa. Para a análise dos dados, criamos categorias que delimitaram a diversidade de atitudes apresentadas pelos alunos. Tal análise corrobora a importância do trabalho em grupo, das interações sociais para a construção da autonomia moral.
Diante dos desafios atuais da atualidade, ensinar Ciências para além de uma forma conteudista torna-se uma necessidade crescente. Nesse sentido, é fundamental envolver os estudantes no processo de Alfabetização Científica. No contexto da sala de aula, o Ensino de Ciências por Investigação (ENCI) é uma abordagem que propicia esse processo e favorece as interações em sala de aula, sobretudo ao fazer os estudantes desenvolverem práticas epistêmicas. No entanto, estudos ainda salientam a necessidade de aperfeiçoá-lo, sobretudo em relação a essas práticas. Por isso, este artigo tem como objetivo investigar, à luz da perspectiva bakhtiniana, as contribuições das práticas epistêmicas do ENCI à Alfabetização Científica dos estudantes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Para isso, foram realizadas videogravações de uma Sequência de Ensino Investigativo (SEI) com uma turma de 3º ano do Ensino Fundamental. Para analisar os dados, as aulas foram transcritas e selecionamos Episódios de Ensino. Além disso, utilizamos uma construção metodológica baseada no pensamento bakhtiniano. Como resultados, destacamos as relações que podem ser estabelecidas entre as interações, as práticas epistêmicas do ensino por Investigação e elementos da Alfabetização Científica, sendo que ambos ocorrem geralmente em concomitância. Além disso, salientamos a importância da orientação da professora durante a investigação para que os estudantes assumam o protagonismo das aulas e participem ativamente na construção do conhecimento. Portanto, é importante que haja continuidade de pesquisas que aprofundem essas relações e promovam investigações em sala de aula, visando a melhoria da qualidade do ensino de Ciências.
Diversas pesquisas têm investigado o ensino e a aprendizagem das ciências com enfoque na Alfabetização Científica (AC), visando uma formação de cidadãos que vá além das aprendizagens conceituais. Porém, poucas delas investigam a formação dos professores para a atuação nas salas de aula quanto à sua aproximação com os processos de AC. Sendo assim, o objetivo do presente texto foi analisar o perfil dos estudos, com enfoque para a formação de professores, sobre as estratégias de ensino utilizadas para promover a AC e como essas abordagens de ensino têm se aproximado de discussões sobre a prática científica. Para isso, realizou-se uma pesquisa bibliográfica nas principais revistas da área de Ensino de Ciências e nos anais do Encontro Nacional de Pesquisas em Educ¬ação em Ciências (ENPEC) do período de 2014 a 2019. As categorias de análise foram: sentidos/significados atribuídos pelos professores à AC; abordagens e estratégias utilizadas nos processos formativos com foco na AC; reflexão e delineamento acerca da prática pedagógica objetivando a AC. Identificamos poucos trabalhos no contexto formativo, inicial e continuado, dos professores. Os resultados destacam que ainda há pouco aprofundamento quanto às discussões dos aspectos que contemplam os objetivos da AC. A ideia de refletir sobre suas características é incentivada nos trabalhos, contudo a reflexão pauta-se ainda em uma ideia mais generalizada, sem que se discuta com afinco a mudança para a prática dos professores. Ainda assim, alguns trabalhos destacam as atividades investigativas como principal meio de promover a AC, uma vez que direcionam os professores à criticidade e reflexões, entre outras habilidades necessárias para uma pessoa ser alfabetizada cientificamente. Ressaltamos então a importância de incorporar na formação de professores ações que viabilizem uma mudança de atitudes quanto à sua prática em sala de aula na educação básica.
Estudos que abordam a relação entre leitura e ensino de Ciências podem ser encontrados desde a década de 1980, sendo inegável o papel importante que a leitura possui em todas as áreas do conhecimento. Diante disso, esta pesquisa investigou como o trabalho com a leitura e o ensino de Ciências na Educação Básica se apresenta nas publicações das edições do Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências (ENPEC), objetivando compreender a relação apresentada entre o trabalho com a leitura e o ensino de Ciências. Para isso, realizamos uma pesquisa qualitativa e do tipo bibliográfica nas atas das edições do ENPEC de 1997 a 2019, buscando por trabalhos que tratavam da temática “leitura e ensino de Ciências”. Entre os trabalhos encontrados, 63 discutiam essa temática, sendo 28 deles referentes à Educação Básica. A pesquisa possibilitou construir um panorama das investigações realizadas e divulgadas sobre o trabalho com leitura e ensino de Ciências nesse evento, apontando que a discussão está presente em poucas pesquisas apresentadas. A análise denotou, ainda, que as tendências dos trabalhos encontrados estão direcionadas para diversas vertentes, desde o uso exclusivo do livro didático como único suporte para a atividade de leitura até discussões sobre a inquestionável importância da leitura no processo da Alfabetização e Letramento científico, denunciando a enorme preocupação da segregação entre leitura e ensino de Ciências.
