Childhoods in th e Face of Racism: theses for a good fight 1 .This article briefly discusses childhood as notion, category and concept. It will problematize racism and formulations that associate Africa with the humanity's childhood. The goal is to face adulthood as the greater danger of life. The text brings results from field researches accomplished in 2016 and 2017, and an analysis of the film Colors and boots (2010); in both situations, black children are faced with social-racial challenges. From dialogues with several authors, such as Mbembe, Oyewumi and Bispo dos Santos, it proposes children's theses to overcome racism for the surplus-value of life to be an affirmation of childhood as a way of putting the desire beyond the lack and pitfalls of the commodity. Keywords: Childhoods. Racism. Adulthood. Surplus-Value of Life. RE SUMO -Infâncias Diante do Racismo: teses para um bom combate.Este artigo discute brevemente a infância como noção, categoria e conceito. Vamos problematizar o racismo e as formulações que associam África à infância da humanidade. O objetivo é enfrentar a adultidade como o grande perigo da vida. O texto traz resultados de pesquisas de campo realizadas em 2016 e 2017 e uma análise do filme Cores e Botas (2010); nas duas situações, crianças negras se deparam com desafios sociorraciais. A partir de diálogos com diversos autores e autoras, tais como Mbembe, Oyewumi e Bispo dos Santos, propomos teses infantis de superação do racismo, para que a mais-valia de vida seja uma afirmação da infância como modo de colocar o desejo além da falta e das armadilhas da mercadoria. Palavras-chave: Infâncias. Racismo. Adultidade. Mais-Valia de Vida. Renato Noguera holds a PhD
RESUMO O presente artigo procura interpelar as narrativas da experiência mestiça não só como produção de branqueamento, mas também como encenação de um estereótipo. Ambos encarnados na vivência da nossa família, refletindo tensões, modos e projetos de identidade nacional. A romantização da mestiçagem, lugar de produção, de fundação e de disseminação do desejo sempre insatisfeito de ser outro, marca o jogo de projeções, simulações e dissimulações da narrativa de nossa ascendência. Enquanto pesquisadoras, buscamos desvendar alguns mistérios, preencher lacunas, analisar as tensões dessas histórias que nem sempre contavam os fatos pelo que era falado, mas pelo interdito, não dito, mal dito. Conhecer o processo de formação e de conformação das famílias, muitas das vezes, no leva a conhecer o processo de formação e de conformação da sociedade, do país e do mundo.
Este artigo se responsabiliza em articular um caminho para compreender, narrar e praticar as Zonas de Emergências de Infâncias - ZEIs. Conceituação surgida nas situações de pesquisas entre crianças e adultos em circunstâncias de espaços oficiais de educação pública - escolas de Educação Básica e Ensino Superior de periferias urbanas na Baixada Fluminense - Rio de Janeiro. As ações são do Coletivo Infâncias (UERJ-FEBF e UFRRJ) núcleo de estudos e intervenções do grupo de pesquisa AFROSIN-UFRRJ. Defendemos as ZEIs como dimensão aberta das conexões, conversações e experimentações que dão margem ao desconhecido em vias de reconstrução somadas aos blocos de sensação, devires, atravessamentos estéticos e transindividualidades. As ZEIs oferecem consistência para uma zona (esfera de indeterminação) de emergências (surgir de forma autônoma e temporária) de infâncias (blocos de sensações e prazer estético que nos atravessam). Procuramos articular elementos pluriversais que produzam uma viagem possibilite a quem lê o contato com o movimento teórico-prático em constante recriação de nós mesmos.