Pesquisas vêm discutindo a importância dos movimentos epistêmicos do professor, em aulas investigativas, para a construção de processos argumentativos pelos estudantes. Diante disso, objetivamos identificar e discutir os movimentos epistêmicos, propostos por uma professora de Ciências, que favoreçam a construção de processos argumentativos, a partir da proposição de uma Sequência de Ensino Investigativo (SEI). A participante desta investigação é uma professora com formação em Licenciatura em Ciências Biológicas e Mestrado em Educação em Ciências. Também compõem a estrutura colaborativa para a construção da SEI, três integrantes de um grupo de pesquisa. Os dados desse estudo foram obtidos a partir de cinco reuniões realizadas e gravadas via videochamadas, através do programa Skype. Como categorias de análise, utilizamos os movimentos epistêmicos propostos por Silva (2015). Mediante a utilização de dois episódios de ensino extraídos das reuniões, identificamos os movimentos epistêmicos de Elaboração, Reelaboração e Instrução, implícitos na fala da professora, que podem contribuir para o engajamento dos alunos tanto na investigação, quanto no desenvolvimento de processos argumentativos, devido às múltiplas interações que podem ser suscitadas por meio do Ensino de Ciências por Investigação (EnCI).
O presente texto é parte de uma pesquisa e tem por objetivo analisar os trabalhos publicados em todas as edições do Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências (ENPEC), buscando a relação entre leitura e ensino de Ciências para os anos iniciais do Ensino Fundamental (EF). Parte do pressuposto de que os anos iniciais do EF compõem uma etapa muito importante da Educação Básica e, como tal, nessa etapa, as práticas alfabetizadoras devem ser oportunizadas e preservadas. A partir desse princípio, amplia-se a ideia de alfabetização na perspectiva do letramento para todas as áreas de conhecimento, não apenas na língua materna, e defende-se, nesse contexto, a importância da Alfabetização Científica. A leitura é vista como uma prática social e sua compreensão pode ser construída com a elaboração do processo de Alfabetização Científica. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo bibliográfico. Os dados foram obtidos em consulta aos anais de todas as edições do ENPEC. Após levantamento, os artigos foram lidos, catalogados e analisados. Os descritores utilizados para consulta foram leitura, leitor, leitores, Alfabetização Científica, compreensão leitora e formação do leitor. Constituindo um total de 8.535 trabalhos publicados nas 11 edições do ENPEC, 63 discutiram leitura e ensino de Ciências. Desses, 5 enfocavam os anos iniciais e foram analisados neste artigo. Outros dois trabalhos foram incorporados posteriormente à análise, pois mesmo não se tratando de anos iniciais discutiam leitura e Alfabetização Científica, totalizando 7 trabalhos analisados. Destaca-se o baixo número de trabalhos publicados com a temática leitura e ensino de Ciências em todas as edições do evento e, entre os analisados, pouca correspondência nas relações entre leitura e ensino de Ciências defendidas.
Resumo Este artigo analisou as condições em que se realiza o trabalho das coordenadoras pedagógicas nas instituições municipais de sete municípios do Sul da Bahia, no contexto das políticas públicas de Educação Infantil. A pesquisa foi efetuada com participantes do curso de formação continuada para as coordenadoras pedagógicas da Educação Infantil, promovido pelo projeto de extensão Fortalecimento e Articulação da Educação Infantil, da Universidade Estadual de Santa Cruz/UESC, durante todo o ano de 2015. Como referencial teórico-metodológico, optou-se por uma leitura dialética, embasada nos estudos de Gramsci, para entender o trabalho das coordenadoras pedagógicas. Como procedimento metodológico, utilizou-se um roteiro de questões sobre as condições de trabalho que foi discutido no decorrer do curso com as 22 coordenadoras. Os resultados demonstram que, apesar do forte apelo à importância da formação de professores para atuarem na Educação Infantil, não houve incentivo oficial para a formação continuada específica para os coordenadores pedagógicos.
Este trabalho tem como objetivo analisar como uma professora de anos iniciais aborda o ensino de Ciências com classes multisseriadas no contexto rural do litoral sul da Bahia. Para isso, foi realizada uma entrevista semiestruturada com uma professora que participou de uma formação continuada sobre ensino de Ciências realizada por professoras de uma universidade no mesmo município da escola. Como referencial teórico, utilizamos trabalhos que abordam ensino de Ciências e classes multisseriadas. Como resultados, destacamos a existência de classes anexas a escolas seriadas que adotam o modelo multisseriado em localidades distantes da sede da escola, além das dificuldades enfrentadas pela professora. Também destacamos a importância não somente da formação docente em si, mas de fazer com que o professor consiga adequar e trabalhar os conteúdos na sala de aula multisseriada, bem como os benefícios de abordagens investigativas, da exploração do ambiente em torno da escola e na contextualização nas aulas de Ciências.
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