ResumoAs práticas pedagógicas disseminadas no cotidiano escolar respondem/correspondem a uma concepção de cognição que expulsa dos bancos escolares a imaginação, o rememorar, a herança cultural e os modos de fazer de todos aqueles que não se limitam a quantificar e ou pensar de forma a classificar, segregar, separar e ordenar o conhecimento. O modelo cognitivo escolar deixa de fora possibilidades de conhecer de diferentes grupos sociais que beberam em outra tradição, desprezando suas formas de aprender, colocando a margem outros conhecimentos e outros processos cognitivos. A busca por práticas pedagógicas mais justas dá visibilidade à injustiça cognitiva, que se faz sentir na escola quando os sistemas de significação, os saberes e as práticas culturais são sufocados ou historicamente desvalorizados em nome do progresso ou de uma única forma de ser e estar no mundo. Questionar o modelo de conhecimento fundado na representação é questionar o fracasso da escola. Na pesquisa nos dobramos sobre as questões relativas à formulação de novas possibilidades para a ação educativa da escola a partir da revisão-ampliação do conceito de cognição, articulando-o a uma perspectiva político-epistemológica fundada na concepção de injustiças cognitiva.
Tomamos as Janelas Floridas, do concurso para Sarau de (Re)existência com a força da arte, como elemento provocador e potência de luta pela Educação Pública com cotidianos escolares contra os processos de gentrificação dos espaços urbanos. O que podem a alegria, a brincadeira e os afetos contra a aniquilação do capital? O Sarau Janelas Floridas surge nessa resposta, usa a arte para fortalecer a luta contra a construção de um shopping que ameaça a estrutura física e a existência da E. M. Dr. Álvaro Alberto, a Regional de Meriti, ou a Escola Mate com Angu. Expressão das vozes e experiências da escola e atores da sociedade civil que se reúnem num grito, num choro, num riso, numa explosão de alegria. O movimento do Sarau Janelas Floridas desenhou a experiência como trajeto de singularização. Nascido da mobilização da educação e da arte e de diferentes instâncias, sujeitos e instituições e acolhido pela comunidade escolar como movimento, se produz como acontecimento. Tomamos, no plano da ação, a experiência segundo Dewey, ao afirmar a via estética como concretização de uma tensão existencial, um ato efetuado e consumado de ações e percepções que permitem uma singularidade: aquele acontecimento, aquele dia que não se perde na dispersão dos fluxos do vivido. No plano das reflexões, recorremos a Benjamim e seu conceito de experiência como constituição política, o ato de contar a sua história é efetuá-la novamente e, ouvir a narrativa, o ato de incorporar ao repertório do vivente uma nova saída, uma escapatória, uma porosidade. Palavras-chave: educação pública; arte; experiência; acontecimento e narrativa.
Este artigo propõe a reflexão sobre a esfera do brincar como lugar de estar e de afecção pelas diferentes infâncias presentes nos espaços de pesquisa com crianças. Aqui, relataremos os “achados/inventados” em nossos trabalhos de escuta como exercício ético e estético de alteridade numa constante produção de sentidos, na qual inventamos o que encontramos. Escutar as crianças como metodologia de pesquisa requer, entre outras atitudes, um duplo exercício de esvaziamento de si para voltar a atenção ao outro e a retomada da própria infância do adulto que pesquisa, uma vez que a criança que fomos é acionada pelos encontros com as infâncias com as quais pesquisamos. Há ainda, a tensão entre o maravilhamento produzido pela singularidade do olhar infantil e a necessária intervenção quando são reproduzidos os preconceitos e as demais formas de violência. Tomamos a brincadeira não como uma matéria-prima para uma produção futura, mas como meio de acesso e permanência no estado larvar do vivente. O percurso narrativo e reflexivo do texto se faz pela diferenciação da esfera brincante dos exercícios de violência que procuram instrumentalizar a ludicidade, o fazemos a partir da análise de alguns dos aspectos biológicos, filosóficos e subjetivos do brincar. Defendemos uma educação antirracista em ato desde a infância, como as situações de intervenção na pesquisa com crianças de 4 e 5 anos no espaço escolar. Por fim, buscamos ancorar nossos esperançar no projeto benjaminiano de uma filosofia por vir que se nutre do investimento potente no gesto infantil de fazer o novo mais uma vez.
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